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Isto não é um artigo sobre futebol
Neste final de semana, ocorre a primeira partida da final do Paulistão.
Quem me acompanha há algum tempo está careca de saber que eu não dou a mínima para futebol. Consequentemente, iniciar o artigo mencionando esse fato é, no mínimo, estranho.
Mas acompanhe-me. Eu juro que o assunto é outro…
O ano era 1981. O local, o município paulista de Diadema.
Com escusas antecipadas a eventuais leitures diademenses, a cidade não é exatamente o paraíso na Terra. Pelo contrário: em tempos não muito distantes, aquela região era presença obrigatória naqueles programas de TV durante os quais recomenda-se deixar um balde em frente ao aparelho para conter o sangue que escorre da tela.
Diante das escassas oportunidades de lazer do município e do desejo de bater uma bolinha nas várzeas da região, um grupo de migrantes nortistas, nordestinos e mineiros criava o E.C. Água Santa.
As primeiras décadas não rendem muito o que contar. A partir dos anos 2000, contudo, a intrépida equipe começa a amealhar vitórias em competições amadoras. E, com isso, vagarosamente começa a conquistar torcedores.
Somente em 2011 viria a profissionalização. A primeira disputa da segunda divisão do Paulistão viria em 2013. Em 2016, o time conheceria pela primeira vez a série A1 do Campeonato.
Neste ano, o Água Santa está na final. Disputará o título com o consagradíssimo Palmeiras.
Totalmente alheio a temas futebolísticos que sou, só tomei conhecimento dos fatos que narro porque, enquanto me via na academia, passava na TV um programa de mesa redonda no qual se discutia os fatores que contribuíram para a evolução da equipe.
A despeito das limitações inerentes a um outsider da elite futebolística, o Água Santa havia apostado na profissionalização da gestão, mantém a folha de pagamento em dia (aparentemente isso é um diferencial...), oferece bônus de desempenho aos jogadores, investe no plantel...
Ao que me pareceu, práticas diferenciadas e com contornos de empresa em um ramo ainda bastante dominado por cabeças de outras gerações, com outras prioridades - que, não por acaso, frequentemente desaguaram em clubes com situação precária.
Mesmo com a imensa profusão de sites de aposta no País, duvido que muitos usuários teriam se aventurado a colocar dinheiro no Água Santa disputando a final do Paulistão.
Muito mais fácil pensar em Corinthians, São Paulo, Palmeiras...
Entre os poucos que o fizeram, aposto na existência de dois grupos: de um lado, aquáticos inverterados; de outro, observadores cuidadosos do mundo do futebol que percebiam que o diademense tinha chances de prosperar por conta da lição de casa bem-feita.
Ou seja: indivíduos que detinham alguma vantagem informacional em relação ao grande público.
Tal qual os consagrados times de sempre do Paulistão, a bolsa também tem sua elite.
Vale (BVMF:VALE3), Petrobras (BVMF:PETR4), Itaú (BVMF:ITUB4), Bradesco (BVMF:BBDC4), Ambev (BVMF:ABEV3), Lojas Renner (BVMF:LREN3)... a lista é bem conhecida. O Índice Bovespa é composto, atualmente, por cerca de 60 empresas.
Engana-se, contudo, quem pensa que elas representam a totalidade da B3 (BVMF:B3SA3): por volta de 400 Companhias têm ações negociadas na bolsa brasileira.
Não obstante, a maioria do público - incluindo, aqui, os investidores institucionais - se restringe à "Série A": Empresas bastante conhecidas e reconhecidas.
No outro extremo, um bom número de Companhias que, provavelmente, permanecerá nos grupos de acesso por prazo indeterminado.
Mas entre elas há - sempre há - um punhado de pequenas boas empresas com real potencial de alçar voos mais altos.
Contra tudo e contra todos, o Brusque foi campeão catarinense em 1992. Foi também Santa Catarina quem nos deu empresas-prodígio como WEG (BVMF:WEGE3), Schulz (BVMF:SHUL4) e Tupy (BVMF:TUPY3).
(Sim, a hoje toda-poderosa WEG é um exemplo clássico de small cap que deslanchou...)
O campeonato baiano de 2006 coube ao Colo Colo. O de 2011, ao Bahia de Feira. Atlético de Alagoinhas levou em 21 e 22. E é da Bahia que vem, também, a Ferbasa (BVMF:FESA4).
O mesmo interior paulista que serviu de berço ao Inter de Limeira (1986), ao Bragantino (1990) e ao Ituano (2014) também nos deu a Romi (BVMF:ROMI3), a CBA (BVMF:CBAV3), o Minerva (BVMF:BEEF3) e tantas outras empresas importantes em seus respectivos mercados, mas que não têm o mesmo lustro que o pelotão de elite da bolsa.
Em comum, times e empresas têm histórias de sucesso, baseadas em muito trabalho dentro de casa, que só foi reconhecido depois que o sucesso veio.
Meu amor às small caps remonta meu ingresso no mercado, 16 anos atrás.
Foi acompanhando empresas assim que eu me tornei analista. Na medida em que Caxias, Juventude e Novo Hamburgo desbancavam a dupla Gre-Nal e levavam o Gauchão, eu me debruçava sobre nomes como Randon (BVMF:RAPT4), Fras-Le (BVMF:FRAS3), Marcopolo (BVMF:POMO4), SLC Agrícola (BVMF:SLCE3) e tantas outras Empresas que integravam o Ibombacha - o amistoso índice de ações que o jornal Zero Hora compilava, somente de firmas riograndenses.
Ao longo de minha caminhada, vi muita coisa. Desde casos desastrosos, como os de Gazola, Lupatech (BVMF:LUPA3), Agrenco... até grandes reviravoltas como Forjas Taurus (BVMF:TASA4) - que tive o privilégio de recomendar lá em 2017, quando negociava por volta de 1,70. O resto é história.
Aprendi, a duras penas, que é o tipo de investimento que nos demanda esforço redobrado e, mesmo assim, muitas vezes não dá em nada... mas, quando acertamos, acertamos na veia.
E, da mesma maneira que, a não ser que você seja torcedor(a) inverterado(a) do Água Santa, não parece sensato apostar todas as suas economias na vitória sobre o verdão - mas, talvez, uma fezinha faça sentido... -, pode ter sua razão de ser alocar parte de seus investimentos em ações em teses para além do óbvio.
Faz sentido para você?
E aí? Será que dá Água Santa no domingo?
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