O quão menor será o diferencial de juros entre os EUA e o Brasil no próximo ano?
A comunicação do Federal Reserve tem deixado de demonstrar um cenário dovish para 2020, com a perspectiva de um provável próximo e único corte na reunião do fim deste mês de 25 bp, para os 1,75% aa.
A situação já não contradiz tanto o presidente Trump, pois agora, com os problemas do impeachment e a proximidade do pleito do próximo ano, tanto o Fed, quanto China deixaram de ser seus alvos preferenciais.
Trump usou o quanto pode a retórica de ataque a ambos de forma a agradar sua base eleitoral, todavia, ele necessita neste momento é de um crescimento econômico e um alívio das externalidades, de forma a justificar ao eleitor indeciso a sua manutenção no cargo.
Larry Kudlow, assessor econômico presidencial, já sinalizou a perspectiva de juros estáveis em 2020 e este é o primeiro sinal de alívio na retórica de ataque à instituição do Fed.
Localmente, além dos sinais dovish emitidos pela autoridade monetária nas suas comunicações mais recentes, que tem gerado uma desvalorização bastante intensa do Real quando comparado a outras moedas, o mercado tem constantemente precificado cortes mais intensos do que o próprio BC preconiza.
Dos 4,75% aa mais recentes, há casas partindo para os 4% e até 3,75% aa. Uma das justificativas é a meta de inflação e sua ancoragem, porém muitos consideram que o atual cenário totalmente conjuntural de inflação vá se repetir no próximo ano.
O problema é que a conjuntura deve mudar consideravelmente em 2020, pois o país contará com juros sensivelmente mais baixos, uma recuperação mais acentuada da atividade econômica e tudo permeado por um real desvalorizado. Ou seja, o contexto do último trimestre do ano reflete mais o que será 2020 do que foi 2019.
Neste cenário, o Brasil deve alterar em muito seus fundamentos de forma a assistir ao retorno do investidor estrangeiro e retomar certa normalidade nos mercados, pois com 200 bp de diferencial nominal, juros reais próximos a zero e reformas lentas, a tendência é de um ataque com força contra o Real.
Atenção hoje aos resultados de Abbot, Netflix, Amex, BlackRock, BNP Paribas, eBay e Volvo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa na expectativa pelo Brexit no fim de semana.
Na Ásia, o fechamento foi misto, com o PIB chinês abaixo das expectativas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, somente o cobre e o minério de ferro sobem.
O petróleo abre em leve alta, mesmo com a elevação maciça dos estoques americanos e perspectivas de recessão global
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,39%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,1655 / 0,28 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / 0,036%
Dólar / Yen : ¥ 108,67 / 0,028%
Libra / Dólar : US$ 1,29 / 0,101%
Dólar Fut. (1 m) : 4167,13 / 0,03 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 4,42 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 4,47 % aa (-1,11%)
DI - Janeiro 23: 5,43 % aa (-1,27%)
DI - Janeiro 25: 6,10 % aa (-1,77%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,3861% / 105.016 pontos
Dow Jones: 0,0885% / 27.026 pontos
Nasdaq: 0,4021% / 8.157 pontos
Nikkei: 0,18% / 22.493 pontos
Hang Seng: -0,48% / 26.720 pontos
ASX 200: -0,52% / 6.650 pontos
ABERTURA
DAX: 0,107% / 12668,48 pontos
CAC 40: -0,247% / 5659,05 pontos
FTSE: -0,066% / 7177,61 pontos
Ibov. Fut.: -0,47% / 105750,00 pontos
S&P Fut.: 0,007% / 2998,10 pontos
Nasdaq Fut.: -0,104% / 7948,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,06% / 78,63 ptos
Petróleo WTI: 0,61% / $54,46
Petróleo Brent:0,22% / $60,16
Ouro: -0,21% / $1.485,30
Minério de Ferro: -1,52% / $90,01
Soja: 0,19% / $15,87
Milho: -0,70% / $391,50
Café: -0,27% / $92,70
Açúcar: 0,25% / $12,26