Tarifas de Trump podem cortar até 0,4 p.p. do PIB brasileiro

Publicado 12.07.2025, 14:35

 

 

O anúncio de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, feito por Donald Trump no feriado de 9 de julho, acendeu um forte alerta no mercado e gerou reações imediatas. A medida, oficializada por Trump em sua rede social, foi classificada por analistas como um movimento de impacto não apenas econômico, mas também geopolítico e ideológico.

Segundo projeções do Goldman Sachs (NYSE:GS), as novas tarifas podem provocar uma queda de até 0,4 ponto percentual no PIB do Brasil, caso sejam integralmente implementadas. A instituição destacou que o Brasil seria o país mais afetado da América Latina, com um salto de 35,5 pontos percentuais na tarifa média de exportação para os EUA.

Exportadores pressionados e ativos em queda

O anúncio pegou o mercado de surpresa e já causou recuo em ações de empresas com forte exposição ao mercado americano, como a Embraer (BVMF:EMBR3), além de impulsionar o dólar frente ao real.

Exportadores alertaram para o risco de perdas bilionárias, especialmente nos setores de manufaturados, aeronáutico e agronegócio — pilares da pauta exportadora brasileira com os EUA. A medida agrava a incerteza em um momento em que o Brasil busca fortalecer sua posição comercial em meio à desaceleração global.

A Doutrina Trump e os interesses por trás das tarifas

Embora o impacto comercial seja expressivo, analistas concordam que a nova rodada tarifária vai além da economia. A carta publicada por Trump, com ataques diretos à Justiça brasileira e exigências de anulação do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, revela o uso explícito da política comercial como ferramenta de pressão diplomática.

O episódio evidencia mais uma vez a chamada Doutrina Trump, que utiliza barreiras tarifárias como instrumento de poder geopolítico, buscando proteger aliados políticos, influenciar decisões internas em países emergentes e conter a ascensão de blocos rivais como os BRICS, cada vez mais integrados à órbita da China.

O Brasil entra novamente no radar de tensões comerciais com os EUA, com potenciais impactos significativos na economia real, no câmbio e nos fluxos de investimento. Mais do que uma disputa comercial, o episódio revela o uso estratégico de tarifas para fins políticos, exigindo do Brasil uma resposta firme e articulada no plano diplomático e comercial.

 

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