Foi mais uma semana pesada para os mercados. Num movimento desesperado, diante da proximidade da delação premiada da Odebrecht, alguns congressistas trataram de colocar a Lava Jato sob pressão.
Dois eventos foram marcantes neste sentido: (1) a descaracterização total do projeto das “Dez Medidas contra a Corrupção”; e (2) a discussão da lei de abuso de autoridade, colocada em pauta do Senado num momento totalmente inapropriado. E Sergio Moro denunciou isso. Para ele, foi objetivo do presidente do Senado, Renan Calheiros, “criminalizar as investigações sobre o maior caso de corrupção da história”. Este mesmo Calheiros que acabou colocado como réu pelo STF.
Assim sendo, como pensar em retomada da economia? O PIB veio mais fraco no terceiro trimestre, sendo maiores os tombos no consumo e nos investimentos, itens que cresceram no trimestre anterior. Neste ano deveremos despencar mais de 3,5% e em 2017 as expectativas indicam um crescimento ainda menor, não devendo passar de 0,6% a 0,8%. Em suma, a recessão continua a desnortear o País e o clima político açodado contribui para isso.
IPC-FIPE DESACELERANDO
Variou 0,15% em novembro, ante 0,27% em outubro. Dos sete grupos pesquisados, quatro apresentaram desaceleração de preços, com destaque para Alimentação (de -0,27% para -0,92%) e Transportes (de 0,71% para 0,42%).
A inflação no varejo em São Paulo vem se mantendo em patamar baixo, motivado principalmente pela sucessiva deflação dos itens alimentícios desde o final de setembro, sendo agora colaborado pela diminuição de preço nos combustíveis.
PRODUÇÃO INDUSTRIAL EM QUEDA
A produção industrial brasileira registrou queda de 1,1% em outubro frente a setembro, que havia assinalado alta de 0,5%, na série livre de influências sazonais. Também segue em queda de 7,3% contra o mesmo mês do ano passado, sendo a trigésima segunda taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. No ano a queda foi de 7,7% e em doze meses de 8,12%, mas reduzindo o ritmo de queda frente ao registrado em junho (-9,7%), julho (-9,5%), agosto (-9,3%) e setembro (-8,8%). De setembro para outubro, 20 dos 24 ramos industriais recuaram.
Segundo o IBGE, os destaques vieram de produtos alimentícios (-3,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,5%), com o primeiro eliminando parte do avanço de 6,3% verificado em setembro e o segundo voltando a recuar após crescer 4,7% no mês anterior, quando interrompeu dois meses consecutivos de queda na produção, que acumularam perda de 11,8%. Entre as grandes categorias econômicas, na comparação de setembro para outubro, bens de capital (-2,2%) e bens intermediários (-1,9%) mostraram as reduções mais acentuada, seguido pelos segmentos de bens de consumo duráveis (-1,2%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,8%).
A Indústria ainda não se recuperou plenamente dos reveses que a economia vem sofrendo, haja vista a previsão de queda do PIB de 3,6% para este ano. Acreditamos que a Indústria cairá entre 6% e 7%.