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Manipulação de Criptomoedas via Tether: As Novas Evidências

Publicado 19.06.2018, 13:08
Atualizado 02.09.2020, 03:05

A criptomoeda Tether é um token que, segundo seus emissores, equivale a um dólar americano: isto é, para cada Tether existente, há um dólar em uma conta onde pode haver a conversão. Entretanto, há críticos que há muito afirmam que tanto essa correspondência entre Tethers e dólares é falsa, quanto os Tethers existentes são um vetor de manipulação de preços por parte de algumas exchanges. Essa afirmação em particular ecoa com o fato de vazamentos de documentos indicarem que a corretora Bitfinex possui proprietários em comum com a emissora do token dolarizado, além da equipe administrativa significantemente envolvida nos dois projetos.

Se essa relação de propriedade for confirmada, perceber o próprio conflito de interesses leva a uma primeira análise que sugere a manipulação de preços. Uma Exchange ganha na quantidade de trades e no número de clientes: um ambiente de forte crescimento de preços, volatilidade moderada e alguma previsibilidade nos trades – essa terceira característica criada por ineficiências decorrentes de intervenções – leva a mais clientes voltados para gestão ativa. Nesse caso há maior retorno esperado e menor risco, com investidores minimamente racionais mais propensos a entrar no mercado, para felicidade das exchanges.

Entretanto, se não exchanges, quem criaria um Tether? A ideia da chamada stable coin é conseguir facilitar transações em dólar entre agentes do mercado crypto. Com fluxos de capitais menos restritos que os que seriam com o dólar – afinal estão em estrutura digital – há maiores flexibilidades para o mercado e, como efeito colateral, há menor predatoriedade entre exchanges, com competição em outras dimensões (algo interessante num mercado nascente). Nesse caso, o conflito de interesse é quase inevitável dado uma configuração de mercado descentralizada enquanto as exchanges não se integram ao sistema financeiro tradicional.

Porém, há análises mais sofisticadas a serem realizadas. Uma que ganhou notoriedade recentemente é o artigo pelo professor da Universidade do Texas-Austin, John M. Griffin, e Amin Shams, estudante de PhD na mesma universidade. O artigo, de razoável complexidade, toma algum tempo para ser estudado pela pluralidade de métodos – regressão linear, uso de descontinuidades e algoritmos para clusterizar/identificar carteiras – e possui resultados consideravelmente robustos, fruto de diversas análises. A atual literatura em criptoativos apresenta a mesma característica do mercado: em meio há pesquisa extremamente interessante, por vezes há hype sobre artigos metodologicamente falhos ou, no mínimo, questionáveis para o que prometem; ver um artigo desses traz certa alegria para os interessados em econometria e criptoeconomia.

Esse artigo começa sua análise com hipóteses sobre a motivação de emissão de Tethers. A hipótese central é que o lançamento de Tether não segue demandas dos consumidores, e sim outros fatores relacionados aos interesses dos emissores (Bitfinex). Por exemplo, uma hipótese sobre o mercado de criptomoedas baseada na manipulação do Tether é que, se os emissores não possuem dólares suficientes, haveria maior liquidação de Bitcoins no período de lançamento de demonstrações contábeis. Isso foi confirmado pelo artigo, sendo uma evidência de manipulação.

Outro sinal de manipulação seria maior movimentação ao redor de âncoras psicológicas (valores do Bitcoin ao redor de 500 dólares), para evitar desestabilização maior dos preços. Os fluxos de Tether entre a Bitfinex e demais corretoras são previstos pela proximidade com esses valores do Bitcoin e influenciam os preços, de acordo com os testes. Ainda vejo uma pequena lacuna na pesquisa – ela não trata do preço do Bitcoin sendo determinante para emissão de Tether diretamente – mas essa questão é bem pequena se comparada às contribuições do artigo, que inclusive dão intuições sobre o timing das emissões.

Por fim, economistas e financistas acadêmicos estarem se voltando para o mercado de criptoativos é uma excelente novidade. Não é novidade para quem está no mercado que o Tether é um problema, mas agora há indicadores razoáveis disponíveis para usar dados da blockchain omni (a variável Tether Flow, por exemplo) para previsão de preços. A pesquisa acadêmica não tem como consequência apenas suas conclusões, mas as variáveis e métodos usados para falsear as hipóteses trazem grandes benefícios para o meio profissional. Ler com atenção a seção de “Data” pode ser importante para interessados em trading, por exemplo. Destacar esses dados para se prevenir para eventuais choques causados por Tether é a maior contribuição prática do artigo, e creio que será natural investidores passarem a monitorá-los.

Últimos comentários

Notícia velha de fevereiro reciclada e postada aqui.
Como vi numa análise sobre o assunto: Há sim mais "impressões" de Tether quando o preço do Bitcoin cai, mas justamente se "imprime" mais Tether porque mais investidores investem em Bitcoin, entrando mais capital externo. Ou seja, quanto menor o preço do Bitcoin, mais Tether entra, pois os grandes investidores aproveitam estes momentos para comprarem cryptomoedas. Quem leu a análise do tal professor nota que não entende muito bem como funciona o Tether e o Bitcoin.
Tenho 45 anos, e desde 1986 lido com programação, assembler, linguagem de máquina, fraudes eletrônicas, cybersegurança. Ninguém ainda escreveu a maior verdade de todas que estamos vivenciando em relação ao Bitcoin e outras moedas hoje: Elas começaram seu declínio a partir de 17 de dezembro de 2017, por causa das EXCHANGES. Isso mesmo, quando o Bitcoin utilizava sua blockchain própria para trades e não dependia das exchanges, e não tinha itanta nterferência delas tudo funcionava.O excesso de exchanges que se alastraram pelo mundo, a especulação dos preços, os ataques e roubos a estas mesmas exchanges e também a lavagem de dinheiro nelas contribuiram em muito para o fim do Bitcoin. Esta moeda acabou pessoal, vai vivar agora de as vezes subir um pouco para em seguida cair tudo, não virou mais investimento confiável, pela especulação e segurança das exchanges.
Então chará, na verdade a queda do Bitcoin se deu pela entrada deste na CBOE,a bolsa de Chicago, que permitiu grandes investidores institucionais "apostarem" na queda do Bitcon e ainda alavancados até 3x.. Ou seja, pegue um grande Bear, shorting o Bitcoin, com uma mãozinha de Bots na corretoras GDAX e Bitifinex, com anos de bagagem de mercado e muito dinheiro, as consequências eram inevitáveis.. Em novembro já tinha lido sobre o assunto, dezembro duvidei, e em fevereiro já era tarde.. Se tivesso ido junto, e alavancado no Short, hoje estaria rindo.. O que precisamos entender é, se algo é muito bom, ele vai acabar sendo negociado na bolsa de futuros, e se é negociado com contrato futuros, será manipulado.. Não há como se proteger disto.. Acontece com todos os mercados, e quanto menos madura, maiores serão as variações.
Na verdade os dois estão certos,mas olhando de forma equivocada. Sem maiores delongas, sem dúvida as Black pool das Exchanges interferiram e muito com spoof e wash trading. E sim, o dinheiro institucional entrando em dezembro fez toda diferença, mas ele não entrou pelo cboe. Cboe só serviu a muitos deles como uma certificação de que o mercado valia o trade. Com relação a isso basta pesquisar os volumes das Exchanges e do cboe, bem como os custos de transação. Grande abraço!
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