Você recebe essa notícia as 21hs no teu whatsup e pensa: “Caral…..”
Mas aí eu respiro e me lembro das sábias palavras de Peter Lynch: “pare de escutar os analistas”
Não é arrogância não. É um conselho bem interessante e sábio, mercado e seus participantes são sempre meio loucos. Tipo os corintianos, mas segue o baile.
O resultado da Petro não foi de encher os olhos no tocante ao operaciona. Sim tivemos efeitos que levaram a um lucro pífio e não esperado por muitos.
Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, no entanto. O lucro pífio é facilmente explicável (logo abaixo) e a empresa seguiu mostrando uma evolução importante em 2 quesitos: fluxo de caixa e redução de dívida. Sigo vendo uma evolução consistente (talvez viés mesmo porque temos em 2 clubes que gerenciamos na VGR).
O QUE PEGOU NESSE 3T17?
- Reconhecimento de provisão para contingências judiciais.
Confesso que é meio chato de entender e que dirá de explicar, mas a grosso modo a Petro aderiu a diferentes programas de regularização de débitos que a companhia tinha com diferentes autarquias (Receita Federal do Brasil (RFB), Procuradoria -Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e de autarquias e fundações públicas federais). Ou seja é como se ela tivesse chegado para “acertar as contas” com esses caras. Como tudo na Petro é bizarro de grande, estamos falando de ~R$ 10 BI!
Foram 3 programas: Programa de Regularização Tributária (PRT), ao Programa de Regularização de Débitos não Tributários (PRD) e ao Programa Especial de Regularização Tributária (PERT). A tabela abaixo compila os efeitos destes no resultado. Os valores circulados em azul foram os impactos neste resultado do 3T. O racional de aderir a esses programas é ajudar o governo (eles não vão te dizer isso) e limpar o balanço acertando a dívida por um valor menor com redução de juros, multas, bla bla bla. Então os ~R$ 10 bi caíram para ~R$ 7,1 BI o que líquido de todos abatimentos fiscais possíveis e imagináveis gerou um impacto de R$ 3BI nesse 3T17.
Então adicione esses R$ 3 BI de volta ao resultado e veja se não espanca as estimativas dos analistas?!
Well, well, enfim. Anyway eteve que contabilizar isso e resultado na última linha foi sim pífio.
Mas como disse, outros 2 destaques que gostei:
- Fluxo de Caixa: pelo 10º trimestre consecutivo conseguiram gerar um fluxo de caixa livre (para firma). Nos 9M17 já são somados 37,4 BI, 26% acima dos 9M16. No trimestre foram R$ 14,7 BI, 58% superior ao 2T17 devido, principalmente, ao aumento da geração operacional em 22%, que atingiu R$ 24BI e à redução dos investimentos em 10%.
E essa melhora só foi possível com isso aqui: redução do tamanho... das despesas!
- Endividamento segue caindo. Parte fundamental do case da Petrobras (SA:PETR4) é reduzir sua dívida! Isso afasta aquele risco que foi aventado lá no 1T16 quando seus bonds eram negociados como junk (palavra chique para LIXO) lá fora. Endividamento se reduziu 11% de forma líquida esse ano.
Petro tem hoje 359BI de dívida e 80BI de caixa. O que dá um endividamento líquido de 279BI!!! Tem muita coisa pra queimar e a benda de partes da empresa segue sendo fundamental. Logo isso também funciona como trigger e catalisador para suas ações. Foco agora é a venda da BR Distribuidora que ajudará nessa desalavancagem.
Reduzindo dívida sobra dinheiro para investimentos úteis e produtivos e num futuro próximo até para os acionistas. Vejam só! Essa é a maravilha do lucro capitalista!
Enfim…de resto números operacionais que considero bem OK. Nada mais a ressaltar. Afora o sempre elevado risco político e a chegada de um ano eleitoral, sigo vendo o papel com bons olhos.