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Semana tem Crédito, Resultados Fiscais, Desemprego, IGP-M, FOMC e Balanços

Publicado 29.01.2018, 08:17
Atualizado 09.07.2023, 07:32

A semana que encerra o mês de janeiro tem agenda movimentada na economia e na política. Já na segunda-feira, o Banco Central (BC) divulga dados relativos a dezembro sobre estoque de crédito e inadimplência, enquanto o Tesouro Nacional traz informe da dívida pública de dezembro e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresenta sondagem da indústria (janeiro). Na terça-feira, saem o IGP-M de janeiro, índice que corrigirá contratos financeiros e de aluguel, e o resultado primário do governo central relativo a dezembro.

Destaque ainda para apresentação de resultados fiscais do setor público e dados de desemprego em dezembro (quarta-feira), produção industrial de dezembro, vendas de veículos e balança comercial de janeiro (quinta-feira) e, na sexta-feira, para a divulgação referente a janeiro do IPC da Fipe. Também na quarta-feira, nos Estados Unidos, o Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano), encerra sua reunião para definir a taxa de juros básica, que deve ficar estável.

Nesta semana, começa também a temporada de balanços das empresas, que podem indicar se a recuperação da economia no fim do ano passado já teve impacto nos lucros.

No cenário político, especulações sobre o futuro de Lula

A confirmação da condenação do ex-presidente Lula, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), e sua possível inelegibilidade devem continuar na pauta política da semana, que tem ainda a retomada das atividades do Congresso Nacional e expectativa do governo de aprovar a reforma da Previdência na Câmara em fevereiro. Espera-se também, para os próximos dias, a divulgação de pesquisa de intenção de voto para a Presidência da República, já incorporando a nova realidade.

Incertezas, batalha jurídica e previsão de volatilidade nos mercados

O cenário em relação a Lula é de incertezas, que envolvem desde a possibilidade de prisão até o registro da candidatura, pois o processo entrará em uma terceira fase, de embargos e recursos em cortes superiores, que serão impetrados pela defesa. Ao mesmo tempo, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) declarou à Folha de S.Paulo que o partido buscará mobilização das ruas como forma de pressionar e garantir a participação de Lula na eleição.

O mercado vai trabalhando com o consenso de que, com as chances de candidatura do ex-presidente reduzidas, agora terão início efetivo os movimentos no cenário eleitoral, “o que pode trazer volatilidade”, segundo destacam analistas do BB Investimentos.

O futuro político do ex-presidente já tem reflexo no campo da esquerda, que discute a eleição presidencial sem o nome de Lula na urna. Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) são os nomes do campo da centro-esquerda que podem se beneficiar pela ausência de Lula, embora o PT manifeste que esgotará todas instâncias para registrar a candidatura de seu líder mais importante.

Horizonte de cautela e novas articulações

No lado das forças de oposição ao PT, o horizonte é de cautela e até ameaça de racha no PSDB. Segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo, aliados do presidenciável tucano Geraldo Alckmin, que articularia nos bastidores aliança de centro-direita com PSD, DEM, PTB e PPS, admitem apoiar o vice-governador Márcio França (PSB) à sucessão do governador paulista, para fortalecer a candidatura de Alckmin à Presidência.

A estratégia, no entanto, é rechaçada por outra parte dos tucanos, entre eles o prefeito João Doria e o vice-prefeito Bruno Covas, que defendem o nome de alguém do partido para o Palácio dos Bandeirantes. No caso, o do próprio Doria.

Reforma da Previdência: negociações continuam

Distante dos últimos acontecimentos políticos, o presidente Michel Temer retorna ao país após participar do encontro de Davos e deve continuar as negociações tentando obter os votos necessários na Câmara para aprovar o texto da reforma da Previdência.

Tudo indica que Temer deve iniciar fevereiro sem conseguir ainda nomear a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho. A nomeação foi suspensa por decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, sendo contestada por ministros e aliados do presidente.

