Produtores brasileiros estão focados na colheita da soja e, com isso, seguem mais afastados das negociações no spot e/ou evitando comercializar grandes volumes neste momento. Segundo pesquisadores do Cepea, esses agentes estão incertos sobre tendência de preços para as próximas semanas, diante das condições climáticas adversas na Argentina e no Paraguai, que pode limitar a oferta desses países e favorecer as vendas do Brasil. Compradores consultados pelo Cepea, por sua vez, também estão cautelosos, adquirindo pequenos volumes para suprir necessidades imediatas. Demandantes esperam que a safra recorde no Brasil resulte em melhores oportunidades de negócios nos próximos dias.
MILHO: Na parcial de fevereiro, alta do Indicador supera os 10%
Os preços do milho registraram altas mais expressivas na semana passada na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Pesquisadores do Centro de Pesquisas indicam que o impulso vem da menor disponibilidade do cereal no spot nacional e do maior interesse de compradores. Segundo pesquisadores do Cepea, vendedores estão atentos às recentes valorizações e à demanda aquecida e, com isso, se retraem do mercado, à espera de novas valorizações. Já consumidores têm tido dificuldades para recompor seus estoques e vêm se esbarrando nos preços elevados no atual período. No campo, a colheita da safra verão tem avançado, com as atividades favorecidas pelo clima seco e quente nas regiões produtoras. Segundo dados da Conab do dia 16 de fevereiro, 21,1% da área de safra verão foi colhida, progresso semanal de 7,8 pontos percentuais e próximo dos 21,4% registrados em 2023.
MANDIOCA: Moagem da parcial de 2025 é recorde para o período
O esmagamento de raiz de mandioca seguiu crescendo ao longo da semana passada. Levantamento do Cepea mostra que, no acumulado da parcial de 2025 (até esta semana), foram processadas 398,5 mil toneladas de mandioca, 3% acima do mesmo período do ano passado e um recorde (para o período) da série histórica do Cepea, iniciada em 2006. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário se deve ao maior interesse de produtores pela colheita, visando se capitalizar e/ou liberar áreas. A retomada das atividades industriais também reforçou a boa movimentação neste início de ano. Com a oferta elevada, os preços da raiz de mandioca seguiram em queda em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Entre 17 e 21 de fevereiro, a média foi de R$ 568,52/tonelada, posta fecularia, recuo de 3% frente à da semana anterior. Na parcial do mês, a baixa no preço é de 11,7%.
FEIJÃO: Cotações seguem em queda; colheita da 1ª safra passa da metade
O mercado do feijão carioca continua operando em dois extremos. De acordo com pesquisadores do Cepea, enquanto os lotes comerciais enfrentam quedas nas cotações, devido ao alto volume de oferta e à menor qualidade dos grãos, os feijões de notas superiores seguem valorizados, refletindo a escassez desses lotes no mercado. No caso do feijão preto, produtores tentam segurar preços de comercialização, mas a demanda segue enfraquecida, o que tem impedido reações mais consistentes. No campo, as atividades de colheita avançaram nas principais regiões produtoras dos feijões carioca e preto. Conforme o levantamento da Conab, até o dia 17 de fevereiro, 52,1% da área da primeira safra já foi colhida no Brasil.