O mercado de papel e celulose no Brasil possui muita relevância globalmente, impulsionado por sua forte base florestal e eficiência logística e liderado por empresas de grande porte como Suzano (BVMF:SUZB3), Klabin (BVMF:KLBN4) e Irani (BVMF:RANI3). Juntas, as três representam a força e a competitividade do setor florestal brasileiro, alavancado pela abundância de matéria-prima, tecnologia e foco crescente em práticas sustentáveis, firmando o país como potência global em celulose e embalagens renováveis.
A Suzano é a maior produtora mundial de celulose de eucalipto e se destaca pela escala global, exportando grande parte de sua produção para os mercados da Ásia e Europa. A Klabin (BVMF:KLBN11), maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, possui um portfólio diversificado que inclui papéis kraft, celulose fluff e embalagens sustentáveis, com forte integração florestal e industrial. Já a Irani tem atuação mais voltada ao mercado interno, com foco em papel para embalagens e sustentabilidade, ganhando relevância nos últimos anos com ganhos de eficiência e investimentos em modernização.
Mas qual delas representa a melhor oportunidade de investimento na Bolsa atualmente? Utilizando o InvestingPro e o WarrenAI, comparamos as três para facilitar a vida dos investidores antes de decidir por uma delas.
Suzano
A Suzano se fundiu com a Fibria em 2019 para formar uma das maiores produtoras de celulose de eucalipto do mundo. Atua principalmente na produção e exportação de celulose e papéis, com operações florestais próprias e foco em eficiência e escala global. Com forte presença internacional, abastece mercados como China, Europa e América do Norte. Seu tamanho e integração fazem dela uma referência mundial no setor de base florestal renovável.
A empresa possui nota de saúde financeira bem na média: 2,75 (C). Seu maior destaque vai para a categoria de Valor Relativo (2,92), com indicadores interessantes como o EV/EBITDA de 6,2x e o Preço/Fluxo de Caixa Operacional de 3,0x, além do Rendimento do Fluxo de Caixa Livre de 10,3%. Também vale destacar a Margem Bruta de 40,5% e a Liquidez Corrente de 2,6x.
- Potencial de valorização: analistas seguem majoritariamente otimistas.
- EBITDA robusto e dividendos recorrentes.
- Estratégia de consolidação e exportação forte.
- Margens de dar inveja, mas lucro contábil negativo em 2024 e dívida alta.
Klabin
Fundada em 1899, a Klabin é a mais antiga empresa de papel e celulose do Brasil em operação contínua. Atua desde o cultivo de florestas até a produção de celulose, papéis para embalagens e soluções sustentáveis, sendo a maior produtora e exportadora de papéis do país. Tem forte presença no mercado interno e crescente atuação no exterior, especialmente após projetos de expansão como o Puma II. É reconhecida por sua inovação em embalagens e compromisso ambiental.
A empresa tem uma nota geral de saúde financeira de 2,57 (C), a menor entre as três. Porém, é possível destacar a categoria Lucratividade (3,07) por conta de métricas como a Margem EBITDA de 35,7%, a Margem Operacional de 15,8% e o ROCE de 18,1%. O Dividend Yield de 6,1% é outro ponto interessante, já pagos por 24 anos consecutivos.
- Perfil mais defensivo, diversificação em papel e embalagens.
- Lucro líquido relativamente baixo no 1T25, pressionado por custos e câmbio.
- Mantém histórico de investimentos em expansão.
- Paga dividendos, cresce com parcimônia, mas carrega uma dívida pesada.
Irani
Criada em 1941 e controlada pelo Grupo Habitasul, a Irani é uma das principais fabricantes nacionais de papel para embalagens e papelão ondulado. Suas operações estão concentradas no Brasil, com foco na produção a partir de matéria-prima reciclada e florestas plantadas. Mantém uma atuação sólida em nichos de mercado, com atenção especial à sustentabilidade e rentabilidade. Apesar do porte menor em relação às concorrentes, é reconhecida por sua gestão eficiente e forte geração de caixa.
A empresa tem a melhor nota de saúde financeira entre as três: 3,07 (B). Isso graças a um excelente desempenho em Lucratividade (3,72) por conta de índices como a Margem EBITDA de 26,7%, a Margem Líquida Comum de 19,0%, o ROCE de 23,5% e o ROA de 9,0%. A categoria Valor Relativo (3,08) também vai muito bem, com o Earnings Yield de 15,3% e o P/L de 5,6x.
- Menor porte, mas eficiência operacional acima da média.
- Margem EBITDA sólida para o segmento.
- Foco em soluções sustentáveis.
- ROE e yield elevados, menos glamour, mais eficiência.
O que o Warren diz?
No setor de papel e celulose, a escolha é entre rentabilidade pura (Irani), caixa forte com risco elevado (Suzano) ou equilíbrio com foco em dividendos (Klabin).
Irani entrega rentabilidade de dar inveja (+14% no ano), mas fica para trás em valorização de mercado. Suzano compensa prejuízo contábil com geração de caixa monstruosa. Klabin se mantém resiliente, mas sente pressão nas cotações.
E o que você acha das três ações? Investe em alguma?
OBS: Dados coletados em 27 de maio de 2025