Inflação medida pelo IGP-M deve ter desaceleração em janeiro

A equipe do Banco Fator lembra que a segunda prévia do IGP-M neste mês registrou alta de 0,82% no mês e – 0,31% na comparação anual. A estimativa para o valor final é de uma desaceleração na taxa sobre dezembro, para 0,78%, causada pela desaceleração dos preços do atacado (IPA) para 0,97%, com influência dos grupos agropecuário e industrial. No ano, a projeção é de deflação ainda, de – 0,39%. O IPA é um dos subíndices do IGP-M, ao lado dos preços ao consumidor (IPC) e da construção civil (INCC).

Já para os analistas da Rosenberg Associados (RA) a variação mensal deve desacelerar de 0,89% para 0,84%. “Na comparação em 12 meses, a taxa deve diminuir o ritmo deflacionário, passando de -0,5% para -0,3%”. Na abertura por grupos e na variação mensal, destaque também para o arrefecimento do IPA, reflexo da reversão dos grãos e da estabilização dos combustíveis, ainda influenciados pela subida do petróleo no mercado internacional. Os preços ao consumidor, medidos pelo IPC, diz o relatório da consultoria, também devem acelerar nesta leitura, puxado pelos alimentos e serviços de educação.

Para a equipe do departamento de macroeconomia do Itaú Unibanco (SA:ITUB4), a variação mensal do IGP-M estimada para janeiro é de 0,79% e a anual de – 0,38%.

Indicadores fiscais: de olho nas receitas e despesas

Em relação aos indicadores fiscais de dezembro, mês com forte déficit sazonal, o Resultado Primário do Governo Central (formado por Tesouro, Banco Central e Previdência) deve registrar, na avaliação da Rosenberg Associados, déficit ao redor de R$ 25 bilhões.

No ano, a equipe estima que o resultado deverá acumular déficit de R$ 126,9 bilhões, longe da meta em vigor para 2017, de R$ 159 bilhões. “A combinação entre melhor desempenho da receita e modesta retração da despesa explica tal resultado melhor do que a meta”, avalia relatório da consultoria. Em dezembro do ano passado, lembram os analistas, foi registrado um déficit de R$ 64,3 bilhões (em termos reais); já o Resultado Primário do Setor Público consolidado, que inclui os Estados e Municípios, “deve registrar déficit ao redor de R$ 27 bilhões”.

A avaliação dos analistas do Itaú Unibanco é de um provável déficit de R$ 25,4 bilhões no mês e fechamento de 2017 com um déficit de US$ 127 bilhões (ou -1,9% do PIB), muito inferior ao projetado, de US$ 159 mil (ou -2,4% do PIB), ” devido a surpresas nas frentes de receitas e despesas”.

Desemprego: taxa poderá apresentar primeiro recuo

No trimestre encerrado em dezembro, segundo a consultoria RA, a taxa de desemprego apurada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua deve ter apresentado o primeiro recuo em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, “dando continuidade ao movimento de melhora do mercado de trabalho”. A projeção para a taxa é de um recuo de 12% para 11,9%.

Os analistas do Banco Fator lembram que a taxa de desemprego decresce há oito meses, chegando em 12% em novembro; porém este movimento “se caracteriza pelo crescimento do trabalho informal, enquanto cargos com carteira assinada ainda registram cortes”. A equipe estima queda da taxa para 11,8% no trimestre e média de 12,8% no ano. Já o Itaú Unibanco espera que a taxa de desemprego diminua 0,1 ponto percentual para 11,9%, permanecendo estável em termos dessazonalizados.

Analistas esperam bons resultados na produção industrial

Sobre a atividade econômica, a produção industrial de dezembro, na avaliação da equipe do Itaú Unibanco, será o destaque da semana. “Nossa previsão preliminar aponta para um aumento de 2,5% (comparativo mensal), acelerando para 4,0% em termos anualizados”, destaca relatório.

