Garanta 40% de desconto
👀 👁 🧿 Todas as atenções voltadas a Biogen, que subiu +4,56% depois de divulgar o balanço.
Nossa IA selecionou essa ação em março de 2024. Quais são as próximas ações a MASSACRAR o mercado?
Descubra ações agora mesmo

O Que Levou Trump a Anunciar Sobretaxas do Aço e do Alumínio de Brasil e Argentina

Publicado 05.12.2019, 11:11
Atualizado 09.07.2023, 07:32

No decorrer da primeira semana de dezembro, vimos o presidente americano Donald Trump comunicar o retorno da sobretaxa de importação do aço e do alumínio brasileiro e argentino. A medida, claramente protecionista, faria algum sentido se a intenção fosse realmente proteger a indústria e a agricultura norte-americanas como alegado, mas não é bem por aí.

O retorno das tarifas, que no passado foram de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio brasileiros, estão sendo justificadas pela acusação de manipulação do câmbio. Talvez você já tenha ouvido falar sobre isso porque trata-se exatamente da mesma acusação dos EUA contra a China, mas caso não tenha, “manipulação do câmbio” quer dizer basicamente que um país está influenciando a cotação da sua moeda frente ao dólar com a finalidade de obter vantagens comerciais.

Trazendo para o nosso cenário, o real desvalorizado favorece os exportadores brasileiros que têm, para cada R$ 1,00 de custo, mais de R$ 4,00 de lucro com a atual cotação do dólar, por exemplo. Ocorre que o contrário também é verdadeiro. Ou seja, aqueles setores que dependem da importação de produtos americanos sofrem o efeito reverso, o que cria um equilíbrio entre as exportações e importações brasileiras.

Do ponto de vista americano, porém, o quadro é um pouco diferente. Lá, se os produtos brasileiros ficam mais baratos por conta da moeda, eles acabam prejudicando a venda dos produtos americanos, tanto para o consumo local quanto para consumo internacional nos setores em que Brasil e EUA concorrem. Dessa forma, daria para entender as razões que levariam o presidente americano a “proteger” os seus próprios produtores de aço e alumínio.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

O “X” da questão, porém, é outro.

O primeiro ponto é que a desvalorização do real e do peso, salvo particularidades, é um reflexo da insegurança do mercado em meio à guerra comercial entre os EUA e China, criada pelo próprio Trump, somado às preocupações com a desaceleração da economia global.

E o segundo ponto, mais específico, é que o aço mais vendido do Brasil para os EUA é do tipo semiacabado, muito utilizado na indústria automotiva, um setor fundamental para a economia norte-americana. Isso quer dizer que a medida pode até beneficiar os produtores locais de aço e alumínio no curto prazo, mas sobretaxar um produto tão importante para a cadeia produtiva de veículos vai encarecer a produção e pode até gerar dificuldade de escoá-la, o que, em última instância, pode aumentar o desemprego no médio e longo prazo como já aconteceu no passado.

Mas, então, se não há um grande motivo ou vantagem econômica por trás do anúncio de Trump, por que ele estaria comprando mais uma briga comercial? Por que ele estaria disposto a ter uma vantagem no curto prazo, se isso pode gerar desemprego no longo prazo?

A resposta é simples: as eleições presidenciais de 2020 estão chegando.

A mudança de postura do presidente americano nas últimas semanas é notável. Trump está demonstrando o desejo de fortalecer a sua imagem e agradar a base eleitoral que o elegeu em 2016, em especial os fazendeiros e a indústria automotiva, o que ele consegue ao anunciar a medida sem dar mais detalhes ou se comprometer com prazos de implementação.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

O cálculo político, porém, é extremamente delicado e difícil. Para que os indicadores econômicos sejam os melhores possíveis na época das eleições, o presidente americano terá que se dividir entre medidas protecionistas que agradem sua base e acordos comerciais que projetem um crescimento maior para 2020.

Não se surpreenda, portanto, se entre tapas e beijos, os EUA fecharem acordos daqui, enquanto arranjam brigas ali, falarem uma coisa, mas agirem de outra forma. É o jeito Trump de fazer política.

Por Ernani Reis, analista da Capital Research

Últimos comentários

As exportações do Brasil para USA são seguramente muito relevantes, mas o inverso não é verdadeiro. O Brasil responde, no máximo, há 3% do comércio internacional. A questão da sobretaxa é mais pelo lado cultural, visto que os americanos detestam quando as regras não são cumpridas. É ums questão de princípios e os conhece, sabe do que falo. A depreciação do Real esta relacionada com a pressão dk setor bancário brasileiro, muito conhecido, pela especulação das moedas.
Melhor análise que li.
Melhor análise que li.
boa análise. vlw
muito boa a análise da situação
Analise perfeita, parabens!
Pareceu me muito obvio sua analise nao yrouxe nenhuma novidade perdi meu tempo
perfeita análise!
Excelente Colocação!
Excelente artigo, parabéns Ernani !
Excelente Ernani!
selicona velha de guerra muito baixa....real desvaloriza
Acabou o amor
Trump***
esse Vaco nos infernos aff
muito bom !
Excelente artigo Ernani.
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.