Ouro mira novas máximas com suporte da guerra comercial

Publicado 06.05.2025, 11:22

Após a forte valorização registrada na segunda-feira, o ouro voltou a ganhar força na primeira metade da sessão desta terça. A fraqueza do dólar e a queda nos mercados acionários contribuíram para elevar o apelo do metal, tradicionalmente visto como reserva de valor. O tom mais cauteloso dos mercados, somado à pressão sobre os juros e à desvalorização da moeda americana, sugere que o recente otimismo — motivado por concessões comerciais pontuais dos EUA — pode já estar perdendo fôlego.

Na segunda-feira, o S&P 500 encerrou uma sequência de nove altas consecutivas, a mais longa em quase vinte anos. Diversas companhias alertaram para os riscos residuais da atual disputa tarifária, indicando que seus efeitos mais profundos devem se manifestar ao longo dos próximos meses. Nesse contexto, com os mercados acionários recuando, o ouro voltou a se destacar.

A dúvida agora é se o metal conseguirá superar sua máxima histórica, situada acima de US$ 3.500. No momento da redação, a cotação ainda estava cerca de US$ 120 abaixo desse patamar, o que representa uma distância de 3,5%. Desde o ponto mais fraco da semana passada, o ativo já acumula alta de aproximadamente 5,5%, indicando forte impulso técnico.

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O que pode limitar o avanço do ouro?

Após recuar nas últimas semanas, especialmente após se aproximar dos US$ 3.500, o ouro voltou a mostrar força. A recuperação ganhou tração com o enfraquecimento das bolsas, enquanto a posição técnica favorável também contribuiu para a retomada, possivelmente com o fechamento de posições vendidas, dado que a tendência de longo prazo permanece altista.

Ainda assim, a demanda por segurança arrefeceu recentemente diante da expectativa de um possível acordo comercial entre os Estados Unidos e seus parceiros. Caso alguma negociação seja anunciada ainda nesta semana, os preços podem ceder. Por outro lado, a ausência de avanços concretos com a China pode limitar pressões baixistas mais consistentes.

Decisão do Fomc se aproxima

O Fomc deve manter a taxa básica de juros inalterada na faixa de 4,25% a 4,50% nesta quarta-feira, apesar das pressões políticas enfrentadas por Jerome Powell para reduzir o custo do crédito. Embora cortes ainda sejam esperados na próxima reunião de 18 de junho, o viés atual é de pausa, permitindo uma avaliação mais ampla do cenário recente.

Autoridades monetárias devem aproveitar o encontro para reafirmar a independência do Fed e monitorar os efeitos das tarifas sobre a inflação. Diante disso, é pouco provável que esta reunião gere grande volatilidade para o ouro.

Análise técnica do ouro

Do ponto de vista técnico, o cenário segue construtivo enquanto não houver formação de topos e fundos descendentes. A consolidação observada nas últimas duas semanas contribuiu para aliviar os indicadores de sobrecompra, como o IFR, permitindo o retorno de compradores em níveis de suporte técnico.

O recente interesse de compra ajudou a romper resistências de curto prazo, e o movimento ainda apresenta força. Assim, não se pode descartar a possibilidade de renovação de máximas. Apesar disso, existem níveis intermediários que podem levar investidores a realizar lucros.Análise técnica do ouro

Níveis técnicos em destaque

O nível de US$ 3.400 atua como ponto de referência próximo, posicionado entre as retrações de Fibonacci de 61,8% (US$ 3.386) e 78,6% (US$ 3.436), com base na máxima histórica de US$ 3.500. Esses patamares podem gerar pressão vendedora caso sejam alcançados.

Do lado oposto, há diversos suportes que precisarão ser rompidos antes que os vendedores retomem o controle do mercado. Até que isso ocorra, é provável que esses agentes permaneçam em compasso de espera.

O primeiro suporte relevante de curto prazo está em US$ 3.370, seguido da máxima de segunda-feira em US$ 3.337. Abaixo disso, os próximos suportes estão em US$ 3.300 e US$ 3.269.

Os níveis de suporte mais amplos incluem US$ 3.167, US$ 3.100 e a faixa entre US$ 3.000 e US$ 3.020.

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