- A Meta divulgou um número maior que o previsto de usuários diários no 1º tri
- Suas ações já caíram quase 50% neste ano
- Alguns analistas acreditam que a perspectiva de risco-retorno seja bastante atraente
O pior já pode ter ficado para trás para os investidores da Meta Platforms (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34). As ações da gigante das redes sociais sediada em Menlo Park, Califórnia, dispararam cerca de 17,5% na quinta-feira, depois que a companhia divulgou que sua principal plataforma, o Facebook, havia adicionado mais usuários do que os analistas previam. O papel fechou o pregão cotado a US$ 205,73.
A boa notícia não poderia ter vindo em melhor hora, já que a proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp apresenta atualmente o segundo pior desempenho do ano no grupo de megaempresas de tecnologia conhecido como FAANG.
O que desencadeou a liquidação no FB foi o balanço bastante decepcionante divulgado em fevereiro, quando a empresa informou aos investidores que seu negócio principal estava em perigo. Pela primeira vez, a base de usuários do Facebook parou de crescer. Em alguns mercados, chegou inclusive a encolher.
Mas, no relatório de resultados de quarta-feira, a história foi diferente. A Meta registrou 1,96 bilhão de usuários diários na sua principal plataforma, o Facebook, durante o trimestre encerrado em 31 de março, mais do que a estimativa consensual de 1,94 bilhão.
Uma ação de qualidade deslocada
Mesmo após o salto de quinta-feira, alguns analistas defendem que as ações da Meta estão relativamente baratas. A US$ 195,50, os papéis do FB são negociados a 16 vezes suas estimativas de resultados, um valuation bastante atraente para uma empresa que produz uma margem líquida de 33%.
Em uma nota nesta semana, a Evercore ISI disse que vê a perspectiva de risco-retorno para as ações do FB como bastante interessante, dizendo ainda que a Meta era uma “clássica ação de alta qualidade deslocada”. A nota disse ainda:
“É quase certo que a receita e o LPA do FB se fortalecerão e acelerarão, à medida que os comparativos diminuem no 2º semestre de 2022, com melhora no cenário macro/geopolítica, monetização maior do Reels e surgimento da plataforma de atribuição de anúncios pós-privacidade do FB.”
A Evercore ISI reiterou sua classificação “acima da média” para a Meta com preço-alvo de 12 meses de US$ 325 por ação.
Apesar dessa reação positiva do mercado, a recuperação do FB continua repleta de desafios, principalmente em vista de alguns sinais de que os anunciantes começaram a cortar seus orçamentos, em meio à alta da inflação e ameaças geopolíticas à economia.
As vendas da Meta no 1º tri cresceram 7% em relação a um ano atrás, marcando a primeira vez em seus 10 anos de história que o faturamento cresce em um dígito como empresa de capital aberto. A companhia ressaltou que a atual guerra na Ucrânia era um fator de preocupação.
Em uma teleconferência na quarta-feira, a diretora-geral financeira, Sheryl Sandberg, declarou que levará vários anos para que o Reels consiga gerar um volume significativo de dinheiro, similar aos esforços de monetização dos stories no Instagram, Facebook e WhatsApp.
O Reels é uma resposta do Facebook ao TikTok, aplicativo chinês que se tornou extremamente popular entre os adolescentes. Apesar de o uso do Reels estar crescendo, os anunciantes da companhia não estão mudando de forma tão rápida para o novo formato.
É preciso ressaltar ainda a falta clareza em relação à mudança da empresa para o metaverso promovida por Zuckerberg. Ainda não sabemos quanto tempo vai levar para que essa iniciativa de grande porte gere resultados.
O criador do Facebook considera que a plataforma representa a próxima grande mudança na computação, ao criar um ambiente digital totalmente imersivo, em que os usuários podem interagir virtualmente enquanto trabalham, fazem compras e jogam games.
A Meta está direcionando um orçamento considerável das suas vendas para financiar essa empreitada, contratando milhares de profissionais altamente qualificados para desenvolver a plataforma. Zuckerberg reiterou ontem que levará anos para que a unidade contribua significativamente para os negócios.
Conclusão
Os investidores devem encarar a empresa com muita cautela. A perspectiva de resultados da Meta no curto prazo melhorou após a empresa mostrar uma tendência positiva no aumento do número de usuários. Mesmo assim, a gigante das redes sociais enfrenta diversos desafios que podem atrapalhar sua recuperação.