As ações americanas subiram pelo segundo dia consecutivo ontem, com o S&P 500 avançando 0,65%. O índice estava em território de sobrevenda na semana passada e, nesta semana, já se recuperou. O índice está bem distante da banda Bollinger inferior, com um IFR em torno de 40.
Já recuperamos cerca de 61,8% da quinta onda de baixa, e o rali de hoje parece ser um padrão de triângulo diagonal ascendente, com o rali levando o índice a cerca de 4.200. Além disso, fechamos um gap em torno de 4.190. Portanto, do ponto de vista técnico, seria lógico que o índice parasse de subir nesses níveis.
Por outro lado, também há um gap em 4.250 que precisa ser fechado, e a média móvel de 200 dias está nessa região. A área de 4.250 também seria uma retração de 50% do movimento impulsivo de baixa. Neste momento, não tenho certeza sobre este mercado porque ainda há muitos dados importantes a serem divulgados esta semana, e a maioria só começa amanhã; as possibilidades são muito amplas.
Dólar e juros nos EUA devem seguir em alta
O Banco do Japão (BOJ) foi relevante, mas não acho que tenha mudado muito a minha visão, já que a taxa de referência de 10 anos foi elevada para 1% e parece que não há mais limite, desde que o mercado se mantenha ordenado. O BOJ está no processo de normalização, o que significa que as taxas precisam subir no Japão. Tudo indica que o BOJ apenas controlará o ritmo em que permite que essas taxas subam.
Todos os dados até agora sugerem que o Federal Reserve manterá uma postura hawkish na reunião de hoje, mas provavelmente adiará o aumento da taxa básica, deixando a porta aberta para dezembro. Os dados do ECI corroboram a linguagem hawkish de Powell ouvida há apenas duas semanas. Portanto, enquanto os dados nos EUA permanecerem fortes e os dados na Europa continuarem a enfraquecer, e o BOJ fizer o que faz, é provável que o dólar se valorize ainda mais, pois as taxas de juros nos EUA continuarão a subir mais rápido do que no resto do mundo.
A taxa de 30 anos está em consolidação novamente, o que tem sido o padrão para ela e para a taxa de 10 anos desde meados de julho. As taxas sobem rapidamente e depois se consolidam, e depois sobem e se consolidam. Acredito que, dado o padrão de bandeira que está se formando, o rendimento (yield) de 30 anos está se preparando para seu próximo salto e possivelmente indo acima de 5,3%.
A moeda americana também apresenta uma formação altista, o que indica que o Índice Dólar deve manter a alta. Se a divisa conseguir superar 106,85 pontos, é o suficiente para sustentar um rompimento, podendo levar o DXY para cerca de 107,80 a 108 pontos.
S&P 500 pode sofrer com alta dos juros e do dólar?
Se o cenário para os juros e o dólar daqui para frente for de alta, não seria demais dizer que o S&P 500 tende a se mover para baixo. Em decorrência disso, não veríamos um movimento de retomada para 4250 pontos, e sim uma correção para 4.100. Mas, novamente, dado onde estamos, parece melhor esperar e ver os resultados dos dados. Porque se rompermos 4.100 no S&P 500, a próxima parada pode muito bem ser 3.800. Portanto, não há motivo para se antecipar a um trem em movimento. Neste ponto, é melhor esperar e ver o que acontece.
AMD fica aquém das expectativas de receita para o 4º tri
A AMD (NASDAQ:AMD) divulgou resultados após o fechamento, e parece que a única parte importante é uma grande diferença em sua projeção de receita do 4º tri, que veio em uma faixa de US$ 5,8 bilhões a US$ 6,4 bilhões, ou US$ 6,1 bilhões no ponto médio versus expectativas de US$ 6,4 bilhões, e vê margens brutas ajustadas do 4T de 51,5% versus expectativas de 52,1%. Não é bom. Isso fez a ação cair cerca de 4% no after-hours, chegando a cerca de US$ 94, que é um nível importante. Se US$ 94 for rompido, pode cair muito mais.