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O Brasil é Antifrágil? Ciro, o Violino, Macunaíma e o Dinossauro

Publicado 28.05.2018, 14:05
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Conversa real entre um idiota (A) e uma das pessoas mais brilhantes que conheço (B), em visita ao nosso escritório na sexta-feira – preservo os nomes para evitar constrangimentos:

A: Estou tentando entender de qual lado a turminha ambientalista e de esquerda está: dos caminhoneiros oprimidos afetados pela política de preços da Petrobras (SA:PETR4) ou dos franguinhos morrendo por conta da falta de ração.

B: Felipe, não seja tão rigoroso. Agora você quer cobrar coerência desse pessoal? Aliás, você deveria escrever sobre o Ciro e o violino.

A: Ele não tem muito jeito de quem toca violino…

B: Desconfio que não toque mesmo. O governo é como um violino, meu caro. Você pega com a esquerda, mas toca com a direita.

A: A frase do Tony Blair, né?

B: Ah, já disseram que foi o Sarney que cunhou, o Espiridião Amim já citou também. Sei lá, acho que é um ditado espanhol antigo.

A: É, temos aqui nossos Tony Blairs também…

B: kkkk. Mas, veja, há algo interessante no Ciro. Ele governou tanto Fortaleza quanto o Estado do Ceará sem déficit, o que parece indicar uma preocupação muito acima da média com a questão fiscal.

A: Nossa, não fala isso em voz alta…Com o Nelson Marconi e a turma do moto perpétuo tocando a economia?

B: Eu tenho a impressão de que o Nelson Marconi está para o Ciro assim como o Mercadante estava para o Lula. Na hora em que o show realmente começar, não terá lugar pra ele no palco.

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A: Talvez você tenha razão. Você sempre tem. Mas ainda tenho medo. Falando em show, se tinha alguma dúvida, ela acabou quando vi o Caetano convidando para o “Roda Viva” da segunda-feira. Ao falar de política, o Caetano só faz arte…

B: Será que o Caetano toca violino?

A: kkkk. Não sei, mas aquela versão de Jokerman no Circuladô me emociona a cada vez que escuto. Um verdadeiro gênio…

B: Da música, da música…Mudando de assunto, Felipe, queria muito sua opinião sobre este momento. Você está vendo como crise ou oportunidade?

Tento responder à pergunta publicamente. Não que eu ache que possa contribuir muito com o debate. Estou certo de que não. Mas esse é meu trabalho. Vivo de publicar minhas ideias. Talvez a dúvida individual pertença também aos outros dois leitores desta newsletter.

Não vejo crise ou oportunidade. Vejo as duas coisas. Aliás, elas são essencialmente a mesma coisa. O choque nos obriga a buscar uma situação nova, quase necessariamente. Se ela vai ser boa ou ruim, ainda não conseguimos saber, mas parece certo que se cria uma grande janela de oportunidade para solucionarmos alguns de nossos problemas.

Se vamos mais uma vez meramente ceder às pressões de corporações organizadas em um novo arrombo fiscal, será péssimo. Não só pelo fato em si, que já traz impacto fiscal da ordem de 10 bilhões de reais, mas pela possibilidade de outros emergirem-se contra a União num clamor por mais subsídio, mais reserva de mercado, menos eficiência. A minoria estridente impondo suas vontades individuais sobre a maioria silenciosa. O velho problema de prejuízos diretos, mensuráveis e imediatos, contra benefícios indiretos, difusos e de longo prazo.

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Também há um risco de maior insatisfação com o status quo, que acabe resultando na eleição de um candidato extremista no próximo pleito presidencial. O discurso fácil e populista contra a política de preços da Petrobras ganha corpo em favor de mais déficit público, cujos desdobramentos serão muito piores: explosão da dívida pública, mais impostos lá na frente e/ou hiperinflação.

Em contrapartida, podemos enfrentar o choque para tornarmo-nos melhores, como se tomássemos uma benzetacil de antifragilidade. Com alguma sorte, talvez a população perceba que não há mais como ceder aos interesses de corporações específicas, que sequestram o país em prol de suas motivações particulares. Esse tem sido um de nossos grandes problemas, transformando o Brasil na nação da meia entrada. Como há subsídio para tudo que é grupo organizado, a massa desorganizada da população acaba pagando caro por qualquer coisa, para que a média fique razoavelmente equilibrada.

Não há hoje no Brasil apenas um capitalismo clientelista ou de compadrio, em que o sucesso nos negócios depende de relações estreitas e, por vezes, não republicanas entre empresários e governo. Estamos diante de um capitalismo de gângsteres mesmo, da formação de quadrilhas para usurpar o erário e pegar o seu naco dos cofres públicos, sob um pretexto qualquer.

