- Os preços do petróleo recuam, mas permanecem sustentados pelas tensões entre Israel e Irã e pelos temores de disrupção no Estreito de Ormuz.
- A alta recente da commodity contrasta com a fraqueza da demanda global e o aumento da oferta por parte da Opep+, o que evidencia que os ganhos estão ancorados majoritariamente em prêmio de risco.
- Diante desse cenário, operadores são aconselhados a manter agilidade, já que o petróleo testa níveis técnicos relevantes à espera do próximo movimento de Teerã.
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O mercado de petróleo apresentou forte volatilidade no início desta segunda-feira, refletindo a entrada dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã. Os preços abriram em alta expressiva após os ataques aéreos realizados pelos EUA no fim de semana, somados à intensificação da troca de foguetes entre os dois países do Oriente Médio. Esse movimento inicial de pânico, no entanto, perdia força ao longo da sessão, com os contratos devolvendo os ganhos e recuando para abaixo do fechamento da última sexta-feira.
Apesar disso, o balanço de riscos de curto prazo segue enviesado para cima, diante da expectativa por uma possível retaliação do Irã. No horizonte mais amplo, o cenário permanece nebuloso: o crescimento da demanda mostra sinais de enfraquecimento, enquanto a Opep+ começa a elevar a oferta, um ambiente pouco favorável para a sustentação de preços. Ainda assim, no momento, o foco dos mercados está longe das dinâmicas tradicionais de oferta e demanda. A escalada do conflito é o vetor predominante.
Mercado aguarda resposta de Teerã
A grande incógnita no radar dos investidores é a forma como o Irã decidirá reagir. Até agora, a resposta foi moderada. Com a entrada direta dos EUA no conflito, no entanto, o risco de uma escalada aumenta, com possíveis vias de ação: engajamento militar direto com ativos americanos, ataques via grupos aliados como Hezbollah ou houthis, ou ações pontuais contra infraestrutura petrolífera na Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Do ponto de vista estratégico, as opções iranianas são limitadas. Fechar o Estreito de Ormuz implicaria também interromper suas próprias exportações de petróleo para a China e demais clientes asiáticos. Ainda assim, ataques assimétricos – contra navios, oleodutos ou portos – poderiam causar disrupções relevantes sem paralisar completamente o fluxo.
Fechamento do Estreito de Ormuz seria o pior cenário
Até o momento, não há relatos de interrupções expressivas na oferta. O foco da ansiedade do mercado permanece no Estreito de Ormuz, uma rota estratégica por onde transita quase 20% do consumo global diário de petróleo. O Irã há tempos ameaça interromper esse fluxo, especialmente diante de um envolvimento mais ativo dos EUA nas tensões regionais. Caso essa ameaça se concretize, os preços da commodity podem facilmente ultrapassar a marca de três dígitos.
Como resposta aos ataques americanos, o Parlamento iraniano aprovou uma moção favorável ao fechamento do estreito. A decisão final, no entanto, cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional, segundo a imprensa estatal. O chanceler iraniano afirmou que “todas as opções” estão sendo consideradas.
Esse cenário, contudo, segue sendo o mais extremo. É igualmente plausível que ocorra uma inflexão diplomática ou ações de retaliação mais controladas, evitando os pontos de maior sensibilidade geopolítica. Dessa forma, apesar da forte reação inicial dos preços, os movimentos permanecem relativamente contidos. Isso não significa, porém, que o ambiente não possa se deteriorar nos próximos dias.
Fundamentos ficam em segundo plano
Como já apontado, o pano de fundo estrutural para os preços do petróleo segue comprometido: crescimento da demanda em desaceleração e aumento da oferta por parte da Opep+. Os PMIs divulgados na zona do euro reforçam essa leitura: o setor industrial continua em retração, com leitura de 49,4, e o setor de serviços mostra expansão marginal, em 50,0.
Como operar petróleo nesse ambiente?
Dada a sensibilidade atual do mercado, é essencial que os operadores adotem uma abordagem de gestão de risco rigorosa. Independentemente de convicções fundamentais, não há espaço para complacência neste contexto volátil.
Os próximos dias serão cruciais. Caso os ataques e a retórica se intensifiquem, os preços podem subir ainda mais. Já uma pausa no conflito, ou mesmo uma sinalização de desescalada, pode provocar rápida reversão.
Em suma, mantenha posições leves e estratégias ágeis para se adaptar com rapidez, sem envolvimento emocional excessivo.
Níveis técnicos do Brent em foco
Do ponto de vista técnico, o Brent encontra resistência em torno dos US$ 78,00. Um rompimento consistente desse patamar poderia abrir caminho para uma tentativa de alcançar os US$ 80,00 – nível psicológico importante e teste relevante para os compradores. O suporte de curto prazo está na faixa dos US$ 76,00, com os US$ 75,00 servindo como piso chave. Caso o ambiente se estabilize e os preços caiam abaixo dessa marca, é possível uma nova aproximação das mínimas na casa dos US$ 70.
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