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Petróleo Segue Trajetória Sinuosa, Mas Até Quando?

Publicado 10.03.2022, 09:34
Atualizado 09.07.2023, 07:31

Os preços do petróleo Brent e WTI avançaram bastante no patamar de três dígitos. Claramente esse é o evento de maior destaque da semana, mas é importante fazer a devida contextualização dessa cotação histórica.

WTI semanal

Antes desta semana, quando os preços do petróleo flertavam com níveis recordes, a máxima histórica nominal do Brent estava na faixa interior de US$130. Em julho de 2008, o preço à vista do Brent era de US$132,72.

Vale a pena comparar os preços atuais com os de meados de 2008, sem desconsiderar a inflação. Nos cinco dias úteis até 8 de maço de 2022, os preços em dólares do Brent fecharam a 112,93, 110,46, 118,11, 123,21 e 127,98.

Para uma comparação histórica, ainda que não seja possível mensurar precisamente o valor do dólar hoje, poderíamos analisar esses preços, considerando a inflação de janeiro de 2022 de 7%. Com isso, os valores em dólares do barril de Brent na semana passada seriam os seguintes em julho de 2008: 88,35, 86,42, 92,41, 96,40 e 100,13.

Está claro que os preços estão elevados no momento, principalmente em comparação com o passado recente, mas o valor do barril de petróleo ainda não atingiu os níveis de 14 anos atrás em termos reais.

No início desta semana, o JP Morgan anunciou que o barril poderia atingir US$185 até o fim do ano. O Goldman Sachs disse que a máxima poderia ser de US$175. Evidentemente, essas previsões sempre devem ser consideradas com ressalva. (O Goldman também previu a cotação de US$175 em março de 2008.) Mas tais projeções levantam uma questão importante:

Será que os preços do petróleo continuarão subindo? Até quanto?

Conflito entre Rússia e Ucrânia

Uma rápida solução do conflito russo-ucraniano relaxaria o mercado petrolífero. Há fortes indicativos de que os maiores objetivos da Rússia ao invadir a Ucrânia eram evitar a expansão da Otan e exercer controle sobre a Crimeia.

A Otan refutou diversos pedidos de suporte da Ucrânia, como ajuda aérea e integração à organização. A Ucrânia não integra a Otan e a Rússia quer garantir que isso nunca aconteça. Nesse aspecto, parece que a Rússia já está satisfeita.

Desde a sua invasão da Crimeia durante o governo Obama, a Ucrânia não exerce controle sobre a região. Se a Ucrânia e a Rússia concordarem com negociações sérias, com vistas a encerrar o conflito, não seria demais acreditar que a Ucrânia cederá o controle da Crimeia à Rússia.

Se o conflito realmente terminar rapidamente, e ninguém sabe se isso acontecerá, apesar da opinião prevalecente na mídia, o mercado se sentirá aliviado. Esse seria uma sinal de que o preço do petróleo pode cair.

Fornecimento de petróleo e gás da Rússia para a Europa

Como admitiu Biden em seu discurso na terça-feira, a Europa provavelmente não pode se dar ao luxo de recusar a oferta de energia da Rússia. Fazê-lo poderia gerar uma grave escassez de eletricidade e combustível. O continente sofreria, e o resto da Europa não parece disposta a enfrentar tantas adversidades pela Ucrânia. Por isso, em algum momento, o mercado provavelmente chegará à conclusão de que o petróleo e o gás da Rússia continuarão sendo vendidos.

Biden emitiu um decreto executivo banindo os produtos petrolíferos da Rússia nos EUA (sujeito a um período de utilização de 45 dias, o que fornece bastante flexibilidade). Mas a Rússia não fornece petróleo suficiente para os EUA de modo a alterar o mercado com esse decreto executivo. De fato, o mercado petrolífero e acionário se mostraram satisfeitos em ter alguma clareza após o anúncio de Biden.

Destruição de demanda

A destruição de demanda é sempre uma ameaça quando os preços sobem drasticamente. Em que nível de preços a demanda cairia o bastante em reação à valorização? Já estamos vendo algumas companhias aéreas cancelando voos por causa dos preços elevados do combustível de aviação.

Devido aos preços elevados, ainda não sabemos se os viajantes mudarão seus planos na América do Norte e Europa. Havia a expectativa de que mais pessoas voltassem a viver normalmente após a pandemia, mas não sabemos que preço seria alto demais para impactar o consumo de gasolina e combustível de aviação. Não sabemos ainda em que nível de cotação os consumidores prefeririam ficar em casa, principalmente por causa da distorção de preços causada pela inflação.

Tampouco sabemos em que nível de preço a alta do combustível passaria a prejudicar a economia, embora estejamos começando a ver alguns sinais importantes disso. Na Europa, produtores de aço já estão começando a cortar a produção por causa do aumento da eletricidade. Com uma inflação já elevada e problemas na cadeia mundial de fornecimento, a disparada do petróleo e do gás é uma ameaça concreta ao crescimento econômico global. Se a economia enfrentar dificuldades, a demanda irá cair.

Especulação

No entanto, traders ganham e perdem dinheiro com os movimentos de alta e baixa do mercado. Alguns especuladores estão vivendo no paraíso atualmente, e seria tolo dizer onde essa sinuosa trajetória de alta terminará.

Últimos comentários

É uma discussão para muitos capítulos. Ainda mais com a volatilidade dos acontecimentos. Estamos numa fase onde previsões não tem validade por mais de um dia. Saber o que ocorrerá daqui 1 semana, 1 mês, todos tem chance de acertar, com probabilidade de 50%, sim ou não... O assunto destruição de demanda é bem interessante, pois não estamos vendo, por enquanto, algo ligado a escassez e sim de precificação por informações de acordo com que escrevi acima. Lembremos que no dia seguinte da alta do barril de petróleo, que chegou rondar os US 130,00, houve uma queda acentuada de preço do mesmo item, o que não quer dizer que segunda feira não possa chegar novamente ao patamar máximo histórico. São variações que o mercado entende como tendências, que de certa forma são um pouco mais previsíveis do que o imediatismo diário. Quanto a especulação, pois bem, é o que já sabemos desde que nascemos e não mudará até morrermos.
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