Soja: Atentos ao dólar e à maior demanda externa, produtor se retrai e preço sobe

Publicado 20.10.2025, 09:20
Atualizado 20.10.2025, 09:20

Os preços domésticos da soja subiram na última semana, apontam levantamentos do Cepea. O impulso veio sobretudo da retração de produtores para vendas envolvendo grandes volumes. Segundo o Centro de Pesquisas, sojicultores estão atentos à valorização do dólar frente ao Real (o que torna a commodity brasileira mais atrativa em detrimento do grão norte-americano), à maior demanda externa e às novas tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos à China, que entram em vigor em novembro e que podem ampliar ainda mais as vendas do Brasil ao país asiático. No entanto, pesquisadores explicam que esse cenário pressionou as cotações futuras da soja nos EUA e, por sua vez, as desvalorizações externas limitaram as altas no mercado brasileiro. Quanto à safra brasileira 2025/26, dados da Conab indicam aumento de área em 3,6% frente à anterior, para um recorde de 49,07 milhões de hectares, o que se deve, principalmente, à substituição do cultivo de arroz por soja. A produção está estimada em 177,6 milhões de toneladas.

MILHO: Retração produtora sustenta cotações no interior; nos portos, preços sobem

Levantamento do Cepea mostra que os preços do milho no interior brasileiro se mantêm firmes. O suporte vem sobretudo da retração de produtores, que seguem focados na semeadura da safra verão 2025/26. Nos portos, conforme o Centro de Pesquisas, os valores do cereal avançam, refletindo as valorizações do dólar e do mercado internacional. Pesquisadores destacam que o aumento nos preços nos portos tende a impulsionar também as cotações no interior do País, à medida que esse contexto eleva a paridade de exportação. No campo, a semeadura da safra 2025/26 está adiantada na maior parte das regiões produtoras, somando, até o dia 11 de outubro, 31,2% da área nacional, avanço semanal de 2,1 p.p. e acima dos 30,7% da média dos últimos cinco anos, segundo a Conab. Relatório divulgado nesta semana pela Companhia aponta que a produção agregada de milho para 2025/26 pode ser de 138,6 milhões de toneladas, o que representaria queda de 1,8% em relação ao volume de 2024/25.

FEIJÃO: Mercado segue em ritmo lento e preços, em queda

O mercado de feijão se manteve em ritmo lento ao longo da semana passada e os valores, pressionados. Segundo pesquisadores do Cepea, a postura retraída de compradores e a maior presença de lotes com umidade inadequada à necessidade da indústria foram fatores que influenciaram as baixas de preços. Ressalta-se que lotes denominados extras, com peneira 12 acima de 90%, são escassos e, portanto, são mais valorizados no mercado. Assim, muitos produtores consultados pelo Cepea que ainda detêm esse grão negociam apenas quando precisam “fazer caixa”, enquanto os vendedores mais capitalizados preferem armazenar esse feijão. No campo, a semeadura da safra 2025/26 atinge 21,1% da área estimada para a primeira safra, segundo apontam dados da Conab dia 11. No Sul do País, as atividades de campo seguiram mais lentas devido às chuvas. Já em São Paulo, a semeadura já foi finalizada há algumas semanas e, agora, produtores se preparam para iniciar a colheita no final deste mês. Ressalta-se que, no estado paulista, muitas lavouras são irrigadas, o que permite a uma janela de colheita adiantada. Estimativas divulgadas neste mês pela Conab apontam que a temporada brasileira de feijão de 2025/26 deve somar 3,04 milhões de toneladas, queda de 1% em relação à da safra anterior (2024/25). Essa retração se deve à queda de 0,4% na área, passando para 2,68 milhões de ha, e à diminuição de 0,5% na produtividade, indo para 1.134 kg/ha. A dinâmica da oferta, por sua vez, segue distinta dentre os feijões cores, preto e caupi.

MANDIOCA: Com oferta ainda abaixo das expectativas, preços têm novas altas

Apesar das chuvas na maior parte das regiões produtoras de mandioca acompanhadas pelo Cepea, a oferta seguiu limitada na última semana. Muitos agentes que dispõem de raízes de 1º ciclo têm avaliado a rentabilidade da matéria-prima como bastante comprometida. Nesse cenário de disponibilidade abaixo do esperado, os preços continuaram em alta, conforme aponta levantamento do Centro de Pesquisas. A média nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 569,56 (R$ 0,9905/grama de amido), elevação de 1% no comparativo semanal e de 5% no acumulado das últimas quatro semanas. Já em relação ao mesmo período do ano passado, registra-se desvalorização real de 11,3% (deflacionamento pelo IGP-DI). Entre os derivados, pesquisas do Cepea mostram que o mercado de fécula seguiu movimentado na semana passada, embora com um menor volume de negócios efetivos. Para a farinha, após terem se reposicionado quanto aos estoques, compradores estiveram menos ativos, resultando em queda na quantidade comercializada para atacadistas e varejistas.

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