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Política monetária dá o tom da semana

Publicado 05.05.2023, 17:25
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Os mercados focaram nas decisões de política monetária tanto nos países desenvolvidos quanto no Brasil ao longo da semana. Além disso, aumentaram as preocupações com relação ao setor bancário em função de novos problemas com bancos regionais nos Estados Unidos.

Neste complexo cenário de inflação elevada e temores de recessão global, o Banco Central dos EUA elevou a taxa de juros em 25 pontos base para o intervalo entre 5,00% e 5,25%, enquanto, no Brasil, o Copom manteve a Selic inalterada em 13,75% pela sexta reunião consecutiva. Na Europa, o Banco Central Europeu subiu a taxa de juros em 25 pontos base.

Na decisão do Fed, o comunicado não trouxe alterações significativas em relação à análise de conjuntura econômica. O comitê afirmou que a atividade econômica registrou crescimento modesto no primeiro trimestre do ano, reforçando que o mercado de trabalho permanece aquecido com taxa de desemprego baixa, e a inflação segue elevada.

O comitê manteve o parágrafo em que relata a preocupação com as condições de crédito na economia após a eclosão da crise no setor, reforçando que tais condições devem impactar a atividade econômica, o mercado de trabalho e a própria inflação à frente. No entanto, o comitê ressalta novamente que há incerteza em relação à magnitude do impacto.

A grande alteração foi a retirada do trecho do comunicado que indicava que novos aumentos na taxa de juros nas próximas reuniões eram prováveis. Logo, o comitê agora apenas reforça que seguirá atento ao nível de aperto monetário vigente, à defasagem da política monetária na atividade econômica e à inflação para avaliação dos próximos passos.

Na conferência de imprensa, Jerome Powell afirmou que o comitê permanece atento aos desdobramentos da crise bancária nos Estados Unidos e que o FED está comprometido com o fortalecimento da regulamentação a partir de melhoria contínua e aprendizado com os eventos recentes.

Em resumo, apesar de reconhecer uma resiliência da atividade econômica e da inflação, o comunicado aponta para o fim do ciclo de altas da taxa de juros. Após a decisão, o mercado precifica atualmente alta probabilidade de pausa na próxima reunião, com 45% de chance do início de cortes em julho.

Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu, Lagarde, fez um discurso duro na conferência de imprensa, afirmando que a autoridade monetária não vai parar o ciclo de alta de juros, indicando que algum aperto monetário adicional seja apropriado.

Importante destacar que o Banco Central da Austrália surpreendeu e elevou a taxa de juros em 25bps, ante expectativa de manutenção. Apesar de menos relevante na conjuntura internacional, o movimento reflete as dificuldades das economias desenvolvidas no combate à inflação elevada.

No caso do Brasil, o Copom manteve a taxa Selic inalterada em 13,75% pela sexta reunião consecutiva. O comunicado reconheceu avanços no cenário fiscal, mas reforçou as expectativas de inflação ainda desancoradas.

Em relação ao cenário externo, o Banco Central segue atento aos desdobramentos da crise do sistema bancário norte-americano, ressaltando que o contágio permanece limitado, mas ainda com elevada incerteza.

No que tange o cenário doméstico, o comitê reconhece uma desaceleração da atividade econômica, mas ressalta a resiliência do mercado de trabalho, demonstrando preocupação com a inflação e suas leituras subjacentes que seguem acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta no horizonte relevante.

No balanço de riscos, o comitê não fez grandes alterações em relação à última reunião. Entre os riscos de alta, o comunicado reforça a contínua incerteza em relação ao texto a ser aprovado do arcabouço fiscal e, de maneira mais incisiva, seus impactos sobre as expectativas relacionadas à trajetória da dívida pública, à inflação e aos impactos sobre ativos de risco.

O comitê não fez nenhuma alteração em relação aos riscos de baixa. Ressaltou a possibilidade de uma queda adicional nos preços internacionais de commodities e de uma desaceleração ainda mais forte do que o antecipado da economia global possivelmente impactada pelas condições de crédito nos países desenvolvidos. Ainda reforçou potencial desaceleração adicional da economia doméstica devido a uma deterioração no mercado de crédito acima do esperado.

Finalmente, o Copom comenta em tom favorável os avanços do debate a respeito do arcabouço fiscal e volta a reforçar o impacto positivo da reoneração dos combustíveis, que reduz a incerteza em relação ao cenário fiscal. Por outro lado, a autoridade monetária enfatizou que não há relação mecânica entre aprovação do novo marco fiscal e convergência da inflação para a meta. Adicionalmente, afirma que o cenário econômico exige paciência na condução da política monetária. Além disso, o comunicado enfatiza que o comitê não hesitará em retomar o ciclo de alta da taxa de juros caso o processo de desinflação não ocorra conforme a expectativa, por mais que reconheça que tal cenário é menos provável.

Novamente, o comunicado não dá indicações de mudanças na postura do comitê no curto prazo, reforçando nossa perspectiva de taxa Selic inalterada. Aguardamos agora a divulgação da ata na próxima semana para mais informações em relação à decisão do Copom.

As decisões de política monetária ao longo da semana reforçam a dificuldade enfrentada no combate à inflação. Apesar do temor de recessão global ganhar força nos últimos dias com o preço do barril de petróleo registrando fortes perdas na semana, a divulgação do payroll  surpreendeu o mercado, denotando mercado de trabalho ainda aquecido nos EUA e dificultando o trabalho do Fed no controle da inflação. No Brasil, as expectativas de inflação à frente ainda desancoradas afastam a possibilidade de redução da taxa de juros no curto prazo. Em resumo, o ciclo de alta na taxa de juros pode ter terminado nos EUA e estar próximo de acabar na Europa. No entanto, a resiliência da inflação indica que o início de cortes nos juros ao redor do mundo possa demorar mais do que o inicialmente esperado.

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Últimos comentários

Em suma: tudo por culpa do neoliberal-guedismo, nos EUA tem a mercado bancário desregulamentado pelo trump e agora as quebradeiras; aqui no Brasil, a herança maldita de Bolso-guedes se mostra resiliente. Ainda bem que lá o Biden é a favor do endurecimento das regras e nesse lado de cá, a equipe econômica de Lula fazendo os trabalhos de salvamento em meio aos destroços neoliberais.
Impressionante 🤭
impressionante como cada palavra desse texto não faz sentido.
kkkk num tendi q c falo kkkkkk😂😂😂😂
Excelente análise panorâmica!
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