Une jour de tension
Em compasso de espera, com o início da reunião do FOMC hoje, Bolsa novaiorquina próxima do zero-a-zero. Para além dos elementos políticos e econômicos sobre os quais já falamos desde ontem, queda do petróleo — na esteira da reversão de parte do corte de produção promovido pelos sauditas — faz preço na sessão de hoje.
Na Europa impera cautela adicional, à véspera da eleição holandesa e diante do indiciamento formal de François Fillon, candidato à presidência francesa, por uso indevido de recursos públicos. Dias de tensão para o Euro.
Por aqui, Bolsa tem leve queda — após um começo de dia mais tenso, frise-se — com predominância de nomes locais na ponta ganhadora. Dólar se valoriza e juros tem leve alta ao longo de toda a curva.
La vache est alleé al brej
À medida que elevações de juros se aproximam, convicção do mercado sobre a sustentabilidade dos valuations a despeito do maior custo de capital parece vacilar.
Há quem defenda que o mercado de renda fixa é mais racional — particularmente acredito. A julgar pelo desempenho dos títulos “high yield”, a vaca foi para o brejo. Sinais semelhantes, em ações, começam a surgir nas small caps integrantes do Russell 3000, cuja performance foi mais tímida nos últimos dias ante revisões mais conservadoras de lucros futuros.
Em amarelo, S&P500; em branco, Russell 3000. Small caps descolaram para baixo.
La maison va tomber
Theresa May recebeu o aval do Parlamento britânico para entrar com a papelada do divórcio entre Reino Unido e a União Européia.
Libra esterlina sentiu — como se fato fosse inesperado. Seria, talvez, esperança de última hora de um fim diferente? Mercado acredita em cada coisa…
Do outro lado do Canal da Mancha, François Fillon — candidato à presidência francesa — é formalmente indiciado por uso indevido de recursos públicos. Mais precisamente, empregou parentes no Parlamento.
(Ah, se fosse no Brasil… )
A medida cria novo fator de tensão à corrida eleitoral: munição para Marine Le Pen.
Completam o rol de motivos do front político para cautela por parte dos investidores europeus as eleições holandesas, amanhã.
Vai que a casa caia, não é mesmo?
Je ne acrediteé aus chinoise
Saraivada de dados econômicos chineses na noite passada. Destaque negativo ficou por conta de vendas do varejo, que se expandiram no ritmo mais fraco desde 2003 — 9,5 por cento.
Por outro lado, tanto investimentos em ativos fixos quanto produção industrial superaram estimativas. Ficou no mercado, no entanto, a leitura de que ritmo não é sustentável ante as promessas de reformas para contenção de riscos financeiros.
Tenho lá minhas dúvidas se dá para acreditar em promessas do Partido Comunista Chinês.
Por falar em riscos financeiros, vendas de imóveis por lá avançam, no acumulado janeiro-fevereiro, 23 por cento. Não eram no mercado de real estate alguns dos principais riscos de bolha?
Avec Janot, têtes vont roller
Em dia de noticiário esvaziado, atenções locais estão voltadas à iminente apresentação da lista de Janot.
Padilha, de volta ao Governo, alega que sua menção em delação não é motivo suficiente para seu afastamento. Esses caras pensam que fazer parte do governo é um direito…
Cabeças vão rolar.