A Rosenberg Associados prevê que a produção industrial deve ter apresentado bons resultados em dezembro, na comparação com novembro. “A expansão da importação de matérias primas, da produção de papelão e automóveis, além do tráfego de veículos pesados balizam esta projeção.” Os analistas da RA projetam taxas de 2% e 3,3%; já para o banco Fator, a estimativa é alta de 0,5% (mensal) e de 3,3% na comparação interanual.

Previsão de superavit na balança comercial

De olho nos resultados de janeiro da balança comercial, os analistas do Fator lembram que no ano anterior foi registrado saldo recorde de US$ 67,023 bilhões, acumulados em doze meses, e que tal resultado contou com uma forte redução nas importações, causada por uma queda no consumo doméstico de bens importados durante a crise, e aceleração das exportações que, por sua vez, foi movida principalmente pelo setor automobilístico.

A equipe do Itaú Unibanco destaca, em relatório, esperar que a balança comercial de janeiro apresente um superávit de US$ 2,8 bilhões na quinta-feira. Isso resultaria de um aumento de exportações de 3,3% (comparativo mensal) e de um declínio de 5,1% em importações. “O resultado de 12 meses provavelmente permanecerá estável em um superávit de US$ 67 bilhões.”

Cenário internacional: atenções sobre rumos do emprego, inflação e juros nos EUA

Na agenda internacional, também agitada na semana, os EUA divulgam, na quinta-feira, o ISM (Institute for Supply Management), que mede o nível de atividade industrial no país. Mas o destaque, segundo avaliam em relatório analistas do BB Investimentos, serão prováveis sinalizações quanto à dinâmica de juros no país, com reunião do Fomc marcada para quarta-feira, além da divulgação de dados sobre emprego e inflação. Na terça-feira, serão divulgados dados de Renda e Gastos Pessoais e o deflator das despesas pessoais do consumidor, o PCE. Esse índice é o principal referencial de inflação do Fed para definir os juros e estava em 1,8% em novembro, bem perto do limite de 2% desejado pelo banco central americano.

Em dezembro, lembram os analistas do banco Fator, o payroll (relatório de emprego no setor privado) registrou um saldo de 148 mil novos empregos. A pesquisa domiciliar apontou crescimento na ocupação, de 104 mil vagas, resultado superior ao mês anterior (70 mil), porém ainda não o suficiente para superar o corte de 476 mil vagas em outubro.

O saldo da População Economicamente Ativa (PEA) também se manteve no positivo, com 64 mil novos participantes no mercado. Assim, o desemprego caiu em 40 mil vagas e pelo terceiro mês seguido a taxa de desocupação fica em 4,1%. Já o rendimento do trabalho cresceu 2,5% na base anual, acima da inflação medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI) cheio. “Mas o sinal não parece suficiente para mudar a perspectiva para a trajetória da política monetária”, diz a equipe do banco.

A Rosenberg Associados lembra que, na última reunião com Janet Yellen como presidente do Fed, o Fomc deve observar a elevação do ritmo de crescimento da economia a partir dos últimos indicadores de atividade vis-à-vis à ausência de reação inflacionária significativa – questão que tem acompanhado o Fed há algumas reuniões.

Zona do Euro registra dados positivos

Devem sair também, entre terça e quarta-feira, a primeira prévia do PIB da Zona do Euro, referente ao quarto trimestre de 2017, além de dados sobre inflação e desemprego na região.

A atividade na zona do euro, lembram analistas do Fator, acelera continuamente, em termos interanuais, desde o segundo trimestre de 2016 (1,7%). No ano passado, houve expansão de 2,6% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, e 0,6% sobre o período anterior. As despesas de consumo das famílias (0,3%) e a formação bruta de capital fixo (1,1%) desaceleraram em relação ao trimestre anterior, ficando o destaque positivo com a aceleração das exportações (1,2%) e a queda nas importações (1,1%).

