- Resultados do 1T21 serão divulgados na quarta-feira, 20 de abril, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$17,63 bilhões
- Expectativa de lucro por ação: $2.24
Os investidores de longo prazo da Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) não têm muito do que reclamar ultimamente. A maior fabricante de veículos elétricos (VEs) do mundo está enfrentando os transtornos da cadeia de fornecimento muito melhor do que seus concorrentes, conseguindo atender à enorme demanda mundial por seus carros.
Com isso, a empresa liderada por Elon Musk se valorizou 18,1% nos últimos seis meses, enquanto o índice Nasdaq 100 caiu cerca de 7%. A TSLA fechou o pregão de terça-feira a US$1.028,15.
Essa força deve continuar quando a montadora de Austin, Texas, divulgar seu balanço do primeiro trimestre hoje à noite.
A expectativa dos analistas é que as vendas da empresa tenham saltado cerca de 70% no trimestre encerrado em 31 de março, em comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro por ação também pode registrar uma expansão positiva, disparando cerca de 130% no mesmo período.
Essas projeções claramente mostram que, ao contrário de outras montadoras, a Tesla está mais bem preparada para lidar com os desafios de fabricação trazidos inicialmente pela pandemia e, depois, pela guerra na Ucrânia.
A Tesla conseguiu atingir um número recorde de entregas no primeiro trimestre antes do previsto neste mês, apesar de um período “excepcionalmente difícil” marcado por reveses recorrentes, como fechamentos de fábricas em Xangai.
Esse extraordinário desempenho da Tesla se deve à suas parcerias inteligentes para garantir o fornecimento de matérias-primas essenciais e a integração vertical de insumos.
Em janeiro, a gigante dos veículos elétricos concordou em comprar 75.000 toneladas métricas de concentrado de níquel, um ingrediente vital para as baterias dos seus carros.
O acordo também ocorre menos de seis meses depois de um contrato de fornecimento de níquel similar firmado com o BHP Group, mineradora australiana sediada em Melbourne. A Tesla também possui um acordo plurianual de fornecimento de níquel com a mineradora brasileira Vale (SA:VALE3), segundo matéria veiculada pela Bloomberg no mês passado.
Fundamentos favoráveis
A liderança da Tesla no mercado de VEs e a mudança global para tecnologias limpas fizeram com que muitos analistas atualizassem suas recomendações para a ação recentemente.
O Credit Suisse disse que enxerga “fundamentos favoráveis” antes da divulgação do balanço da companhia, elevando seu preço-alvo de US$1025 para US$1125. A nota diz o seguinte:
“Elevamos nossos múltiplos-alvo em vista da maior importância estratégica da Tesla como líder na transição mundial para VEs. Mantemos nossa classificação de 'acima da média’, dado que a Tesla se beneficiará de fundamentos favoráveis nos próximos anos, como ressaltamos em nossa recente atualização”.
Mas o banco de investimentos ressaltou que permanecia atento a qualquer impacto da situação da Covid na China, onde a produção da Gigafactory encontra-se parada devido a um bloqueio em Xangai.
Além disso, a Tesla tem conseguido superar as estimativas dos analistas em seus últimos balanços.
Mas, apesar desse otimismo, os investidores não devem se esquecer de que a Tesla é uma ação bastante volátil, e é difícil prever o próximo movimento dos seus papéis. Ainda que a empresa indubitavelmente domine o mercado de veículos elétricos, suas ações estão sendo negociadas a múltiplos extremamente elevados.
De acordo com uma análise do InvestingPro, as ações da Tesla apresentam um múltiplo de preço/lucro para 12 meses de 190, nível tão alto que não deixa margem para que a fabricante automotiva cometa qualquer erro em termos de desempenho financeiro.
Devido a esse valuation esticado, as ações da Tesla podem ser uma aposta arriscada com base no modelo do InvestingPro, que atribui aos papéis da empresa um valor justo de US$814,08.
Fonte: InvestingPro
Esse preço está 20,8% abaixo do nível atual da ação.