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Tuítes de Trump Vão Ganhar a Batalha Contra os Altos Preços do Petróleo Novamente?

Publicado 26.02.2019, 05:21
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Uma das frases de divulgação mais famosas do cinema hollywoodiano descreve bem o atual mercado de petróleo: “Quando você achava que era seguro voltar para a água...”

Esse era o anúncio do clássico “Tubarão 2”, de 1978, que conta a história do retorno de um grande tubarão branco assassino. O temor desta segunda-feira no mercado de petróleo envolveu um tipo diferente de predador: o presidente dos EUA, que voltou para acabar com um rali nos preços do petróleo, depois de ter destruído um há apenas alguns meses.

Em meio aos preparativos para as negociações nucleares com o líder norte-coreano, Trump encontrou tempo na manhã desta segunda-feira para tuitar que os preços do petróleo estavam muito altos e que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo deveria agir para reduzi-los.

Resultado: uma queda de mais de 3% tanto no petróleo West Texas Intermediate, negociado em Nova York, quanto no Brent, de Londres. Essa queda causou um curto circuito no amplo rali da última quinzena, provocando a mais forte desvalorização intradiária do Brent em dois meses.

Para quem não acompanhou a saga de tuítes de Trump sobre o petróleo, vale a pena lembrar alguns fatos:

No ano passado, Trump realizou uma campanha não oficial na Casa Branca contra os altos preços do petróleo através dos seus tuítes, já que havia temores de que uma restrição na oferta – causada pelas sanções norte-americanas às exportações petrolíferas do Irã e pelos cortes de produção da Opep, liderada pela Arábia Saudita, com a Rússia – impulsionaria o WTI a quase US$ 77 por barril, e o Brent, acima de US$ 86.

A aliança Opep+ decidiu, em meados do ano passado, suspender seus cortes de produção e expandir a oferta para acalmar o presidente, que parecia estar preocupado com a frágil recuperação econômica dos EUA e o impacto dos altos preços nas bombas durante as eleições de meio de mandato, em novembro passado.

Brent Gráfico Diário

Mas, logo após a interrupção dos cortes de produção, o presidente inesperadamente concedeu isenções às sanções aplicadas às exportações iranianas, gerando agora temores de excesso de oferta. Com isso, o WTI e o Brent se desvalorizaram cerca de 40% entre o início de outubro e o Natal.

No início de dezembro, a Opep+, frustrada com a situação, decidiu reintroduzir os cortes de produção a partir de janeiro. Combinados com as novas sanções ao petróleo venezuelano, aplicadas pelo governo Trump, esses cortes ajudaram a recuperar mais de 20% dos preços do petróleo neste ano. Vale lembrar que Trump não escreveu nenhum tuíte sobre o petróleo nos últimos dois meses. De repente, na segunda-feira, ele voltou.

Trump alerta a Opep que os preços estão muito altos; desta vez ele conta com a ajuda de leis antitruste

O último ataque de Trump foi o seguinte:

Esse tuíte foi suficiente para segurar os preços do petróleo no pregão asiático desta terça-feira, enquanto traders e analistas debatiam as repercussões da nova batalha de Trump contra a Opep no longo prazo.

Alguns temem que o presidente tenha uma arma maior em suas mãos desta vez: processos judiciais contra produtores que conspirem para cortar a produção.

Um grupo de parlamentares norte-americanos aprovou, no dia 7 de fevereiro, a Lei contra Cartéis Produtores e Exportadores de Petróleo (NOPEC, na sigla em inglês), que permite que o Departamento de Justiça dos EUA alcance qualquer estado por atuar “em conjunto com um ou mais estados estrangeiros", no intuito de "limitar a produção ou a distribuição de petróleo, gás natural ou produtos derivados", "estabelecendo ou mantendo determinado preço" para essas commodities. Essa lei atinge em cheio os cortes de fornecimento coordenados pela Opep nos últimos 60 anos para elevar os preços.

O Banco ANZ afirmou, em uma nota de uma pesquisa, que o alerta de Trump à Opep

“Tem mais peso desta vez, pois parlamentares norte-americanos ressuscitaram uma lei capaz de submeter a organização a leis antitruste.”

Nova rodada de isenções às sanções iranianas?

John Kilduff, sócio-fundador do hedge fund Again Capital, de Nova York, falou sobre mais uma possível decisão de Trump que poderia perturbar ainda mais a Opep: uma nova rodada de isenções às sanções impostas ao Irã, o que poderia inundar o mercado com mais petróleo, uma vez que a produção petrolífera norte-americana atingiu recordes mundiais de 12 milhões de barris por dia (bpd).

Dados de rastreamento de navios-tanque mostram que as exportações petrolíferas iranianas foram, em média, de 1,25 milhão de bpd em fevereiro, após os níveis de 1,1-1,3 milhão de bpd em janeiro, contra a previsão de menos de 1 milhão de bpd pelo mercado.

Kilduff declarou em uma entrevista à CNBC:

“Quando você interpreta as implicações [dos tuítes de Trump], percebe que são duas. Primeiro, você precisa acreditar que os sauditas vão respeitar. Eles fizeram isso no passado.”

“Depois, você precisa acreditar que outra rodada de isenções às sanções iranianas deve estar sobre a mesa, e acredito que essa seja a consequência secundária desse tuíte."

A Opep em si não reagiu ao último tuíte de Trump.

Quando o cartel anunciou em dezembro que cortaria a produção novamente para impulsionar os preços, o ministro de energia saudita, Khalid al-Falih, afirmou o seguinte, dando a impressão de que Trump não era tão importante para o grupo:

“O presidente dos Estados Unidos é apenas uma pessoa entre as muitas que devemos considerar ao decidir sobre a oferta de petróleo."

A Opep não vai cair nessa, dizem alguns

Scott Shelton, corretor de futuro de energia na ICAP, em Durham, N.C., está entre os que acreditam que a Opep não vai ceder.

WTI Gráfico de 15 minutos

O fato de os preços do petróleo terem caído tanto com o tuíte de Trump “é uma bobagem absoluta”, disse Shelton na segunda-feira. Mas ele também acredita que o mercado se alongou demais e precisa corrigir, dizendo ainda:

“Acredito que o WTI pode voltar para baixo dos US$ 55, mas somente um relatório de estoques altista seria suficiente para gerar compras capazes de equilibrar isso.”

Phil Flynn, da corretora The Price Futures Group, em Chicago, é outro que acredita que a Opep não vai cair de novo na pegadinha de Trump.

Segundo Flynn:

“A Opep não está dando sinais de que vai elevar a produção, depois de tê-la cortado para 30,83 milhões de bpd em janeiro, mínima de quatro anos. O presidente Trump pode tuitar o que quiser, mas tem poucas opções para fazer o cartel mudar sua estratégia de cortes.”

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