Somos reis em menosprezar o Brasil. Oolhar nossas deficiências e nos compara com EUA ou Europa.
A meu ver é meio que mania de grandeza. Somos emergentes ora pois! Então se compare com os da tua “classe”. Por isso gosto de olhar e observar o que se passa com os nossos “pares”. Um investidor gringo tem hoje a flexibilidade de investir aqui ou acolá, logo tem que olhar para os lados.
Olhando para algumas bolsas, pelo seu desempenho relativo,dá pra ver que o Brasilzão vai bem. Ou olhando por outra ótica é o que corre maior risco de passar por alguma realização. Abaixo temos Rússia (azul), México (verde), Turquia em vermelho, Polônia (preto), China (marrom) e Brasil (candles).
Sei que essa não é a melhor forma de olhar, mas é uma forma ao menos. O ideal seria comparar o valuation e tals, múltiplos relativos. Mas a ideia aqui é ter uma ideia do que se passa com esse mundo emergente. Então ao que me parece os riscos da nossa economia tem sido precificados em bolsa como menores que de outros emergentes.
E olhando as moedas dos emergentes, não foi só o Real que andou se desvalorizando ante o dólar. o JM Morgan tem um índice que agrega as Ememrging markets currencies. A foto não é das melhores:
RÚSSIA
Salta aos olhos a RUSSIA:
CDS andou explodindo por lá com o risco da rusga com os US ficasse maior:
E o rublo tomou um tombo (spike do gráfico quer dizer que você precisa de mais rublos para comprar um dólar, ou seja, not good!):
TURQUIA
Outro emergente amigo nosso e que vai mal a pior é a TURQUIA. Erdogam e sua cartilha a lá Dilma está destruindo a já combalida economia turca. Como vimos no gráfico acima a bolsa Turca é a de pior performance entre as comparadas no gráfico. Não obstante sua moeda segue seu caminho de desvalorização, dá uma olhada no gráfico abaixo:
Ou seja, cada vez mais eu preciso de mais Liras para comprar US$ 1 dólar! E pra completar o kit destruição de um país a la Dilma, temos uma taxa de juros galopando. Bom pra aquele carry trade maroto que o pessoal fazia até pouco tempo atrás por aqui.
Easy short em Turquia hein, agradeçam esse cara aqui:
CHINA
Segue o seu pace único de crescimento, desenvolvimento com controle centralizado a economia e uma dívida monstruosa que parece que ninguém se importa pois eles são uma máquina anyway. Seguem sendo o gigante alavancado. Sigo duvidando da capacidade deles emergirem como a grande potência que substituirá os EUA como nação hegemônica no cenário internacional.
E uma coisa que Trump conseguiu foi travar os china de comprar tudo pelo US. Os caras estavam com a carteira gorda e cheios de apetite por ativos na terra do tio Sam, mas no meio do caminho havia uma pedra chamada Trump.
ÍNDIA
Se a Rússia e Turquia vão mal o dinheiro procura retorno em outros lugares e a julgar pelos últimos dados a ÍNDIA mantém certa atratividade. Apesar dos pesares políticos (sempre eles), a inflação controlada e uma produção industrial que se expande a 7% YoY certamente atrai a atenção de muitos.
No ano a bolsa deles está parada, mas a Rúpia se desvaloriza bem com receios de intervenção política gerando inflação e corroendo poder de compra da moeda. Longe de ser um safe heaven né…mas estamos falando de emergentes meu amigo…é assim mesmo.
MÉXICO
México até está conseguindo se recuperar, mas num estilo meio Brasil. Lento, com sua produção industrial cescendo coisa de 1% YoY.
Mas com as exportações de carros bombando, muito parecido com o Brasil onde o setor de autos respondeu rápido e mostrou sinais bons desde o ano passado.
VIETNAM
Faltou colocar aí que os investidores parecem “in love” com o VIETNÃ . Bolsa por lá na máxima histórica.
Em geral me chama atenção o fato de após muitos bancões falarem que 2018 seria o ano dos emergentes, o que temos visto de fato é que muitos deles vem patinando. Moedas fraquejando contra o dólar e bolsas igualmente sem força. O Brasil nesse cenário ao menos tem uma coisa muito favorável para atração de capitais: uma economia em recuperação, com uma inflação controlada e juros em baixa. Mas óbvio que o político vai seguir afugentando, mas sigo achando que político por político um Erdogan e um Putin representam tanto ou mais riscos que os nossos. Ou será que estou “errôneo”.