O desemprego na região decresce continuamente desde o final de 2013, lembra a equipe do banco, quando chegou a taxa recorde de 12,2% em setembro. Em novembro do ano passado esta taxa estava em 8,7%, menor valor desde maio de 2009 (9,3%). Já o índice de preços ao consumidor referente a zona do euro registrou, em dezembro, uma leve desaceleração, para 1,4%, frente a taxa anual de 1,5% vista em novembro.

Previsão ainda é de alta para ativos de risco, diz economista

Depois de uma semana de grande agitação e volatilidade nos mercados locais — com forte expectativa diante do julgamento do ex-presidente Lula pelo TRF-4 , que acabou confirmando a condenação dele, em placar de 3 a zero — a visão de analistas é que a tendência ainda é de alta para ativos de risco.

“Reforçamos isso com o ingresso de recursos de investidores estrangeiros e locais, assumindo maior parcela de risco em renda variável na gestão de recursos”, diz Alvaro Bandeira, economista-chefe do Home Broker ModalMais. Ele destaca que não há lembrança de fluxo tão grande e contínuo (23 pregões até 23 de janeiro) de estrangeiros para a B3 como agora, atingindo R$ 6,6 bi ou quase 49% de tudo que ingressou em 2017.

Ajustes devem continuar ocorrendo pela reprecificação positiva dos ativos

Para o economista, o fluxo de recursos elevado sendo canalizado e descompasso com novas ofertas de títulos “leva à conclusão de que os ajustes continuarão a ocorrer pela reprecificação positiva dos ativos”.

Ele menciona como pano de fundo desse quadro a recuperação da economia global, com destaque para a zona do euro. E ainda a maior tração na economia americana pela reforma tributária de Trump, além de China, Japão e Índia mantendo crescimento e América Latina, segundo o FMI, em cerca de 2,5%. “O mesmo FMI parece defasado em relação ao Brasil quando projeta crescimento de 2,0%”, afirma Bandeira

No Brasil, o economista acredita que duas as incógnitas podem pesar nessa avaliação constantemente positiva. De um lado, destaca “o barulho que Lula, condenado em segunda instância, e seu partido, possam eventualmente fazer daqui para frente. E de outro, como o governo retomará a reforma da Previdência e medidas de ajuste”.

Urgência na reforma previdenciária, concessões e privatizações

Para Alvaro Bandeira, a reforma da Previdência não pode ficar para depois das eleições e tem que ser tentada ainda em fevereiro. Defende ainda que medidas como reoneração da folha de pagamentos, bloqueio de aumento de servidores, tributação de fundos exclusivos e contingenciamentos deveriam ser “para ontem” – bem como celeridade nas concessões e privatizações desonerando a estrutura e reduzindo o tamanho do Estado e celeridade na privatização da Eletrobrás.

B3 deve ‘elevar a régua’ para patamar dos 86.000 pontos

Pela análise técnica, que usa os gráficos para tentar prever o comportamento da bolsa, já foi ultrapassado o ponto de resistência de 83.000 pontos do Ibovespa, destaca Bandeira. Na sexta-feira, o índice fechou em 85.530 pontos. “Agora, só resta elevar a régua para patamar ao redor de 86.000 e, depois, o horizonte de 90.000 pontos”, afirma. Ele alerta, no entanto, para a necessidade de o investidor ser seletivo nas aplicações e ter sangue frio com realizações de lucros que podem não ser tão bem absorvidas em determinados períodos.

Início da temporada de balanços

Nesta semana, começa a temporada de balanços do quarto trimestre de 2017. Entre os nomes esperados estão Fibria Celulose, na segunda-feira, Santander na terça, e Bradesco, Cielo e Klabin na quarta-feira.

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Parabéns Ângelo por seu trabalho, bem resumido é explicada a sua matéria no geral. Te desejo muito sucesso, aqui no Invest.
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