Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras, mas sobe em semana marcada por resultados corporativos
O presidente Donald Trump tem pressionado de forma contínua o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, a reduzir os juros desde que assumiu o cargo. Um exemplo disso está na postagem mais recente de Trump em sua rede Truth Social (veja abaixo). O Fed cortou os juros no fim de 2024, mas interrompeu o ciclo assim que Trump tomou posse. Alguns analistas sugerem que a pausa teria motivação política. O Fed, por sua vez, justifica a interrupção com base no receio de que as tarifas voltem a pressionar a inflação. Depois do erro grave ao subestimar o avanço dos preços em 2020 e 2021, os dirigentes do banco central não querem repetir a mesma falha.
Para entender melhor o cenário atual, vale compará-lo ao ambiente que levou o Fed a cortar os juros pela última vez, em dezembro de 2024. A análise considera os três mandatos atribuídos ao banco central pelo Congresso dos EUA.
Emprego máximo: Com base na média móvel trimestral, o crescimento da folha de pagamento desacelerou de 209 mil vagas mensais em dezembro para 35 mil atualmente. A renda pessoal, que avançava a uma taxa anual de 5,9% no fim do ano passado, agora cresce a 2,7%. O número de vagas abertas segundo o JOLTs caiu de 7,718 milhões em dezembro para 7,514 milhões.
Estabilidade de preços: A taxa trimestral do CPI em dezembro era de 2,87% e estava em alta. Hoje, a média móvel de três meses está em 1,70%. A leitura mensal mais recente, anualizada, está cerca de 1,2 ponto percentual abaixo da de dezembro. Já a expectativa de inflação para 1 ano, segundo o Fed de Cleveland, subiu ligeiramente, de 2,65% para 2,80%.
Juros de longo prazo moderados: As taxas de juros reais (rendimentos descontada a inflação) vêm oscilando entre 1,5% e 2,0% nos últimos anos, contra uma faixa de 0% a 1% antes da pandemia. O crescimento econômico médio no primeiro semestre está em 1,25%, abaixo dos 2,60% registrados no segundo semestre de 2024.
Considerando que tanto o mercado de trabalho quanto a atividade econômica mostram sinais concretos de desaceleração, e que as tarifas não têm pressionado de forma significativa a inflação, os argumentos de Trump ganham peso. Ainda assim, pode levar alguns meses até que o Fed avalie com mais clareza os efeitos das tarifas sobre os preços e o crescimento.
Mercado de trabalho dá sinais consistentes de enfraquecimento
O relatório oficial de emprego de julho trouxe a criação de apenas 73 mil vagas, abaixo das projeções. Mais relevante, no entanto, foram as revisões acentuadamente negativas: os dados de junho foram revisados de 147 mil para 14 mil, e os de maio, de 144 mil para 19 mil. A tendência recente aponta para um enfraquecimento consistente do mercado de trabalho nos EUA, com evidências suficientes para afastar a hipótese de distorções estatísticas ou efeitos sazonais. O gráfico abaixo mostra que, após as revisões, os dados do BLS se alinham ao relatório da ADP, como já se antecipava.
Depois da enxurrada de dados divulgados na semana passada, os traders terão um período de respiro. A maior parte das grandes empresas já publicou seus resultados, com exceção da Nvidia (NASDAQ:NVDA), cujo balanço está previsto apenas para o fim do mês. Nesta semana, a agenda econômica será mais esvaziada. O destaque será o índice de serviços ISM, enquanto o ISM de manufatura, divulgado na última sexta-feira, recuou ainda mais em território recessivo, onde tem permanecido na maior parte dos últimos três anos. A boa notícia é que o componente de preços do ISM caiu, refletindo o alívio das pressões inflacionárias associadas às tarifas.
O fator mais relevante da semana deve ser a comunicação dos dirigentes do Fed. As falas programadas serão monitoradas de perto para avaliar como o comitê está interpretando os dados de emprego e a crescente probabilidade de um corte de juros na reunião de setembro.
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