VALE3: Vale anuncia dividendos, mas gráfico aponta exaustão de alta e correção?
- O petróleo se estabilizou temporariamente após as notícias sobre um possível acordo de paz entre Ucrânia e Rússia provocarem uma forte liquidação no mercado.
- Investidores mantiveram cautela nas posições, diante do receio de que mais barris russos e oferta adicional retornem ao mercado.
- O WTI ampliou sua tendência de baixa, com a Opep+ e o “shale” norte-americano aumentando a produção enquanto os sinais de demanda seguem enfraquecidos.
Os preços do petróleo retomaram a queda nesta sexta, provocada por notícias de um possível acordo de paz entre Ucrânia e Rússia e aumento maior que o esperado nos estoques dos Estados Unidos.
Sem um fator de impulso que justifique uma reversão, a tendência de longo prazo do petróleo permanece negativa. Um eventual acordo de paz entre Ucrânia e Rússia, quando ocorrer, pode elevar a oferta em um mercado já saturado. As negociações entre Kiev, Moscou e Washington seguem lentas, o que ajuda a explicar a pausa momentânea na queda dos preços.
Mesmo assim, o potencial de alta continua limitado. O excesso de oferta global e o crescimento fraco da demanda mantêm o viés baixista predominante.
Possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia pode pressionar ainda mais os preços
O mercado tem reagido com cautela à possibilidade de paz, devido à incerteza em torno das negociações, mas o fim do conflito poderia levar à redução de sanções sobre a Rússia. Caso isso ocorra, o aumento das exportações russas ampliaria o volume disponível em um mercado que já enfrenta sobreoferta.
Qualquer avanço concreto rumo a um acordo pode gerar pressão adicional sobre as cotações, à medida que os investidores precificam a perspectiva de maior disponibilidade de barris. A lógica é simples: mais oferta combinada a uma demanda estável ou enfraquecida tende a empurrar os preços para baixo, e, no momento, essa equação segue desfavorável para os compradores.
O problema da oferta
Mesmo antes do otimismo diplomático recente, o WTI já acumulava várias semanas de quedas, operando abaixo do nível psicológico de US$ 60 por barril. A Opep+ tem ampliado gradualmente a produção, liberando parte do volume que havia sido retido durante o período de cortes, em um contexto de demanda ainda enfraquecida.
Nos Estados Unidos, produtores de shale oil também elevaram a extração, agravando o quadro de excesso de oferta. Esse fator segue dominando as manchetes e limitando qualquer tentativa de recuperação sustentada nos preços.
Enquanto a Opep+ mantém os “torneiras abertas” e o shale americano adiciona mais volume ao mercado, o petróleo deve continuar enfrentando resistência para subir além de pequenos repiques técnicos. Sem mudanças estruturais relevantes, o excesso de oferta deve continuar atuando como principal freio para as cotações.
Demanda global segue sem força
A oferta é o principal obstáculo, mas o lado da demanda também preocupa. A economia americana tem apresentado sinais mistos, com dados recentes apontando desaceleração. Isso levanta dúvidas sobre a capacidade de sustentação do consumo de energia nos próximos trimestres.
No cenário global, o quadro é semelhante: a atividade segue moderada, e o apetite por petróleo ainda não mostra sinais de recuperação firme. Se a demanda enfraquecer enquanto a produção continua aumentando, o desequilíbrio tende a se ampliar, e os preços, a buscar novos patamares de equilíbrio mais baixos.
Até que haja uma melhora consistente na economia mundial ou um recuo mais expressivo da oferta, a demanda deve continuar adicionando pressão a um ambiente de preços já fragilizado.
Análise técnica do WTI

O gráfico do WTI segue um padrão clássico de tendência de baixa, com topos e fundos descendentes. As principais médias móveis e linhas de tendência mantêm inclinação negativa. A recuperação recente deve ser vista com cautela até que surja um sinal técnico claro de reversão e algum catalisador positivo no noticiário.
Níveis técnicos importantes para o WTI:
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Resistência inicial em US$ 59,00, alinhada a uma linha de tendência descendente.
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Resistência psicológica em US$ 60,00; rompendo esse nível, o próximo alvo seria US$ 62,00.
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Suporte imediato em torno de US$ 57,25.
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O fundo mais recente está em US$ 56,00, registrado em outubro.
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O suporte principal é US$ 55,12, mínima de abril, logo acima da barreira psicológica de US$ 55,00.
Enquanto não houver mudança estrutural no balanço entre oferta e demanda, o cenário técnico continua desfavorável. A continuidade da tendência de baixa nas próximas semanas não seria surpresa para o mercado.
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