O mercado financeiro achou “frouxo” (dovish) o tom do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), na noite da última quarta-feira (31), quando manteve a taxa Selic em 10,50% pela segunda vez consecutiva. A avaliação de muitos analistas era de que o Banco Central mantinha certa postura leniente com a inflação.
Daí porque a expectativa nesta terça-feira (6) é de que a mensagem na ata da reunião de julho seja dura (“hawkish”), desfazendo qualquer mal entendido sobre o compromisso da autoridade monetária em domar a alta dos preços. A atenção dos investidores estará no que o BC tem a dizer sobre a taxa de câmbio.
Aliás, o dólar abandonou ontem a máxima histórica acima de R$ 5,85 e voltou a fechar no maior nível desde dezembro de 2021. Da mesma forma, o Ibovespa afastou-se do pior momento do dia, quando chegou ao limiar dos 123 mil pontos, e fechou com perdas bem menores do que as das bolsas de Nova York, que tiveram o pior dia desde 2022.
Nesta manhã, os mercados internacionais estancam a sangria da véspera e indicam um dia de recuperação. Os investidores buscam pechinchas em meio aos destroços da liquidação (sell-off) dos ativos de risco na véspera, como se estivessem usando bandagem - ou atadura - para tapar a gangrena.
Afinal, após um dos dias mais violentos nos mercados globais, que fez lembrar a “Segunda-feira Negra” de quase 40 anos atrás, algum alívio é bem-vindo. É o momento, então, de os investidores se recomporem, pois não há razão para temer uma recessão iminente nos Estados Unidos.