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Libra: Moeda do Facebook Esbarra em Mesmos Problemas de Outras Criptos

Publicado 24.06.2019, 12:13
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Se você é um habitante do planeta Terra como eu, você provavelmente ouviu falar do lançamento do whitepaper da Libra, a criptomoeda do Facebook, que ocorreu no dia 18 deste mês. Salvo raras exceções, a mídia não especializada em criptomoedas noticiou o fato como uma grande revolução para o setor, mas a realidade é um pouco mais complexa.

Não é que a última empreitada de Mark Zuckerberg não seja ambiciosa, muito pelo contrário: desde a Telegram Open Network (TON) não há um projeto corporativo tão promissor. A grande questão é que todos os projetos de criptomoedas são por definição ambiciosos. O Bitcoin, por exemplo, surgiu com a intenção de criar um dinheiro descentralizado e deflacionário, funcionando como reserva de valor e meio de pagamento resistente à censura, promessas que vem cumprindo com consistência.

A Libra pretende ser uma criptomoeda de baixa volatilidade, com alta capacidade de processamento (1.000 transações por segundo), baixos custos de transações, além de prometer ser uma moeda descentralizada. Analisaremos a seguir como a Libra pretende resolver a cada uma dessas questões.

Desde seu princípio o discurso de venda das criptomoedas passou pela salvação para os underbanked, pessoas que por situações de extrema pobreza ou por enfrentarem sanções legais, não têm contas correntes. O grande problema é que criptomoedas são extremamente voláteis e, estando em situações de extrema fragilidade financeira, os underbankeds não podem se dar ao luxo de perder sequer um centavo.

Para solucionar esse problema a Libra será uma stablecoin (criptomoeda pareada com outros ativos financeiros) 100% lastreada em uma cesta de moedas e ativos seguros e de alta liquidez, como títulos de tesouros e certificados de depósitos bancários, ambos de governos e instituições financeiramente responsáveis. Dessa forma, espera-se que a Libra flutue no mercado internacional com baixa volatilidade, sendo robusta a oscilações unilaterais dos ativos que a lastreiam.

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Para garantir a velocidade da rede, as transações da Libra serão validadas por nós independentes em um sistema muito similar ao proof of stake. Quem desejar se tornar um master node validando transações deverá investir ao menos 10 milhões de dólares, sendo recompensado com o rendimento dos juros dos ativos que lastreiam a Libra e com as taxas de transação.

Sendo um sistema de proof of stake, é de se esperar que encontrem a mesma dificuldade em conseguir ganhos de escala que moedas como o Ethereum e o Tron enfrentam, em que o ganho de escala costuma acompanhar centralização da rede: o whitepaper não menciona nenhum modelo de solução para a questão. Da mesma forma, apesar de afirmar que as taxas de transação serão baixas, o whitepaper não mostra como elas serão calculadas, apenas mencionando brevemente que irão se assimilar ao gas do Ethereum.

Ainda sobre descentralização, não é claro como a rede poderia se tornar descentralizada: mesmo que master nodes fossem atomizados de maneira razoavelmente igualitária ao redor do globo, ainda seria necessária a centralização para custodiar os ativos que compõem as reservas da Libra. Dessa forma, a Libra não resolve o trilema fundamental das criptomoedas: entre segurança, escalabilidade e descentralização, é possível escolher somente dois.

Sejamos caridosos porém: suponhamos que a Libra consiga resolver todas as questões tecnológicas, ainda restaria uma grande questão a ser solucionada, a regulamentação. Por um lado o Facebook conta com 2,3 bilhões de usuários, que seriam potenciais usuários da Libra. Uma demanda como essa poderia ser útil a muitos governos, uma vez que facilitaria o financiamento de bancos centrais ao redor do mundo: basta comparar a cifra acima com o número de CPFs cadastrados no Tesouro Direto, pouco superior a três milhões.

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Por outro lado, o sucesso da Libra poderia ameaçar a soberania de diversas moedas nacionais, suplantando moedas fracas de países como meio de pagamento e causando massivas evasões de divisas. Não à toa o anúncio da Libra causou concernimento a diversos órgãos reguladores: Jerome Powell, presidente do Fed afirmou que “Há benefícios, porém também há riscos a serem monitorados”, enquanto que o ministro da economia francesa solicitou a formação de uma força-tarefa do G7 para averiguar a viabilidade do projeto sob um ponto de vista regulatório.

No frigir dos ovos, apesar de todo o marketing revolucionário e apoio de grandes players corporativos como PayPal (NASDAQ:PYPL), Visa e Mastercard, a Libra ainda enfrenta os mesmos desafios que todas outras criptomoedas, sem resposta clara sobre como solucioná-los. De qualquer maneira, o lançamento de um projeto como esse traz credibilidade para todo o mercado de criptomoedas, mais uma vez sob os holofotes da mídia.

E o que isso pode significar para o preço do Bitcoin? O lançamento da Libra em 2020 pode facilitar o acesso a criptomoedas, com corretoras negociando o par Libra/BTC, o que impulsionaria as cotações. Mas e se a libra superar o Bitcoin como meio de pagamento?

Particularmente não vejo nenhuma ameaça: a verdade é que o Bitcoin ainda engatinha como meio de pagamento e, diferente da Libra, o Bitcoin é escasso, tendo papel fundamental como reserva de valor. Na economia sempre houve discussões sobre o valor de bens que não pudessem ser utilizados como meio de pagamento: em 1971, quando o presidente Richard Nixon resolve acabar com o tratado de Bretton Woods, que fixava o preço da onça-troy de ouro a 35 dólares, o prêmio Nobel de economia Milton Friedman afirmou que o preço do ouro iria despencar, pois não teria mais nenhuma utilidade como ativo financeiro. De lá para cá, a onça do ouro nunca mais retornou a abaixo de 35 dólares. Não vejo porque não deveríamos esperar o mesmo para o Bitcoin.

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Últimos comentários

incautos. Enquanto temos excelente ativos em ações fiis tesouro cambio etc.. milhões de brasileiros se aventuram e alimentam a maior pirâmide financeira da história: "bitcoin" . O final dessa história é previsível e trágico.
Bitcoin pirâmide? O problema que muitas pessoas associa o bitcoin a pirâmides porque se aproveitam de pessoas que näo conhece sobre o assunto. Estuda um pouco antes sobre o assunto antes de falar besteira.
    O sr. é o exemplo de incauto que citei no comentário acima. Toda pirâmide é disfarçada de algum argumento para que os incautos acreditem "dessa vez é diferente" , meu jovem, estude ativos de verdade, invista seu dinheiro, não jogue fora com especulações. Quanto vale um bitcoin? qual lucre ele produz? gera dividendos? aluguel ? JCP ? se a resposta às minhas perguntas forem negativas, então bitcoin não é investimento, é especulação.
 . O que o bitcoin produz?. E usado como meio especulativo onde o seu preço é movido pelo entusiasmo de compradores mais conhecido como hods!!!!!. Mais vai colocar na cabeça dos fanboy do bitcoin eles nunca vão entender!!. Bitcoin se transformou em uma religião de lunáticos e libertários pensando que o mundo é deles!!. Cedo ou tarde o sistem avai regulamentar as criptomoedas e a festa dos espertalhões que estão no topo do Ponzi vai acabar!!!!!!!
meu receio é que a Libra se torne a moeda única num futuro próximo...
meu receio é que a Libra se torne a moeda única num futuro próximo...
excelente texto, estou a espera dos efeitos que a Libra irá causar ao mercado
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