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Nada Como a Boa e Velha Inflação

Publicado 18.07.2021, 10:13
Atualizado 09.07.2023, 07:32

De volta a 1991

O grande barulho da semana, nos Estados Unidos, esteve relacionado à taxa de inflação, que foi divulgada na segunda-feira.

No mês de junho, o indicador subiu – pasmem – nada menos do que +0,9 por cento, marcando o maior aumento mensal desde junho de 2008. Uma inflação digna do Brasil, diga-se de passagem.

A inflação ao consumidor, no acumulado nos últimos doze meses, chega a +5,4 por cento – também a maior leitura desde agosto/2008.

Inflação dos EUA x Consenso da Bloomberg; Fonte: Deutsche Bank

Mas se você conversar com algum economista, ele(a) vai dizer que na verdade o que faz mais sentido é olhar para o núcleo da inflação, que nada mais é do que o mesmo indicador, mas desconsiderando os efeitos de alguns itens voláteis, como energia e alguns alimentos.

Mesmo assim, a danada da inflação fez história. O aumento de preços em doze meses do núcleo da inflação marcou +4,5 por cento, a maior leitura desde novembro de 1991!

Mas calma, precisamos mesmo é olhar nas entrelinhas para entender o que está acontecendo em terras gringas e levando a inflação a patamares tão exuberantes.

Os principais contribuintes para a alta da inflação nos Estados Unidos nos últimos meses têm sido o mercado de carros usados (em verde no gráfico abaixo), o custo com aluguel e preço dos imóveis no geral.

Gráfico mostra que os principais contribuintes para a alta da inflação nos Estados Unidos nos últimos meses têm sido o mercado de carros usados (em verde no gráfico abaixo), o custo com aluguel e preço dos imóveis no geral.
Fonte: Zero Hedge

A maior surpresa para o mercado tem sido o aumento no preço dos carros usados. Apenas no mês passado, em relação ao mês anterior, a alta foi de +10 por cento, sendo que nos períodos anteriores a variação tinha sido bem expressiva também.

Esse outro gráfico é um pouco assustador. Ele mostra a alta no preço de veículos usados desde 1995. Notem como nos últimos meses ficou bem caro comprar um carro nos Estados Unidos!

Gráfico mostra a alta no preço de veículos usados desde 1995.
Fonte: Manheim

Mas por que isso está acontecendo? Bom, lá atrás, no início da crise, muitas locadoras de carros se desfizeram de parte de seus estoques rapidamente – a um preço não muito convidativo – para fazer frente à crise e à baixa ocupação da frota. Agora, essas mesmas locadoras estão de volta ao mercado de carros novos, que também passa por uma peculiaridade, que é a falta de chips eletrônicos, o que levou várias montadoras a suspenderem a fabricação de automóveis nos últimos meses, ou seja, a oferta de carros está bem baixa nos Estados Unidos.

Diante da reabertura econômica, retomada do emprego e também por conta da migração dos centros urbanos para as regiões de subúrbio – o home office fez com que muitas pessoas procurassem casas maiores, em busca de uma qualidade de vida e trabalho melhores – os carros, agora, mais do que nunca, são necessários, o que leva a esse superaquecimento do mercado de usados.

A situação não é muito diferente no mercado de casas. O gráfico abaixo mostra como está o preço das casas nos Estados Unidos em relação à inflação acumulada no mesmo período.

Gráfico apresenta exageros do FED no mercado – preços das casas nos Estados Unidos versus inflação.
Fonte: Nord Fundos

Notem o quanto os imóveis subiram de preço nos últimos meses, contribuindo para a alta da inflação de uma maneira geral.

E ainda temos a reabertura econômica por vir…

A tabela abaixo ressalta em verde os segmentos que mais contribuíram para o aumento de preços nos últimos meses, comparando a variação ano contra ano dos segmentos.

Maiores contribuições do IPC
Fonte: Bank of America

Tivemos uma aceleração nos preços de um segmento da economia que até então estava “esquecido”: o turismo.

A alta das diárias de hotéis (lodging away from home) e passagens aéreas (airline fares) também aceleraram nos últimos meses, visto que apenas agora, com a vacinação indo muito bem no país, as pessoas estão voltando a circular e viajar a lazer e a trabalho, então possivelmente há mais por vir aqui.

Além disso, temos um consumo reprimido para itens de varejo, cirurgias que foram canceladas e muitas outras coisas que serão retomadas plenamente apenas nos próximos meses.

A impressão que fica é de que a inflação pode até ser transitória, como o Banco Central dos Estados Unidos afirma, mas ela ainda pode estar longe de retornar aos patamares históricos de 2,0 por cento ao ano.

E as implicações disso para seus investimentos? Bom, esse será o tema no nosso próximo texto.

Abraço

Últimos comentários

🎶🎵 Um conto de FARDAS... E um Pai Zueiro 🎵🎶
"O CÍRCULO NEGRO" - Achei o gráfico preço das casa e inflação pouco preciso e com uma correlação forçada. O 37% é até a máxima e os 30% é até uma região suporte. O que tem o Subprime de 2008 com inflação?
Quando as pessoas perceberem que os cheques acabaram vão ser obrigados à procurar emprego. Quando os Governos perceberem que precisam parar de depender da China e começarem a investir em produção local, pelo menos parte da produção. Quando o abastecimento voltar ao normal. DXY nos U$ 80.
Invest nos EU tem q estar atrelado a inflacao para poder se garantir de possivel susto no cp
Realmente até este momento o cenário é controlável e reversível sem maiores traumas. O que me surpreende é que ninguém comenta o efeito inercial da inflação que nada mais é, que a contaminação de setores com preços mais altos para aqueles que ainda tem preços sem aumento. Esse fenômeno foi amplamente vivido no Brasil. Atualmente está bastante presente na Argentina. Porquê nos EUA seria diferente? Será!?
Boa explicação e inclusão de gênero. Nota 10!
Muito bom .
Boa! Ansioso para o próximo texto com o tema, "E as implicações disso para seus investimentos? "
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