O Banco Central Europeu (BCE) já está imerso em um ciclo de aperto monetário via alta de juros para controlar a inflação galopante.
Este fato, que prejudica muitos setores, é favorável ao setor bancário devido ao seguinte:
1) A margem de juros dos negócios dessas entidades aumenta, assim como o lucro líquido.
2) A subida das taxas de juro também tem repercussões na medida em que as prestações sobem e por isso as hipotecas de taxa variável referenciadas à Euribor são mais caras.
Outro elemento que também torna o setor bancário espanhol interessante é que o setor enfrenta o risco atual de recessão econômica melhor do que na crise financeira de 14 anos atrás, pois tem um índice de solvência e inadimplência muito melhor.
E não menos relevante é a questão dos dividendos, com yields que no caso do BBVA (BME:BBVA) oscilam em torno de 6,5%, no CaixaBank (BME:{{452|CABK} }) 4,26%, no Sabadell 4%, no Santander (BVMF:SANB11) 3,95%, no Bankinter (BME:BKT) 3,35%.
E como último ponto a favor, segundo o PER, o setor bancário espanhol está sendo negociado com um desconto interessante.
Digamos que o PER é um índice que mede a relação entre o preço de mercado de uma ação e os benefícios que ela obtém. É obtido dividindo-se a capitalização de mercado de uma empresa pelo seu lucro líquido. É usado para ver se as ações de uma empresa estão caras ou baratas e indica o número de anos em que o lucro de uma empresa está contido em seu preço. Ou seja, quantos anos de lucro da empresa precisamos para recuperar o dinheiro investido na compra de suas ações.
No gráfico a seguir podemos ver o índice setorial dos bancos do Ibex 35. O suporte formado em março deste ano funcionou muito bem quando foi tocado em julho, evitando novas quedas e iniciando uma recuperação mais interessante para cima.
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Com o início da época de divulgação dos resultados trimestrais, vejamos brevemente o que podemos esperar das principais entidades bancárias espanholas...
- Bankinter (BME:BKT): apresenta as suas contas esta quinta-feira e pudemos verificar que as margens de juros ascendem a 373 milhões de euros e o seu resultado líquido ascende a 154 milhões de euros, o que significaria uma melhoria de 39% face aos valores do ano anterior. Sua taxa de inadimplência é de 2,10%.
- Banco Santander (BME:SAN): apresenta números na quarta-feira da próxima semana e seu lucro líquido pode ser de cerca de 2.226 milhões de euros, superando os números anteriores em quase 3%. Quanto à sua solvência, permaneceria em 12-05-12,10%.
Em relação ao PER, pode-se dizer que o banco é um dos que teoricamente estaria mais desvalorizado pelo mercado, com uma média em torno de 8 vezes.
Diz ainda que vai recomprar ações no valor de quase 980 milhões de euros e que vai distribuir um dividendo de 5,83 centavos por título no dia 2 de novembro, pelo que os acionistas vão receber mais de 20% em relação ao ano passado. Obviamente, o último dia para ter direito ao recebimento do dividendo é 28 de outubro.
- Banco Sabadell (BME:SABE): a sua vez será na quinta-feira dia 27 e poderemos ver um resultado líquido de cerca de 240 milhões de euros, o que significaria mais de 6% em relação aos números anteriores. Sua solvência gira em torno de 12,6% e o índice de inadimplência é de 3,30%.
Em relação ao dividendo, pode distribuir 0,015 euros brutos por ação no mês de dezembro.
- BBVA: apresentará as suas contas na sexta-feira dia 28 e poderá ver-se um resultado líquido de cerca de 1.485 milhões de euros, superando os valores anteriores em mais de 6%. Sua solvência seria superior a 12,4% e a inadimplência em 3,7% (seria uma das mais altas do setor).
Em relação ao PER, pode-se dizer que o banco é um dos que em tese estaria mais desvalorizado pelo mercado.
- CaixaBank: também apresentará os seus números na sexta-feira, dia 28. Verificou-se um resultado líquido de cerca de 805 milhões de euros, superando os números anteriores em mais de 8%. Seu índice de inadimplência supera ligeiramente 3,1%.