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Mudanças no Mercado Mundial de Mandioca e Derivados e Oportunidades Para o Brasil

Publicado 14.09.2021, 18:03
Atualizado 14.05.2017, 07:45

Por Fábio Isaías Felipe

Entre 1950 e 2019, a produção mundial de mandioca cresceu, em média, 2,3% ao ano. Na África, o avanço nesse período foi de 3,3% a.a., em razão de aumento na área plantada, sobretudo na Nigéria. Na Ásia, mais especificamente na Tailândia e no Vietnã, a produção cresceu 2,3% ao ano, por conta da maior produtividade. Já a produção brasileira, por sua vez, caiu 0,4% ao ano ao longo desse período, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), como resultado da maior diversificação agropecuária na comparação com países africanos e asiáticos.

Ainda conforme a FAO, em parte dos países da África e da Ásia, a mandioca, que antes era considerada uma cultura de subsistência, agora tem papel fundamental para o desenvolvimento rural, para a diminuição da pobreza, para a segurança alimentar e energética (biocombustíveis). Assim, maciços investimentos públicos, privados e do terceiro setor agora impulsionam a mandiocultura nestes continentes, inclusive em escala industrial.

Atualmente, Tailândia e Vietnã destacam-se como principais produtores de mandioca e derivados (fécula, chips e pallets). Estes países são, também, os maiores exportadores desses derivados para o mercado chinês, que, por sua vez, apresenta aumento na demanda desde a década de 2000. Como exemplo, em 2020, a Tailândia exportou 2,7 milhões de toneladas de fécula, o que equivale a quase quatro vezes toda a produção brasileira desse derivado.

Projeções da FAO indicam que a produção deve crescer 18% nos próximos 10 anos, especialmente em regiões de baixa renda (2,3% a.a. até 2030). Nos países africanos, esse possível avanço poderá se dar em função de área, ao passo em que, no continente asiático, o incremento na produção deve continuar sendo resultado da maior produtividade agrícola.

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Em relação ao consumo, as projeções apontam que, até 2030, pode ocorrer um adicional de um quilo per capita anual, principalmente em razão da maior demanda na África. Além disso, a produção de biocombustível a partir da mandioca também vem se aquecendo na Ásia.

Ainda que a magnitude dessas alterações não venha a ser como o que se prevê, o fato é que oportunidades poderão ser criadas. Mas, estaria a cadeia de produção da mandioca no Brasil preparada para isso?

Entre 1990 e 2020, a produção brasileira de fécula de mandioca cresceu a uma taxa anual de 3,8%, de acordo com dados do Cepea e da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam). Além disso, a indústria passou a incorporar inovações, e, atualmente, muitas produzem amidos modificados que atendem aos mais diversos segmentos, o que é algo bastante positivo.

Apesar disso, a ociosidade na indústria de fécula tem sido um grande gargalo nos últimos anos. Em 2020, foram produzidas 538,8 mil toneladas de fécula no Brasil, mas a capacidade instalada que se tem hoje no País é para se produzir, pelo menos, três vezes mais, o que, certamente, compromete a competitividade dos amidos.

Parte deste cenário se atrela à forte volatilidade dos preços na cadeia, o que, por sua vez, é resultado da ausência de mecanismos de comercialização que venham a garantir a rentabilidade dentro da porteira – e que também poderiam minimizar os choques de oferta tão presentes nestes mercados.

Com isso, seria possível de se ter preços menos voláteis para a fécula (a exemplo do amido de milho), o que poderia, de fato, ampliar a participação nos mercados globais – a União Europeia, por exemplo, sinaliza buscar outras fontes de amidos, além da batata, bem como novos fornecedores.

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*Pesquisador do Cepea

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