Na última quarta-feira (31/01) podemos observar que, mais uma vez como esperado, o Banco Central cortou a Selic para 11,25%. Foi mais um corte de 0,5% seguido da taxa de juros que baliza a economia brasileira e com indicativos de futuramente continuar diminuindo.
Muitos investidores já estavam acostumando com a taxa de juros alta, com suas carteiras rendendo acima de 1% ao mês sem fazer "muito esforço" e prioritariamente alocando em ativos de renda fixa pós-fixados. Mas e agora? O que fazer para manter uma rentabilidade satisfatória e ainda dentro do seu perfil de investidor?
O que é clichê e todo mundo sabe é que o cenário de baixa de SELIC colabora para ativos de renda variável como ações e fundos imobiliários, aumentando a atratividade e o apetite a risco nessas classes de ativos.
A sugestão é manter um portfólio balanceado e de acordo com o seu perfil. O mercado vem apresentando diversos ativos ainda, mesmo com a bolsa tendo subido bem nos ultimos 3 meses, com valuations atrativos e com qualidade em seus números operacionais. Lembre-se sempre que a escolha de um bom ativo de renda variável é uma junção de bom preço e qualidade.
A renda fixa em alguns papéis pré e atrelados ao IPCA também são classes de ativos que vem ganhando espaço, principalmente aqueles que são isentos de Imposto de Renda (CRI/CRA, debêntures incentivadas...). Com a SELIC caindo, os títulos pos fixados tendem a serem mais usados para reserva de emergência, caixa e outras aplicações focadas em liquidez. Vale ressaltar a importância de se analisar os emissores, prazo e também outros riscos inerentes a esses papéis. A renda fixa pode ser tão (ou até mais) arriscada em alguns pontos do que até a própria renda variável se escolhida de maneira equivocada.
Uma questão que devemos atentar é que sempre um acompanhamento de perto da carteira de investimento deve ser feito, principalmente em mudanças de ciclos. Entender fatores macroeconômicos baliza o investidor para diversas tomadas de decisão e é fundamental isso para que não se mantenha uma carteira fora do seu perfil e com rentabilidades insatisfatórias.
Por sua vez, fazer uma mudança agressiva de carteira onde se tinha prioritariamente ativos que são de renda fixa pós fixada para renda variável e outras classes com maior volatilidade pode gerar uma certa aflição no investidor e principalmente a tomar decisões precipitadas caso a sua carteira venha a ter uma queda mais acentuada durante esse percurso. Ressalto a importância de um acompanhamento profissional de confiança, seja ele seu assessor, consultor, advisor... em que o mesmo deve te alertar de acordo com suas particularidades os movimentos adequados em sua carteira.
Busque também estudar e entender pelo menos o básico pois, além dos investimentos, essas decisões econômicas são importantes para diversas coisas da sua vida!