Luz, Câmera...
Semana começa com todo mundo querendo saber se alguém vai pedir vista no TSE.
É surreal pensar que se demore quase três anos para julgar a validade ou não de uma chapa eleitoral – caso se conclua pela cassação da chapa, durante 3/4 do mandato o país terá sido governado por quem ganhou as eleições em desacordo com a lei eleitoral.
O bom senso manda que as investigações e o julgamento se dêem durante as eleições ou, no máximo, antes da posse. Mas, claro, bom senso é coisa de maluco no Brasil.
De qualquer forma, seria irresponsável arriscar algum cenário para o que sai desse julgamento – até que ponto a prisão de Rocha Loures e eventuais divulgações de novos áudios podem influenciar a decisão do Tribunal?
Janot claramente está tocando todo o processo contra Temer a toque de caixa (se a moda pega, Renan que se cuide!)
Seria tentativa de constranger o TSE?
O advogado de Temer acha que sim.
Tudo que eu sei é que tanto a PGR quanto a OAB foram bem mais céleres contra Temer do que contra Dilma – a falta que faz uma base militante…
Enquanto isso, Loures pede que sua esposa, grávida de oito meses, foque no quartinho do bebê.
Se chamar um bom editor, vira filme – e ganha Oscar.
O PSDB se recusa a descer do muro e o Congresso vai tentando mostrar que o país não está paralisado – amanhã teremos votação da Reforma Trabalhista na Comissão do Senado. Só Deus sabe o que sai, mas parece que Temer, tentando aplacar a fúria de sindicalistas, abriu mão de vez de acabar com o imposto sindical.
Se for verdade, talvez seja melhor que Temer caia logo – desde que, claro, não tenhamos mais uma esculhambação e se invente uma nova eleição no meio do caminho.
E há quem diga que devemos comparar o Brasil com outros países desenvolvidos…
Tudo que peço é uma resolução rápida. Caia quem tem que cair, prenda-se quem tenha que prender.
Independente de partido, religião e números de dedos em cada mão.
Não Precisa nem Delatar!
As coisas, de fato, parece que ficaram mais difíceis. Quando a economia começava a melhorar, as reformas estavam todas engatilhadas e inflação, câmbio e PIB apresentavam números e tendências promissoras, veio a delação do fim do mundo e acabou com a alegria da galera.
O pior é que, com tudo isso, fica até difícil saber como e no que investir… que tipo de estimativa e análise se sustenta em um país que mal tem presidente?
Pensando nisso, criamos uma mega promoção aqui na Empiricus pra te ajudar a atravessar esse que, no curto prazo, tende a ser um momento de muita turbulência e pouquíssimas certezas.
É o 2x1.
Você escolhe um produto essencial e leva o outro inteiramente de graça!
Não tem truque nem pegadinha e, melhor ainda, não precisa delatar ninguém pra ter direito!
Dá uma olha aqui antes que acabe!
O Mistério do Minério
Não é novidade pra ninguém que a China cresceu assombrosamente nos últimos anos. Muito do crescimento se deu por um programa estatal de investimento em infraestrutura que, no início dos anos 2000, foi responsável por um super ciclo de commodities.
No ano passado, a China importou 850 milhões de toneladas de minério de ferro, contra 124 milhões em 2004 – em pouco mais de 10 anos, alta de 585 por cento! Não à toa, o preço de minério disparou e, em 2011, atingiu o recorde histórico de 180 dols/ton.
O problema é que a mão invisível do mercado é implacável e a oferta de minério cresceu mais rápido do que a de paletas mexicanas: de 2004 a 2016, a produção anual passou de de pouco mais de 900 milhões de toneladas para cerca de 2 bilhões de toneladas.
Quando o crescimento chinês começou a mostrar que perdia força e que o modelo de investimentos em infraestrutura parecia se esgotar, ficou claro que a festa do aço chinês ia acabar e tivemos o crash do mercado de minério – na mínima, chegou a bater menos de 42 dólares por tonelada.
Fontes: Empiricus Research e Bloomberg.
A mão invisível entrou em ação mais uma vez e as minas menos eficientes, muitas delas chinesas, foram fechadas.
O governo chinês, tentando aplacar o estrago, aplicou uma política monetária mais dovish em 2016 (crédito pra todo mundo) e, logo, vieram novos investimentos em infraestrutura – o preço disparou e minério voltou a ser, novamente, o negócio do século.
Curioso que, enquanto o preço subia, a China ia estocando mais e mais minério em seus portos. Quando o mercado se deu conta, o estoque era suficiente para a construção de 13 mil torres Eiffel!
A alegria durou pouco e os preços despencaram novamente – com nova queda, minério é agora negociado próximo a 55 dólares a tonelada, poucos meses depois de ter rompido a marca de 90 dólares em fevereiro.
A pergunta que fica é: o que os chineses pretendem fazer com mais de 135 milhões de toneladas estocadas em seus portos?
Alguém tem algum palpite? Mande para m5mpro@empiricus.com.br.
Amanhã seguimos com o tema.
Não Priemos Cânico
Esperando pelo TSE e sem ajuda lá de fora, Bolsa opera em leve queda. Já o dólar acelerou e flerta com os 3,30 reais.
Nos mercados globais, clima também é de apreensão: terrorismo em Londres pode ter algum impacto sobre as eleições (quinta-feira) no Reino Unido? Theresa May ainda segue à frente nas pesquisas, mas a diferença já não é nada confortável.
Além disso, James Comey, ex-diretor do FBI, vai prestar depoimento no Congresso norte-americano sobre possível interferência da Rússia nas eleições americanas e Draghi pode dar o tom sobre juros e estímulos na Europa depois da reunião do Banco Central Europeu – espera-se que os juros se mantenham baixos por lá por um bom tempo, enquanto a tendência é que o Fed aumente juros na próxima semana, a dúvida é se teremos mais um ou dois aumentos até o fim do ano.
Com commodities pra baixo e feriado na Alemanha, Bolsas mundiais operam no vermelho, recuando das máximas históricas de sexta feira, mas o VIX segue abaixo dos 10 dólares.
Nada de pânico, por enquanto, só uma leve correção e um pouco de risk-off.