Na coluna de hoje, vou falar sobre os Exchange Traded Funds (ETF’s), fundos de investimento negociados na bolsa de valores que replicam determinados índices de mercado de renda variável.
Atualmente existem 15 fundos ETF’s de índices de ações na B3. Veja a lista completa dos fundos aqui.
Os principais ETF’s de índices de ações são BOVA11, SMAL11 e IVVB11, que replicam respectivamente o Ibovespa, o {{17925|SMLL} }(índice de small caps) e o S&P500, principal índice de ações da bolsa dos EUA.
Estratégia passiva
A estratégia passiva consiste em comprar um ETF de índice de mercado e estar exposto à variação deste índice. A principal vantagem da estratégia é a diversificação de ativos e o valor mínimo baixo no investimento.
No caso do ISHARES IBOVESPA FUNDO DE ÍNDICE (BOVA11), principal ETF que replica o Ibovespa, o investidor não precisa comprar ações de todas as empresas do Ibov e pode investir um valor mínimo menor.
O ETF é negociado na B3 como se fosse uma ação. O lote padrão é de 10 cotas. Como exemplo, o preço do BOVA11 atualmente é de R$ 91. Portanto, o lote padrão tem valor de R$ 910.
Assim, qualquer investidor pessoa física pode fazer o investimento em ações através dos ETFs de forma simples, eficiente, com valor mínimo baixo e baixa taxa de administração do fundo ETF. A taxa de administração do BOVA11 é de apenas 0,54% ao ano.
Nos últimos 12 meses, o BOVA11 teve valorização de 10,42%, praticamente a mesma variação do Ibovespa no período de 10,57%.
Aumento da liquidez
O volume médio negociado dos ETF’s aumentou bastante nos últimos anos. Os três ETF’s com maior liquidez diária no mercado de ações são: BOVA11 (R$ 426,3 milhões), SMAL11 (R$ 12,3 milhões) e IVVB11 (R$ 8,2 milhões).
O aumento da liquidez é explicado pela eficiência, baixo custo e a diversificação do investimento através dos ETF’s.
O volume médio negociado diário dos ETF’s cresceu bastante: BOVA11 com aumento de 60% em 2019 em relação a 2018.
O volume negociado de SMAL11 foi multiplicado por 3,6 vezes: passou de R$ 3,5 milhões em 2018 para R$ 12,3 milhões em 2019.
Outro ETF que cresceu bastante em termos de volume negociado é o DIVO11, índice que replica o índice de dividendos (Idiv) da B3. O volume cresceu de R$ 300 mil em 2018, para R$ 700 mil em 2019, aumento de 133%.
O futuro será das ações Small Caps
Eu acredito que as ações de empresas small caps, que tem menor liquidez de mercado e são menos acompanhadas pelos investidores, terão melhor desempenho do que as ações do Ibovespa em 2019.
O desempenho do ETF de small caps (SMAL11) ficou para trás em 2018 e apresentou valorização de apenas +7,5% no acumulado de 2018, bem abaixo do ETF BOVA11 (+14,6%) no período.
Esse jogo começou a virar depois das eleições presidenciais em outubro de 2018, de lá para cá o placar está assim: SMALL11 +14,1% vs. BOVA11 +8,3%. No acumulado de 2019, o ETF de small caps teve alta de +6,8%, contra valorização de +7,6% do BOVA11.
O índice de small caps (SMLL) é bem menos concentrado do que o Ibovespa (5 ações representam 50% do índice), possui 79 ações de empresas, com menor concentração: 10 empresas representam 33% do índice SMLL.
O EWZ é a referência de ações brasileiras nos EUA
Um ETF de fundo de índice muito importante é o iShares MSCI Brazil Capped (NYSE:EWZ). Esse ETF é a principal referência de índice de ADR’s de ações brasileiras negociadas nos EUA.
Muitas vezes quando é feriado no Brasil, com a B3 fechada sem negócios, o EWZ tem forte volume de negociação e acaba por influenciar o mercado local quando o mercado reabre no dia seguinte.
No dia 25 de janeiro, feriado em São Paulo com a B3 fechada, aconteceu o rompimento da barragem da Vale (SA:VALE3) em Brumadinho (MG). Os ADR’s da Vale sofreram forte queda, afetando o EWZ e influenciaram o Ibovespa na volta do feriado na B3. As ações da Vale fecharam em queda de 24,5% e derrubaram o Ibovespa em 2,3% em 28 de janeiro.