Para compreender a dinâmica econômica, centenas de dados são divulgados, como a inflação, o PIB, produção industrial, taxa de desemprego, dentre tantos outros, trazendo informações quantitativas e qualitativas de cidades, estados e países.
Neste contexto, diante dos inúmeros resultados econômicos que somos bombardeados diariamente, um deles - apenas um - considero o mais importante de todos: a taxa de desemprego, afinal, o que seria de uma economia sem emprego, sem renda, sem consumo, sem produção?
É neste cenário que trago sobre a importância de analisar os dados do mercado de trabalho de um país para a sua decisão de investimento, pois, não somente afeta a receita futura da empresa que você pensa em investir mas também as decisões de políticas econômicas do país, em especial a monetária - os juros.
Olhando o mercado de trabalho brasileiro, que de acordo com os dados do IBGE, a taxa de desocupação chegou a 9,1% no trimestre de maio a julho, um recuo de 1,4 ponto percentual frente ao trimestre imediatamente anterior e 4,6 ponto percentual ante mesmo período do ano passado. Além disso, tão importante quanto a melhora do número de pessoas empregadas foi o crescimento da massa de rendimento real habitual, que cresceu 5,3% frente ao trimestre anterior e 6,1% na comparação anual.
Fonte: IBGE
Em outras palavras, os dados indicam que o mercado de trabalho no país tem apresentado uma dinâmica positiva nesse processo de recuperação econômica, levando a dois efeitos: aumento do consumo (o mais factível) e o aumento da parcela poupada, que consequentemente leva para o aumento dos investimentos.
Assim, no atual cenário que há melhora do mercado de trabalho somado ao processo de desinflação, o qual tem se consolidado no país, a tendência é positiva para o consumo de bens e serviços que na teoria econômica chamamos de supérfluos, como viagens, roupas, eletrônicos, tv por assinatura, alimentação fora de casa dentre outros.
Porém, como nem tudo são flores, a melhora do mercado de trabalho indica que a economia está mais aquecida pelo lado da demanda e as consequências levam para os receios de uma inflação que pode sair do controle, ou seja, que exija uma política dura de juros do banco central na decisão do juro.
Dessa forma, no tradeoff entre o desemprego e os juros altos na dinâmica econômica, certamente o cenário ideal para o investidor é a melhora sustentável do emprego e da renda real, essa a qual, ao longo do tempo, ainda pode contar com um cenário de inflação controlada, algo factível após a antecipação do ciclo de alta de juros observado na economia brasileira e que já começa a trazer seus efeitos para o controle inflacionário.