- O ouro superou US$ 3.000 por onça, apoiado por riscos geopolíticos e expectativa de corte de juros nos EUA.
- A demanda segue forte, especialmente via ETFs.
- Tecnicamente, o mercado mira US$ 3.100, com suporte próximo a US$ 2.800.
No meio deste mês, os preços do ouro ultrapassaram mais um patamar psicológico, ao romper os US$ 3.000 por onça e registrar novas máximas históricas próximas a US$ 3.100. A valorização reflete uma sequência consistente de fatores pró-demanda, com apenas um leve movimento de correção até o momento.
Entre os principais vetores de sustentação dos preços estão a crescente incerteza global em torno de uma possível guerra tarifária, os riscos geopolíticos persistentes na Ucrânia e no Oriente Médio, e a expectativa de que o Federal Reserve comece a cortar juros já em junho, o que pressiona o dólar norte-americano. Também chama atenção o comportamento do mercado físico, especialmente os ETFs de ouro, que seguem apresentando fluxo positivo, indicando continuidade na acumulação do metal.
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Ouro mantém papel de ativo de proteção
A análise recente dos movimentos do ouro mostra que o ativo segue sendo utilizado pelos investidores como um “porto seguro” em momentos de maior aversão ao risco global. Desde janeiro, com a posse da nova administração nos Estados Unidos, as decisões tomadas desde então têm gerado mais dúvidas do que sinais de estabilidade.
O sentimento de mercado é ainda impactado pela retomada dos confrontos na Faixa de Gaza e pela lentidão nas negociações entre Washington, Moscou e Kiev, que até o momento não apresentam perspectivas concretas de cessar-fogo duradouro. Esse ambiente reforça as condições para a continuidade da tendência de alta no ouro — que só seria revertida com um recuo das tensões geopolíticas, o que parece improvável no curto prazo.
Do lado da demanda, além dos bancos centrais, os ETFs têm papel relevante. Após compras expressivas em fevereiro (+72 toneladas por fundos norte-americanos), o movimento positivo continua em março. Segundo o World Gold Council, esses fundos adicionaram pouco mais de 31 toneladas na última semana — um avanço de 1,8%.
Inflação nos EUA dá sinais de estabilidade
Os dados mais recentes de inflação referentes a fevereiro mostraram desaceleração na comparação mensal, com os núcleos do índice de preços ao consumidor (IPC) registrando variações de 2,8% e 3,1% em termos anuais.
Embora os níveis ainda estejam acima do ideal, a estabilização abre espaço para que o Federal Reserve atue com mais flexibilidade caso o cenário exija aceleração no ciclo de cortes de juros. Amanhã, no entanto, o foco estará nos dados do PIB dos EUA, que serão determinantes para os próximos movimentos do mercado.
Caso os números venham abaixo das projeções, poderá haver uma nova rodada de enfraquecimento do dólar — o que tende a beneficiar os compradores de ouro.
Alta mira os US$ 3.100 por onça
Após romper o patamar de US$ 3.000 por onça, os compradores agora consolidam acima desse nível e buscam levar os preços até a região de US$ 3.100.
Para investidores interessados em pontos técnicos de entrada mais atrativos, vale observar a confluência entre a linha de tendência de alta e a zona de suporte logo abaixo desse patamar. Caso o ouro perca esse suporte, poderá abrir espaço para recuo em direção à região de US$ 2.800 por onça.
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