Dólar (DXY) inicia semana com foco em inflação, tarifas e discursos do Fed

Publicado 22.09.2025, 10:15
  • Corte de 25 pontos-base pelo Fed reforça confiança do mercado, mas não sinaliza novo ciclo de afrouxamento.
  • Dólar se fortalece com resiliência da economia dos EUA; inflação medida pelo PCE e riscos de tarifas seguem no radar.
  • Níveis técnicos indicam suporte do DXY em 97,5–97,6 e resistência na faixa de 98,5–100.

Os mercados globais iniciaram a semana em tom relativamente estável. Nos EUA, todos os principais índices acionários renovaram máximas após o Federal Reserve cortar os juros em 25 pontos-base — o primeiro corte desde dezembro. O movimento já era amplamente esperado. Embora a redução tenha alimentado expectativas de mais dois cortes até o fim do ano, o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou claro que não se trata do início de um novo ciclo de afrouxamento. A decisão foi apresentada como um passo cauteloso e calibrado para gerir riscos.

Após o anúncio, o dólar se valorizou de forma perceptível. Desde 17 de setembro, o Índice do dólar avançou de 96,2 para 97,8. A alta refletiu a percepção de que a postura do Fed foi menos dovish do que o mercado esperava e de que a economia americana segue relativamente resiliente.

Powell reconheceu sinais de fraqueza no mercado de trabalho, mas evitou sugerir cortes sucessivos. Ressaltou a persistência da inflação e os riscos advindos das tarifas, reforçando a mensagem de que a autoridade monetária atuará apenas se necessário. A comunicação do Fed teve impacto distinto sobre diferentes ativos: ações continuaram subindo, o dólar ganhou força e os yields dos Treasuries avançaram.

Mesmo sem um guia explícito para os próximos passos, o mercado precifica a possibilidade de cortes adicionais que somariam 50 pontos-base até o final do ano. As várias falas de dirigentes nesta semana, em especial a de Powell na Greater Providence Chamber of Commerce, serão determinantes para calibrar tais expectativas.

PCE e cenário geopolítico pressionam o dólar

Nos indicadores, o índice PCE, medida preferida do Fed para acompanhar a inflação, concentra atenções. A projeção é de leve alta da taxa cheia, de 2,6% para 2,7%, enquanto o núcleo deve permanecer em 2,9%. Leituras acima das estimativas podem reduzir a chance de novos cortes de juros e reforçar a demanda pelo dólar.

Outros relatórios, como renda pessoal e gastos, encomendas de bens duráveis e a pesquisa PMI de serviços da S&P Global, também podem influenciar a trajetória da moeda americana.

No campo geopolítico, o apetite global por risco se manteve relativamente equilibrado. Investidores acompanharam de perto a longa ligação entre o presidente Trump e o presidente chinês Xi, que trouxe sinais de avanço em temas como comércio, fentanil e TikTok. Ainda assim, como o status legal das tarifas segue indefinido, qualquer cancelamento ou nova medida pode provocar movimentos abruptos no dólar, tornando o DXY mais sensível a níveis técnicos de curto prazo.

Perspectiva técnica do dólar

Dólar DXY - Análise técnica

No DXY, a faixa entre 97,50 e 97,60 atua como suporte importante. Uma quebra abaixo desse patamar pode intensificar a pressão vendedora e levar o índice em direção a 96,55, que coincide com a base do canal.

Na direção oposta, 98,5 é a primeira resistência relevante, localizada próximo ao centro do canal. Caso supere esse nível, a região entre 99,7 e 100 surge como próxima barreira de força. Indicadores técnicos, como o IFR, sugerem que o dólar mantém viés altista, e enquanto se mantiver acima das médias móveis exponenciais de curto prazo, a demanda tende a continuar firme.

No conjunto, a análise técnica indica espaço para novas altas, mas surpresas nos dados econômicos ou sinais mais dovish do Fed podem frear ou reverter os ganhos.

Atualmente, o dólar busca um ponto de equilíbrio. O corte de juros pelo Fed reforçou a confiança dos mercados e, ao mesmo tempo, sustentou a moeda como porto seguro global. O tempo de duração desse movimento dependerá dos próximos passos da autoridade monetária e da resiliência da economia americana. Em resumo, os níveis-chave do dólar serão definidos pela interação entre os discursos do Fed e a divulgação dos indicadores nas próximas semanas.


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