A despeito da possibilidade de discretos movimentos de volatilidade, há forte evidência de que o preço da moeda americana no mercado brasileiro, ainda ancorado nas expectativas, está com viés de apreciação de depreciação frente ao real.
Como ressaltamos em abordagem antecedente, ainda entendemos frágil a sustentabilidade do preço do dólar abaixo de R$ 4,00 dada a discreta melhora no fluxo cambial efetivo, sendo a base da valorização da moeda nacional, por enquanto, as fortes expectativas quanto a volumes expressivos de ingressos de moedas estrangeiras que poderão ser direcionados para o país, tendo como causa maior os recursos da cessão onerosa e perspectivas com futuras privatizações por parte do governo.
Mas o que nos parece relevante é que é crescente e sustentável o “sentimento” de que o país está cada vez mais alinhado a perspectivas favoráveis e isto ocorre de forma contundente, e, até certo ponto surpreendente pela rapidez da mudança de humores.
Não é possível admitir-se tecnicamente um rebote no preço do dólar no mercado brasileiro, que tende a permanecer no entorno do atual e gradualmente acentuar o viés de depreciação quando o fluxo cambial positivo se consolidar, num primeiro momento por razões pontuais para em sequência retomar o ritmo sustentável com deslocamento de investidores, não mais os especuladores, para o mercado financeiro, sem se desprezar a retomada da atratividade pelos investimentos em conta capital fomentados pela retomada da atividade econômica.
Há razões claramente perceptíveis para fomentar o otimismo. Saneadas as questões previdenciárias, tributárias e administrativas, o país tem tudo para ganhar impulso relevante. Há oportunidades por todos os segmentos, olhando severamente para o país neste momento “somos um F1 com o freio puxado” e isto está muito próximo de ser solucionado.
Há um imediatismo e é natural que isto ocorra quanto às políticas para sanear o desemprego e resgatar poder de renda e consumo, mas é preciso entender que o fundamental é a retomada da atividade econômica, sem o que tudo o mais não será alcançável.
É altamente relevante, que à margem dos embates notórios entre os Poderes do país, há um lado que vai se consolidando “a despeito de” e isto tende a recompor atratividade pelo país de capitais com qualidade e que poderão agregar contundência à retomada do desenvolvimento.
O país perdeu a sua qualificação de “oásis dos especuladores” e passa a ser, após a reforma da previdência e dando sequência às demais imprescindíveis, um país promissor para investidores nacionais e, principalmente, estrangeiros, que poderão ter grande participação nos projetos de privatizações.