Trump, dólar e a nova guerra fria

Publicado 22.07.2025, 13:35
O segundo semestre de um ano pré-eleitoral costuma ser o momento em que o governo volta suas atenções à reeleição.
 
É um período em que se espera uma “agenda positiva”, com medidas voltadas à popularidade. No entanto, essa pode não ser a realidade da atual gestão. Tivemos um início de semestre desafiador — e, daqui em diante, o governo terá de lidar com decisões cada vez mais difíceis.
 
Após testar a máxima de 140.243 pontos em maio, o Índice Bovespa iniciou o segundo semestre em sinal de alerta, trabalhando próximo da região de 134 mil pontos.
 
Há, sim, um componente de insatisfação do mercado com as políticas monetária e fiscal. Mas um fator mais grave surgiu na virada do semestre: a guerra tarifária declarada por Donald Trump.
 
Temos, portanto, o início de uma nova guerra fria. Mas, diferente da anterior, vivemos hoje em um mundo mais conectado — e com o Brasil integrando o G10, mesmo ainda sendo um país estruturalmente pobre.
 
E quais podem ser as consequências dessa guerra?
 
Um aumento do dólar, impulsionado por uma possível fuga de capitais: empresários encerrando suas operações no Brasil em busca de países com tarifas mais atrativas, câmbio mais estável e políticas fiscais mais previsíveis.
 
O fechamento de empresas pode gerar desemprego em larga escala.
 
Além disso, a alta do dólar tende a pressionar a inflação, elevando o custo de praticamente tudo — inclusive matérias-primas —, repassado ao consumidor final.
 
Atualmente, Trump fala em taxação de 50%, mas esse percentual pode crescer. Trata-se de uma política difícil de justificar economicamente, já que os Estados Unidos mantêm superávit comercial com o Brasil. O objetivo, ao que tudo indica, é reposicionar os EUA como liderança global, proteger a hegemonia do dólar e intensificar a pressão sobre a Rússia, que segue resistente em encerrar a guerra na Ucrânia.
 
Uma alternativa para o Brasil pode ser um reposicionamento estratégico, com certo grau de distanciamento de países como Rússia e China — evitando se tornar alvo direto de uma escalada tarifária que, mais do que política, é geopolítica.

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