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Série Especial: Juros neutros e próximos passos da política monetária do Copom

Publicado 07.09.2021, 19:34
Atualizado 02.09.2020, 03:05

O Investing.com apresenta uma nova série de análises para ajudar os investidores a elaborar sua tese de investimentos. Desta vez, o assunto é sobre a política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Mais especificamente, a série vai ter artigos de economistas analisando o seguinte trecho do comunicado pós-reunião que elevou, em agosto, a taxa Selic em 100 pontos-percentuais, de 4,25% para 5,25%: “neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado um ciclo de elevação da taxa de juros para patamar acima do neutro”.

Os textos vão abordar o que é a taxa neutra de juros, como é feita seu cálculo e estimativa da atual taxa neutra na economia brasileira. Além disso, os analistas avaliam se realmente a condução atual da política monetária caminha para ser efetivamente contracionista, ou seja, acima da taxa neutra. Como também se o Copom conseguirá convergir a expectativa de inflação de 2022 para o centro da meta de 3,5% - atual horizonte da política monetária – e qual será o impacto no crescimento.

Política monetária em 2021

É importante ter um panorama sobre a evolução da política monetária neste ano com complemento às leituras posteriores.

O primeiro Boletim Focus de 2021, de 4 de janeiro, trazia projeções das principais variáveis macroeconômicas do Brasil que soam irreais após 8 meses. Dificilmente algum investidor teria colocado em seu cenário-base de investimentos que o Copom elevaria a taxa Selic para 7,63% ao ano, de acordo com as projeções do último Focus divulgado na segunda-feira (6). A primeira consulta do Banco Central ao mercado no ano informava que os economistas projetavam a taxa Selic para 3% no fim do ano, com um IPCA de 3,32% e crescimento do PIB de 3,40%.

1º Boletim Focus divulgado em 2021; Fonte: Banco Central do Brasil

Muitas águas rolaram desde então. Logo na primeira reunião do ano, em janeiro, o Copom abandonou o forward guidance, que foi adotado nos comunicados pós-reunião ano passado para sinalizar os passos seguintes da política monetária. Porém, ainda sem retirar o trecho da prescrição de uma política monetária sob um “estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade", com a manutenção da taxa em 2% ao ano.

Mas, iniciou em março a trajetória de ciclo de alta, com uma elevação de 75 pontos-base enquanto o mercado esperava 0,5 ponto percentual, e prometendo mais uma alta de mesma magnitude na reunião seguinte no comunicado que começou a mencionar “processo de normalização parcial do estímulo monetário”. Foram 3 altas de 0,75 ponto e a última de 100 pontos-base, o que também deve acontecer na próxima reunião, já “contratada” no comunicado da última reunião em que introduziu o trecho sobre um nível de taxa de juros acima do neutro.

Causas do aperto monetário

Em linhas gerais, as causas para o atual aperto monetário são as seguintes:

1) estimativa de um IPCA acima de 1,5 ponto percentual do centro da meta de inflação neste ano e desancoragem da perspectiva inflacionária para 2022, devido a uma combinação de fatores como choque de ofertas nos combustíveis e nos alimentos, alta do dólar, crise hídrica que elevou as tarifas de energia, além da pressão da falta de suprimentos nas cadeias globais de valor que encarecem produtos industriais no mundo inteiro. No Boletim Focus divulgado segunda-feira, a expectativa do IPCA para 2021 era de 7,58%, enquanto o centro da meta é 3,75% e o limite superior de 5,25%. Já a expectativa de inflação para 2022 estava em 3,98%, com o centro da meta em 3,5%.

Boletim Focus de 6 de setembro; Fonte: Banco Central do Brasil

2) pressão adicional de alta dos preços com a reabertura do setor de serviços após a flexibilização das medidas de isolamento social por causa da pandemia;

3) expectativa do crescimento do PIB maior do que o projetado no início do ano;

4) tensão política que eleva o risco por deixar em segundo plano a agenda liberal de reformas e de privatizações, além de perspectiva de aumento do gasto em ano eleitoral com ameaças de rompimento do teto de gastos.

O Investing.com espera que as leituras das análises nessa série especial ajudem os nossos leitores e usuários a elaborar uma tese de investimentos vencedora nesse momento de incertezas crescentes.

Boa leitura!

Últimos comentários

Tensão política, expectativa de aumento de inflação, eleições, abandono da agenda de reformas...tudo indica que a bolsa vai sofrer mais ainda.
Excelente.
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