O relatório oficial do PIB dos Estados Unidos para o primeiro trimestre deste ano, que será divulgado em 30 de abril, deve indicar uma desaceleração expressiva do crescimento econômico, segundo a mediana das estimativas compiladas pelo CapitalSpectator.com.
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A projeção atual aponta para uma expansão real anualizada de apenas 0,8% no período, uma desaceleração considerável em relação ao avanço robusto de 2,4% registrado no quarto trimestre de 2024.
A estimativa revisada divulgada hoje prolonga a trajetória de baixa nas previsões recentes. Na atualização anterior (28 de março), a mediana era de 1,0%, já representando uma revisão para baixo em relação aos 1,2% projetados em 18 de março. Em meados de fevereiro, as estimativas giravam na faixa dos 2%.
Essa tendência de revisões descendentes causa preocupação por diferentes razões. Primeiro, a consistência no recuo das projeções à medida que novos dados são incorporados aumenta o grau de confiança na direção do resultado final.
Mais relevante ainda é que os números do primeiro trimestre não captam os efeitos das recentes turbulências provocadas pela mudança abrupta na política tarifária dos EUA. Apesar de o presidente Donald Trump ter anunciado ontem uma suspensão de 90 dias sobre tarifas aplicadas à maioria dos países, as tarifas impostas à China – de 125% – continuam em vigor, ao menos por ora.
Mesmo com a trégua parcial, o ambiente permanece incerto, especialmente por conta das expectativas em torno das próximas decisões de Trump. Com tarifas pesadas ainda válidas para produtos chineses, a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo parece longe de ser resolvida.
“A China dificilmente mudará sua estratégia: manter-se firme, absorver a pressão e deixar Trump ultrapassar os próprios limites”, avaliou Daniel Russel, vice-presidente do Instituto de Políticas da Sociedade Asiática, especializado em segurança internacional e diplomacia. “Pequim acredita que Trump interpreta concessões como sinal de fraqueza — e ceder só abriria espaço para novas exigências. Outros países devem saudar a suspensão de 90 dias — se ela realmente durar —, mas o vaivém constante só aumenta o nível de incerteza que empresas e governos mais temem.”
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Paul Ashworth, economista-chefe para a América do Norte na Capital Economics, sinalizou uma dose de otimismo, ainda que modesto. Em nota a clientes divulgada ontem, ele escreveu:
“Nosso cenário-base agora considera que, diante da reação do mercado, Trump tenderá a prorrogar a ‘pausa’ várias vezes, o que, na prática, se assemelha muito à tarifa universal de 10% que ele propôs durante a campanha. Em troca, os demais países devem oferecer concessões pontuais nas próprias tarifas e práticas comerciais.”
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