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Em conversas com alguns executivos, tenho observado que nem todos conseguem utilizar de forma mais abrangente as informações que o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) disponibiliza. Então, resolvi pontuar algumas coisas que podem ajudar.
Partindo do ponto que o quê uma empresa faz é, essencialmente, captar recursos – com seus acionistas e/ou com terceiros – e investi-los em uma carteira de ativos que os remunere, o cerne das informações que o DFC apresenta é o estado deste fluxo de captação-investimento-remuneração.
A expectativa é que, a cada período, a soma algébrica dos recursos gerados pelas operações, com aqueles utilizados (ou gerados) nas atividades de investimento (desinvestimento) se anule com aqueles das atividades de financiamento (com acionistas e/ou com terceiros). Afinal, não faz sentido que uma empresa acumule recursos indefinidamente, ou seja, ou se aproveitam as oportunidades de investimento ou, na ausência delas, se remunera os investidores.
É natural que este fluxo varie com o nível de desenvolvimento da empresa e com as condições de mercado. Por exemplo, uma startup, terá geração operacional de caixa negativa até que atinja seu ponto de equilíbrio financeiro. Além disto, seu rápido crescimento demandará montantes significativos de recursos, os quais, tipicamente, são aportados por seus investidores (é raro que uma empresa nascente consiga captar com terceiros).
Na medida que a empresa cresce, suas operações se tornam mais robustas, sua geração de caixa operacional ganha relevância e, proporcionalmente, suas demandas por novos investimentos para crescimento acabam por caber dentro de sua capacidade de geração. Além disto, uma geração de caixa mais consistente lhe dará acesso ao mercado de dívida, permitindo abrir mão de novas chamadas de capital.
Continuando o caminho da maturidade, chegará o momento em que suas taxas de crescimento tenderão a decair, ou seja, a empresa tenderá a crescer na mesma velocidade que o mercado como um todo. Nesta fase, dado que sobreviveu, a empresa é provavelmente líder de custos em seu setor e, portanto, consegue gerar caixa suficiente em suas operações para dar conta de todas as suas necessidades de investimentos, manter suas dívidas equilibradas e sobram recursos para remunerar seus acionistas.
Além da questão do ciclo de vida, alguns ramos de atividade também geram fluxos de caixa característicos, por exemplo, o setor de infraestrutura. Caracterizado por vultosos investimentos iniciais, são empresas que costumam já nascer grandes e com acesso ao mercado de dívida (a maioria dos projetos nessa área não é viável sem alavancagem) e que, passada a fase inicial de investimento e de ramp-up de suas operações, se transformam em fortes pagadoras de dividendos.
Feitas estas considerações de ciclo de vida e setor de atividade, existem algumas métricas que a DFC nos permite monitorar e que trazem subsídios importantes para a análise financeira.
A primeira métrica é o quanto a empresa depende de novos recursos para atender as suas necessidades de investimentos, ou seja, qual o limite de investimentos que uma empresa pode realizar sem depender de novos aportes. Basta que dividamos a geração liquida de caixa das operações por seus ativos operacionais. A hipótese limite com que trabalhamos é de a empresa utilizar todo o caixa gerado para crescer (aumentar seus ativos). A razão de crescimento nos informa a taxa máxima a que a empresa analisada pode crescer sem depender de novos aportes.
Dado que se espera que a empresa cresça, ao menos, na mesma taxa de crescimento que seu mercado (para que não perca market share e, portanto, relevância), empresas atuantes em mercados de elevado crescimento, normalmente, dependerão de novos aportes para suportar suas estratégias competitivas.
A segunda métrica que gostaria de abordar está intimamente relacionada com a primeira que é o percentual da geração de caixa operacional da empresa decorrente das despesas não caixa (depreciação, amortização e exaustão). Este percentual quando abatido da métrica anterior, nos traz uma ideia mais rigorosa da capacidade que uma empresa tem de investir, além do que naturalmente se esperaria da reposição dos seus equipamentos na medida em que se desgastam. É verdade que, por conta do avanço tecnológico, equipamentos novos tendem a ser mais produtivos que seus antecessores, mas, ainda assim, esta métrica pode ajudar muito nas projeções e na avaliação da sustentabilidade das operações da empresa.
A terceira e última métrica é a comparação da geração operacional líquida de caixa, com seus passivos não operacionais. Quando fazemos a comparação com o total de passivos (curto e longo prazo) e sabedores dos prazos médios de vencimentos destas dívidas, podemos entender qual a taxa mínima de refinanciamento de seus débitos a empresa precisará obter para manter a sustentabilidade de sua estrutura de capital.
Quando fazemos a mesma comparação, mas desta vez considerando apenas os passivos de curto prazo, teremos uma visão mais ácida das necessidades de refinanciamento já para o próximo período.
*Professor do COPPEAD/UFRJ e Diretor do Parque Tecnológico da UFRJ
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