O avanço da inteligência artificial está criando um gargalo energético de grandes proporções, com projeções de que a demanda por energia em data centers cresça 160% até 2030. Diante disso, o governo Trump prepara decretos para liberar terras federais e acelerar conexões à rede elétrica voltadas à infraestrutura de IA.
Enquanto as ações de tecnologia sobem embaladas pelo entusiasmo do mercado, companhias como Exxon Mobil (BVMF:EXXO34) (NYSE:XOM), Nextera Energy (BVMF:NEXT34) (NYSE:NEE) e Cheniere Energy (NYSE:LNG) estão posicionadas para se beneficiar desse desequilíbrio estrutural entre oferta e demanda de energia, à medida que o crescimento exponencial da IA supera a capacidade atual da rede elétrica.
A revolução da inteligência artificial está gerando uma crise energética sem precedentes, e grande parte do mercado ainda não percebeu. Embora os papéis de tecnologia tenham disparado com a euforia em torno da IA, forma-se ao mesmo tempo um gargalo elétrico que pode transformar profundamente os mercados de energia.
Os números impressionam: data centers voltados à IA podem consumir entre 3% e 4% da eletricidade global até 2030, contra 1% a 2% atualmente, enquanto a demanda por energia nos EUA deve crescer a um ritmo cinco vezes maior do que o projetado em 2022.
Esse cenário vem forçando governos e empresas a buscar soluções emergenciais, criando oportunidades extraordinárias no setor de energia que investidores atentos já começam a enxergar.
Governo Trump deve mobilizar recursos federais para infraestrutura energética da IA
A administração Trump prepara um pacote abrangente de ordens executivas para enfrentar o gargalo energético causado pela IA, indicando o reconhecimento, por parte da Casa Branca, da gravidade do problema.
Segundo reportagens recentes, as medidas visam acelerar conexões à rede, que hoje podem levar anos para aprovação, e liberar terras federais sob gestão dos departamentos de Defesa e do Interior para construção de data centers. Um “Plano de Ação para a IA” deve ser anunciado em 23 de julho, no chamado AI Action Day, sinalizando o compromisso do governo em tornar os EUA a capital mundial da inteligência artificial.
Essas iniciativas federais representam uma inflexão relevante na política energética. O plano inclui a revisão dos processos de licenciamento e a priorização de projetos energéticos já prontos nas filas de conexão à rede. Segundo a Deloitte, a demanda energética dos data centers de IA pode crescer mais de 30 vezes até 2035. Para efeito de comparação, treinar um único modelo como o GPT-4 exige 1.750 megawatts-hora, o equivalente ao consumo anual de 160 residências americanas. Diante disso, o governo trata o desafio como uma emergência nacional que exige resposta imediata.
Ações de energia se destacam com apetite voraz da IA por eletricidade
O crescimento da IA está provocando uma explosão na demanda por geração de energia, com destaque para empresas do setor de gás natural, que devem ser as primeiras a captar valor nesse novo ciclo.
A ExxonMobil (XOM) surge como um dos principais nomes beneficiados, já que o gás natural responde por 43% da matriz elétrica dos EUA, e a companhia possui operações com escala para atender rapidamente ao aumento da demanda. A NextEra Energy (NEE) apresenta uma tese dupla: além da forte presença no gás natural, lidera em geração renovável, o que a posiciona bem tanto para o atendimento imediato quanto para as tendências de sustentabilidade no longo prazo.
Já a Cheniere Energy (LNG), maior exportadora de GNL dos Estados Unidos, representa uma oportunidade estratégica. A empresa alcançou a marca de 3.000 embarques em 2023 e se beneficia tanto da demanda doméstica gerada pela IA quanto das necessidades do mercado internacional.
Essas companhias se destacam em um contexto em que empresas de tecnologia, como a Microsoft (BVMF:MSFT34) (NASDAQ:MSFT), já iniciaram a compra direta de usinas para garantir fornecimento elétrico, um sinal claro da gravidade do problema de capacidade.
O gargalo energético da IA
A interseção entre o avanço da inteligência artificial e as restrições energéticas está criando um novo paradigma, com potencial para desacelerar o progresso da IA ao mesmo tempo em que impulsiona o setor de energia.
Lideranças do setor, como Elon Musk e Andy Jassy, CEO da Amazon (BVMF:AMZO34) (NASDAQ:AMZN), já identificam a oferta de eletricidade como o principal obstáculo para a expansão da IA, superando até a escassez de chips. Cada consulta ao GPT-4 consome quase dez vezes mais energia do que uma busca padrão no Alphabet (BVMF:GOGL34) (NASDAQ:GOOGL), e com bilhões de acessos diários, a demanda acumulada já pressiona a rede elétrica global.
Esse gargalo não é um problema temporário: trata-se de uma mudança estrutural que exigirá investimentos massivos em infraestrutura ao longo da próxima década. Construir novas usinas, modernizar redes de transmissão e integrar fontes renováveis são processos de longo prazo, e a velocidade de expansão da IA já supera esse ritmo.
Essa lacuna crescente entre demanda e capacidade de fornecimento representa uma oportunidade sustentada para empresas de energia capazes de entregar soluções confiáveis em geração e rede elétrica.
Investidores mais atentos já percebem que, embora a valorização das ações de tecnologia esteja nos holofotes, a criação de valor de longo prazo pode ocorrer justamente no setor energético, o alicerce necessário para que a inteligência artificial continue avançando. Com o governo federal mobilizado para enfrentar esse desafio e as grandes corporações buscando garantir seu acesso à energia, as ações do setor oferecem uma proposta de valor lastreada em fundamentos sólidos de oferta e demanda que devem permanecer relevantes por anos.
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