Calma nessa hora
Lá fora, clima é predominantemente de cautela. Nos Estados Unidos, tudo segue girando em torno dos próximos passos do Fed. Na Europa, leve melhora de percepção após tom marginalmente positivo de Draghi após a reunião do Banco Central.
Aqui, Bolsa opera em baixa em pregão volátil. Na ponta vencedora, predominam nomes ligados ao mercado externo — acompanhando a alta do dólar. A mudez de mais cedo do mercado de juros dá lugar à abertura de taxas.
Onde está Trump?
Juros são tudo o que importa lá fora no momento.
Há dez dias atrás predominava, no mercado americano, a leitura de que Fed não mexeria nos juros antes da virada do semestre. De lá para cá, percepção não somente migrou para uma elevação iminente de taxas, ainda em março, como passou a admitir altas em ritmo mais intenso.
Do outro lado do Atlântico, euro reagiu bem à sinalização de que, por ora, Banco Central Europeu não fará nada. Discurso de Draghi alimentou a leitura de que perspectivas para a região estão melhorando e que aceleração da inflação é momentânea (vá dizer isso para os alemães…).
Com Yellen e Draghi momentaneamente nos holofotes, não consigo deixar de perguntar: onde estão os bombásticos anúncios de Trump?
Uma má combinação
Do lado de cá, por sua vez, caminhamos para encerrar a semana com percepção de risco político pior do que começamos: amanhã, novas oitivas no TSE. Ruídos sobre a possibilidade de cassação de Temer estão voltando.
Enfraquecimento da posição do Executivo se dá simultaneamente à investida pela aprovação da Reforma da Previdência. Legislativo reage sinalizando que texto é duro demais. “Faremos a reforma possível”, diz um cacique.
Será “possível” suficiente? E se não for?
Pelo sim, pelo não, a elevação concomitante dos juros gringos e do risco político local me parece uma má combinação.
O poder de boas histórias
Do que é feito um bom investidor?
Boas noções de economia, finanças e contabilidade certamente ajudam, mas estão longe de ser o suficiente. Há muito a aprender que não está disponível em livros técnicos ou salas de aula, que é fruto do convívio com o dia-a-dia do mercado.
Há um conhecimento tácito, adquirido pela experiência, cuja verbalização é tarefa extremamente difícil — tarefa esta que, em maior ou menor medida, todos nós aqui tentamos abraçar. E a melhor maneira de transmiti-lo não é via formulações teóricas, mas sim históricas com as quais o leitor consiga se identificar e relacionar.
Este esforço é liderado pelo Felipe, que tem na transmissão desse jeito de pensar ao pequeno investidor uma verdadeira obsessão pessoal.
Felipe Miranda 100 Ensaio$ reúne os melhores textos feitos dele, imiscuídos dos fundamentos das estratégias de investimento que ele emprega nas recomendações que faz a nossos assinantes.
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O risco da sua carteira
"No seu artigo de [anteontem] do M5M, você escreve: “Quando foi a última vez que você deu uma olhada na composição da sua carteira e refletiu sobre os riscos das suas posições?”.
Você poderia me escrever qual o melhor indicador para quantificar, ou como posso quantificar, o risco de minha carteira?
J. B."
Um único indicador? Desafio aceito: comece olhando pela proporção de ações versus renda fixa no seu portfólio.
O Felipe, que está otimista com o bull market, sugere que os mais ousados (ênfase aqui) tenham algo como 30 por cento do patrimônio em ações - o que significa ter 70 por cento em não-ações.
Se você está muito além disso, já sabe por onde começar.