- Balanço nesta quarta-feira, 25, antes da abertura do mercado
- Expectativa de receita: US$ 605,3 milhões, LPA: US$ 0,12
O Twitter (NYSE:TWTR), plataforma de notícias e rede social que era considerada atrasada em relação aos seus concorrentes, virou de uma hora para outra a mais interessante no pedaço. Vale) notar que há apenas dois anos as ações do Twitter estavam em queda.
Naquele momento, a companhia não conseguia competir com seus rivais maiores como o Facebook (NASDAQ:FB) e parecia que a sua venda era somente uma questão de tempo. Então, o que fez o cenário do Twitter mudar tão radicalmente? Por que, em um período tão curto de tempo, as projeções mudaram tanto que até os críticos mais duros foram forçados a rever suas opiniões negativas?
Nós acreditamos que o momentum positivo é fruto do sucesso da companhia em fazer sua plataforma um ambiente para interações entre públicos bem mais amplos do que era originalmente – um site monopolizado por jornalistas, políticos e pessoas públicas.
Streaming de vídeo: a mudança
O CEO do Twitter e co-fundador Jack Dorsey foi capaz de gerar esse momentum especialmente pelas ofertas de streaming de vídeo do site – uma parte essencial de sua estratégia de virada, que começou a dar frutos. As parcerias do Twitter com organizações de notícias e ligas de esportes atraem uma variedade de grandes anunciantes incluindo o Goldman Sachs (NYSE:GS) e AT&T (NYSE:T). Esses anunciantes estão adorando a oportunidade de colocar seus anúncios diretamente na timeline dos usuários e também gostam da possibilidade de rodar campanhas de marca em paralelo às transmissões ao vivo.
Ao longo do quarto trimestre, o número de usuários ativos diariamente subiu 12%, o quinto trimestre consecutivo de aumento de dois dígitos na comparação anual. A empresa também diz que os anúncios em vídeo agora são seu formato mais popular.
Os investidores estão contentes com a nova direção. E demonstram isso ao empurrar as ações do Twitter para alta de 30% neste ano, umas das melhores performances de ações de tecnologia em 2018.
No entanto, apesar dos ganhos recentes, o Twitter ainda tem um longo caminho à frente para alcançar a concorrência. Com 330 milhões de usuários ativos mansalmente, o Twitter conseguiu atrair apenas uma fração do mercado de anúncios digitais comparado com o Facebook, que tem 2 bilhões de usuários ativos.
Momentum sustentável?
A maior questão agora é se a companhia será capaz de manter esse momentum em um cenário de mudanças rápidas para as redes sociais. Isso será especialmente importante agora que políticos estão seriamente avaliando o ambiente regulatório em torno de proteção à privacidade dos consumidores após o desastroso mau uso de dados do Facebook efetuado pela Cambridge Analytica. Além disso, o Twitter tem que lidar com outro problema que também afeta o Facebook: como evitar que pessoas e grupos se aproveitem da plataforma para fins ilegais.
Todos esses desafios postos, uma coisa é certa: a sobrevivência do Twitter não é mais uma questão. É agora uma rede social estabelecida que conseguiu se posicionar para tirar vantagem das fraquezas do seu maior rival, na esteira do impacto da crise de credibilidade do Facebook no mundo pós-Cambridge Analytica.
Resumo
Nós vemos um salto de dois dígitos no preço da ação, que fechou ontem a US$ 31,22 se o Twitter apresentar um novo balanço trimestral excelente nesta quarta-feira de manhã. Os analistas de Wall Street preveem uma alta de 10% na receita para US$ 605,3 milhões e um lucro por ação de US$ 0,12, aumento na comparação com os US$ 0,07 em igual período do ano passado.
Um dos principais indicadores para observar amanhã é o número de usuários ativos diariamente do Twitter. Qualquer avanço adicional neste número pode ser o gatilho para nova rodada de especulação sobre a aquisição do Twitter por um gigante, como a Microsoft (NASDAQ:MSFT).