Casas Bahia convoca debenturistas para discutir reperfilamento de dívida, incluindo conversão em ações

Publicado 25.11.2025, 18:24
Atualizado 25.11.2025, 20:35
© Reuters

SÃO PAULO (Reuters) -A Casas Bahia buscará aval de debênturistas para reperfilamento de dívidas da companhia, que no balanço do terceiro trimestre continuaram pressionando o resultado da varejista, em uma estratégia que contempla conversão de debêntures em ações.

O conselho de administração da rede varejista aprovou convocação de assembleia de debenturistas da 10ª emissão para 17 de dezembro para votação sobre aprovação do reperfilamento dos títulos, segundo fato relevante da companhia publicado nesta terça-feira.

Os papéis em questão envolvem as três séries, sendo a 1ª e 3ª simples, não conversíveis em ações, e a 2ª conversível em ações.

Em paralelo, o colegiado aprovou assembleia geral extraordinária para a mesma data para decidir sobre um aumento do capital de até R$13,25 bilhões.

A proposta de aumento de capital é um meio de dar flexibilidade para o conselho, uma vez que, se a companhia decidir converter um volume grande de dívida em ações precisará estender aos demais acionistas as mesmas condições.

Desde a conversão de debêntures em ações que transformou a Mapa Capital na maior acionista da companhia em agosto, a Casas Bahia começou a ser procurada por algumas assets com interesse de fazer um movimento semelhante, afirmou uma fonte com conhecimento das discussões.

A Mapa Capital tornou-se a maior acionista da Casas Bahia após conversão de R$1,40 bilhão de debêntures da série 2 da 10ª emissão, movimento que ocorreu após acordo da Mapa com Bradesco e Banco do Brasil que detinham as debêntures.

De acordo com a mesma fonte, Banco do Brasil e Bradesco detêm cerca de 55% da série 1 da 10ª emissão, enquanto, na série 3, são assets, incluindo a Santander Asset, com uma participação de "grande relevância". Procurados mais cedo pela Reuters sobre o assunto, BB, Bradesco e Santander não comentaram.

"Banco do Brasil e Bradesco são bancos que já apoiam a Casas Bahia... mas há também outros grupos interessados em discutir", citou a fonte. "Mas são conversas que ainda vão acontecer. Não há nenhum acordo assinado, nada desse tipo. Há manifestação do interesse de algumas assets em discutir", acrescentou.

No comunicado da Casas Bahia, a companhia referenda que a submissão das propostas aos acionistas e aos debenturistas insere-se "no contexto de negociações em curso com potenciais investidores e debenturistas visando à melhoria da estrutura de capital da companhia, por meio da redução de sua alavancagem".

Também confirmou que, no momento, ainda não firmou quaisquer instrumentos vinculantes com tais investidores e/ou debenturistas.

Na ocasião da divulgação do balanço do terceiro trimestre, que mostrou prejuízo líquido de R$496 milhões, o vice-presidente financeiro da empresa, Elcio Ito, disse que o grupo estava trabalhando em algumas iniciativas para continuar melhorando a estrutura de capital.

As potenciais operações são consideradas transformadoras, de acordo com a mesma fonte, citando que têm potencial de zerar a dívida da Casas Bahia. "Dá para deixar o balanço realmente bem leve. Isso destravaria o potencial de crescimento da companhia de uma forma realmente material", acrescentou.

Na bolsa paulista, as ações da Casas Bahia fecharam com alta de 6,84%, completando três pregões seguidos de forte valorização - +11,11% na segunda-feira e +4,27% na sexta-feira. Desde a conversão envolvendo a Mapa, subiu quase 34%.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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