Se hoje o Estado é babá, isso decorre em grande medida de uma população que demanda cuidados de um bebê, incapaz de livrar-se das fraldas. Precisamos começar a ir ao banheiro sozinhos, entendendo que não há uma separação entre Estado e sociedade. Se queremos eficiência, baixa tributação, inflação controlada e contas públicas em dia, teremos de entender que os preços dos combustíveis são exógenos, dados pela condição externa do preço da commodity multiplicado pela taxa de câmbio. Isso precisa valer com a gasolina barata ou cara.

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Com isso, não quero dizer que não havia erros na política de preços da Petrobras. Reajustes diários a partir da flutuação de duas variáveis (bastante) aleatórias impõem uma volatilidade e uma imprevisibilidade excessiva aos agentes econômicos. Sairmos de um mecanismo de mudanças diárias para outro mensal pode ser a primeira consequência material antifrágil dessa crise.

A greve dos caminhoneiros – se é que podemos chamá-la assim – escancara problemas fundamentais do Brasil. Identificá-los e observá-los sem filtro é o primeiro passo para superá-los. A alternativa seria muito pior: chegar às eleições fingindo que está tudo sob controle, de que o país não precisa de uma espécie de refundação do Estado, com uma agenda ampla e irrestrita de reformas.

Qual caminho vamos tomar: da materialização dos riscos ou do aproveitamento das oportunidades?

Ainda é cedo para dizer. Tento recorrer a imagens para traduzir o que estou pensando. Ai, que preguiça. Esse é o Brasil, o país duplamente preguiçoso. Macunaíma não pesca, ele pede peixe para o Sr. Yes. A parte boa dessa história é que, para os parasitas continuarem mamando na teta do hospedeiro, esse último precisa estar vivo. Desde 1994, a cada vez que flertamos com o abismo, demos meia volta e caminhamos na direção da melhora. O país precisa do choque para acordar.

Quando é a melhor hora de se comprar Bolsa?

“Riots on the streets” (manifestações nas ruas). Chegamos lá.

Antes de prosseguir com as coisas mais frívolas do dia, duas observações:

1 – Afirmei recentemente que o Fundo DI de taxa de 0,1% do BTG (SA:BPAC11) é a melhor alternativa para sua reserva de emergência. É verdade. Mas preciso aqui registrar um desdobramento. A XP parece ter reagido à ofensiva e reduziu a aplicação mínima de seu fundo DI, cuja taxa é de 0,2% de 3 mil reais para 500 reais. Como o fundo DI do BTG exige mínimo de 1 mil reais, hoje a melhor alternativa para quem quer investir entre 500 reais e 1 mil reais sua reserva de emergência é o fundo da XP.

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2 – Há uma longa matéria do “Valor” apontando falhas da 3G e sugerindo um modelo ultrapassado. Desta vez é mesmo diferente para a 3G? Tente imaginar um dinossauro se autodefinindo um dinossauro. Não parece razoável. Um gestor que se reconhece defasado ou obsoleto, se reúne pessoas, processos e tecnologia, é quase por definição um gestor atualizado e em linha com as questões mais avançadas de sua época. Quem surgiu como um banco de investimento agressivo e terminou como dono da maior cervejaria do mundo vai aprender sobre marketing digital, mídia programática e campanhas assertivas com facilidade.

Mercados brasileiros iniciam a segunda-feira em queda. Sofrem com deterioração das commodities no exterior, em dia de forte recuo do petróleo, e preocupação adicional com a questão fiscal brasileira em meio aos efeitos sobre os cofres públicos do acordo com caminhoneiros.

Falta de referência externa pode tirar liquidez dos mercados. Memorial Day fecha Wall Street e também é feriado bancário no Reino Unido. Agenda doméstica traz relatório Focus e nota de crédito do BC.

Ibovespa Futuro cai 1%, dólar e juros futuros sobem com vigor.

Últimos comentários

Como fala asneira / não entende nada de geopolítica, de Brasil, de sociologia, de economia e tampouco de técnica de instrumento musical. Filhinho, o violino se toca c as duas mãos. À esquerda defina as notas da escala e a direita, no caso do violino, fricciona as cordas c o arco. Se for violão clássico as cordas são dedilhadas. Se for violão folk, jokerman, as cordas são  percutidas. Vai estudar. É impressionante q pessoas c um nível tão reduzido de horizonte, tenha a uma plataforma dessas pra tá falando abobrinha.
Eh soh nao ler mais os textos dele. Assim funciona a internet. Beijos de luz S2
negativo! tem quem publique e tem quem comente. Assim é que funciona a internet. encaminhe seus beijos a outro.
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