Ação da B3 pouco badalada sobe +26% no mês; alta foi captada por ferramenta de IA
Nos últimos cinco anos, a bolsa NASDAQ e o Bitcoin dançaram em quase perfeita sincronia — com correlação de Pearson acima de 0,95 desde 2021, segundo dados. O que à primeira vista parece coincidência, a macroeconomia revela, no fundo, uma conversa profunda sobre tecnologia e disrupção. Enquanto a NASDAQ representa o coração pulsante da inovação em software, cloud e IA, o Bitcoin é a infraestrutura financeira que torna possível um mundo sem intermediários. Ambos são filhos da mesma revolução digital: redes descentralizadas, código aberto e escalabilidade global. Quando o índice sobe com avanços em semicondutores ou computação em nuvem, o Bitcoin responde com força — não por acaso, mas porque compartilham o mesmo combustível: confiança no futuro da tecnologia.
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A chegada dos ETFs de Bitcoin em 2024 selou essa união. Gigantes como BlackRock e Fidelity não tratam mais o BTC como um ativo exótico, mas como uma posição de crescimento com beta elevado — exatamente como fariam com uma small-cap de tecnologia. Em 2025, mesmo com volatilidade, o Bitcoin amplifica os movimentos da cotação da empresa NASDAQ em uma proporção média de 3:1. Quando o índice caiu -18% entre janeiro e abril, o Bitcoin despencou quase -25% no mesmo período. Não é coincidência: ambos reagem à mesma variável — apetite por risco em ativos de inovação. Juros baixos, liquidez farta e narrativas de transformação digital empurram os dois para cima; incerteza monetária ou recessão, para baixo.
Mas a conversa vai além dos gráficos. A NASDAQ abriga empresas que constroem a internet do valor — blockchains privadas, tokens de governança, infraestrutura Web3. O Bitcoin, por sua vez, é o protocolo que essas empresas muitas vezes copiam, citam ou integram. Pense na Coinbase (listada na NASDAQ) ou na MicroStrategy, que transformou seu balanço em uma tese de investimento em BTC. A rede Bitcoin não compete com a Big Tech; ela completa o ecossistema. Enquanto a NASDAQ financia a inovação, o Bitcoin a monetiza diretamente, sem permissão de bancos centrais ou reguladores.
Em síntese, a bolsa/empresa NASDAQ e o Bitcoin não são apenas correlacionados — eles se conversam em código. Um fala de computação escalável; o outro, de valor transferível. Um é financiado por venture capital; o outro, por proof-of-work. Juntos, formam o novo sistema nervoso da economia digital: quando um acelera, o outro sente o impulso. A alta correlação não é um acidente de mercado — é a prova de que, no século XXI, disrupção financeira e disrupção tecnológica são a mesma história, contada em linguagens diferentes. Naturalmente, essa simbiose carrega consigo a promessa de um futuro digitalmente robusto, mas também a certeza de que o risco e a volatilidade serão a norma nesse novo paradigma.
