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A presença de mulheres nos Conselhos de Administração ainda é uma exceção, especialmente quando falamos de mulheres jovens. Em um ambiente tradicionalmente masculino e majoritariamente composto por executivos mais velhos, a entrada de mulheres com menos de 40 anos em conselhos representa não apenas um avanço em diversidade, mas também uma ruptura com padrões ultrapassados de liderança.
Segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), apenas 16% dos assentos em órgãos de administração do Brasil (conselhos de administração, fiscais e nas diretorias) das companhias de capital aberto em 2024 eram ocupados por mulheres. Em 2021, a representatividade era de 13%. Quando se considera somente os conselhos de administração, a proporção feminina é de 22,8%.
Outro dado que merece ser destacado é o fator faixa etária. De acordo com a pesquisa do IBGC, a idade média das mulheres que atuam nos órgãos de administração é de 52 anos, a mínima é de 29 anos e a máxima 89. Para complementar, dados da pesquisa “Board Members Survey Latam 2021”, mostram que 37% dos participantes dos conselhos na América Latina têm entre 51 e 60 anos de idade, enquanto 26% dos dirigentes se encontram entre 41 e 50 anos. Os dados obtidos mostram que a população que se encontra entre 61 a 70 anos é de 23%. Em outras palavras 86% dos conselheiros latino-americanos têm mais de 41 anos.
A presença de mulheres jovens ainda é rara, mas quando acontece, pode transformar profundamente a dinâmica e a estratégia das companhias.
Estudo intitulado A diversidade importa cada vez mais: o valor do impacto holístico, feito pela McKinsey apontou que empresas no quartil superior de diversidade de gênero no Conselho são 27% mais propensas a apresentarem desempenho financeiro superior do que as do quartil inferior.
A presença feminina jovem tem muito a contribuir. Ela traz um repertório de experiências altamente valioso, especialmente para empresas que buscam se conectar com novos mercados e consumidores. As mulheres da geração millennial ou Z têm mais familiaridade com tecnologia, ESG, diversidade, inovação digital e novas formas de consumo, temas cada vez mais estratégicos para as companhias. Outro fator é a maior sensibilidade para temas como inclusão, sustentabilidade, comunicação autêntica e relacionamento com stakeholders diversos. Isso contribui para decisões mais alinhadas aos valores da sociedade contemporânea.
Além disso, por não fazerem parte do "clube dos iguais", mulheres jovens tendem a fazer perguntas incômodas, que desafiam a zona de conforto do board. Essa postura crítica pode evitar decisões viciadas e trazer mais transparência. Estes são apenas alguns pontos que demonstram que incluir mulheres jovens nos conselhos não é apenas uma questão de equidade, é inteligência de negócios. Elas ajudam a oxigenar estratégias, conectar a companhia com a sociedade e preparar o negócio para o futuro.
No entanto, para essas executivas o caminho não é fácil. Mulheres jovens que ingressam em conselhos enfrentam uma tríade de obstáculos: o machismo estrutural, o etarismo e a exigência constante de provar sua legitimidade. Muitas vezes são subestimadas, mesmo com formação acadêmica sólida e experiência relevante. Além disso, enfrentam resistência cultural e relacional: conselhos ainda operam com redes informais masculinas, que dificultam a inclusão real de vozes diversas.
Outro desafio é o "tokenismo”, quando empresas indicam uma mulher jovem apenas para cumprir exigências regulatórias ou de imagem, sem realmente integrá-la à tomada de decisão. Isso perpetua a exclusão e mascara uma falsa equidade.
Mulheres jovens em conselhos ainda são minoria, mas representam uma força transformadora. Sua presença é essencial para romper bolhas decisórias, ampliar a representatividade e conectar empresas ao futuro. A diversidade etária e de gênero no board não é concessão, é estratégia inteligente, urgente e necessária.