Há quem prefira acreditar que quando o Ibovespa sobe é influência externa, mas quando cai são riscos internos - fiscais, principalmente. De fato, ontem, a bolsa brasileira recebeu uma “ajudinha” das bolsas de Nova York e acabou fechando em alta, em uma sessão “arroz com feijão”, ao sabor dos mercados no exterior.
A diferença é que enquanto aqui o índice acionário seguiu abaixo dos 130 mil pontos; lá fora o S&P 500 renovou o recorde de fechamento, acima dos 5 mil pontos. Esse desempenho da véspera impulsiona as praças europeias nesta manhã, com o índice Stoxx 600 atingindo nova máxima em anos. Na Ásia, Tóquio ficou no quase recorde e Hong Kong saltou 2,5%.
O que motivou a alta em Wall Street, embalando as ações globais, foram os dados de varejo mais fracos que o esperado nos Estados Unidos, que renovaram as esperanças de que o Federal Reserve começará em breve a cortar a taxa de juros. Aliás, segundo o Bank of America (NYSE:BAC), a queda dos juros globais é o “empurrãozinho” que falta às bolsas latinas.
Ou seja, está chato, sim. Mas é o que tem e não é de hoje. Os investidores seguem em um samba de uma nota só desde o início do ano, calibrando as expectativas em relação ao momento exato em que o ciclo de alívio nos EUA terá início. Além do “quando”, as apostas também se alternam em relação ao “quanto”.
Da série de sete quedas especuladas até recentemente, o mercado agora espera quatro - ainda assim, uma a mais do que o Fed. Por mais que dirigentes do Comitê votante reforcem a mensagem de que será preciso esperar um pouco - até julho, pelo menos - para o afrouxamento monetário, permanece a convicção de que serão cortes sucessivos.
Diante disso, as atenções desta sexta-feira (16) seguem concentradas nos EUA. O índice de preços ao produtor norte-americano em janeiro (10h30) e a prévia deste mês do sentimento do consumidor, medido pela Universidade de Michigan (12h), devem definir o rumo do dia, com o exterior ditando a dinâmica dos negócios locais, mais uma vez.