Publicado originalmente em inglês em 28/04/2021
- Resultados do 2º tri fiscal serão divulgados na quarta-feira, 28 de abril, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$ 76,71 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$ 0,983.
Desta vez o entusiasmo com o balanço da Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) não tem sido muito grande. Suas ações vêm apresentando baixo desempenho e há dúvidas quanto à sua capacidade de superar as expectativas, já que os sinais indicam que a forte demanda por seu principal produto, o iPhone, está desacelerando na China, seu segundo maior mercado.
Após disparar mais de 75% em 2020, os papéis da empresa só subiram 1% neste ano. Para fins de comparação, o índice Nasdaq, repleto de ações de tecnologia, subiu mais de 9% no mesmo período. Essa fase de cautela por parte da empresa mais valiosa do mundo ocorre depois de um período bastante impressionante de crescimento de vendas, graças a novos lançamentos de produtos, como o iPhone 12.
As vendas trimestrais para o período encerrado em 26 de dezembro cruzaram a marca de US$ 100 bilhões pela primeira vez, em meio a expectativas de um novo “superciclo” do iPhone, em que milhões de atuais usuários poderiam atualizar seus aparelhos. O mais recente iPhone consegue acessar a rede de celular 5G de próxima geração, com a promessa de oferecer maiores velocidades de conexão. No último trimestre de 2020, o novo iPhone ajudou a elevar em 57% as vendas na China, que já possui uma rede 5G mais desenvolvida.
A companhia também lançou recentemente outros novos dispositivos, como a atualização do Apple Watch, ao mesmo tempo em que vê um aumento da procura por iPads, computadores Mac e serviços de consumidores que estão trabalhando e estudando em casa durante a pandemia do novo coronavírus.
Em nota recente, Samik Chatterjee, analista do JPMorgan, escreveu:
“O contexto do próximo balanço é drasticamente diferente do último, com foco em vetores de resultados de curto prazo bastante moderados após o pico das vendas trimestrais nas festas de fim de ano”.
O analista também demonstrou preocupação com o arrefecimento das vendas do iPhone na China.
Disparada de demanda de iPads e Macs é insustentável
Os analistas do Goldman Sachs também estavam cautelosos antes do relatório de resultados.
Segundo o analista Rod Hall:
“Em nossa opinião, os atuais níveis elevados de demanda tanto do iPad quanto do Mac não são sustentáveis com a reabertura do mundo, portanto o impulso dessas áreas pode não ser suficiente para fazer as ações continuarem subindo”.
Apesar dessa incerteza de curto prazo, as ações da Apple continuam entre as principais recomendações, graças ao seu mix de produtos bastante atraente, sua capacidade de inovação e a expansão dos seus serviços.
Dos 27 analistas que cobrem o papel, de acordo com a TipRanks, 21 recomendam compra, com preço-alvo de 12 meses a US$ 151,35. É um salto de mais de 11% em relação ao preço de fechamento da ação na quinta-feira de US$ 134,39. O que justifica todo esse otimismo? A empresa está bem posicionada para continuar crescendo com a aceleração econômica e a troca de aparelhos dos consumidores.
Os esforços de inovação da companhia terão papel decisivo nesse novo ciclo de crescimento. A Apple está trabalhando em um produto que combinaria um conversor da Apple TV com um alto-falante HomePod, além de uma câmera para videoconferência através de uma TV conectada e outras funções de smart home, segundo reportagem da Bloomberg neste mês.
Segundo a matéria:
“Os outros recursos do aparelho seriam as funções padrão da Apple TV, como assistir a vídeos e jogar, além de alto-falante inteligente, capaz de tocar uma música e usar a assistente digital Siri da Apple. Se lançado, seria o equipamento de smart home mais ambicioso da Apple até o momento.”
Para investidores de longo prazo que desejam ter ótimos retornos através de dividendos e valorização de capital, a Apple é uma excelente opção. Com US$ 196 bilhões em caixa disponível, a empresa de Cupertino, Califórnia, pode se dar ao luxo de aumentar ainda mais seu programa de recompra de ações para dar suporte aos papéis.
Com as recompras de ações, o valor das posições da Apple melhorará, além de que o número de papéis em circulação irá diminuir, aumentando a proporção da distribuição de lucros a um número menor de acionistas.
Resumo
São baixas as expectativas de outro grande trimestre para a Apple, em vista dos sinais de desaceleração da demanda por seus produtos. Dito isso, os analistas continuam otimistas com o papel no longo prazo, com base em sua capacidade de inovação, demanda pós-pandemia e robusto programa de retorno de capital.