Por Felipe Fabbri e Rafaela Facchina
Em 12/8, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apresentou novo relatório de balanço de oferta e demanda (O&D) para a safra 2024/25 e algumas atualizações para a produção 2023/24 – em fase final de colheita na América do Sul.
O destaque ficou para a safra norte-americana 2024/25 – detalhes adiante.
Soja
O destaque do balanço ficou para o mercado nos Estados Unidos – que trouxe forte pressão baixista para as cotações em Chicago.
Na América do Sul, a produção brasileira de soja para a safra 2023/24 permaneceu em 153,0 milhões de toneladas, com uma previsão de aumento para 169,0 milhões na safra 2024/25.
Na Argentina, o relatório ajustou novamente a produção na safra 2023/24 em 500 mil toneladas, estimada em 49,0 milhões de toneladas em agosto.
Nos EUA, para a safra 2024/25, foram revisadas para cima as áreas plantada, colhida, produtividade e produção.
A produtividade saiu de 58,3 para 59,6 sacas por hectare, o que levou a produção da oleaginosa a ser estimada em 124,9 milhões de toneladas, contra 120,7 milhões do mesmo período do ano passado.
Com isso, os estoques finais de soja dos EUA subiram nas estimativas do USDA de 11,8 para 15,2 milhões de toneladas. Por fim, as exportações norte-americanas foram corrigidas para cima, passando de 49,7 para 50,4 milhões de toneladas.
Milho
Nos Estados Unidos, a condição climática seguiu boa no mês e a expectativa de uma boa produção, tanto de soja, quanto de milho, foi novamente validada com a atualização do relatório de oferta e demanda global divulgado pelo USDA em agosto.
No milho, as mudanças foram mais equilibradas no cenário norte-americano. A produtividade subiu de 189,4 para 191,6 sacas por hectare, levando a safra a 384,7 milhões de toneladas, contra 383,6 milhões estimadas em julho. Os estoques finais, por outro lado, caíram de 53,3 para 52,7 milhões de toneladas.
As exportações norte-americanas do cereal foram revisadas de 56,5 para 58,4 milhões de toneladas.
Destaque para a União Europeia e Ucrânia na safra 2024/25, com diminuição em suas estimativas de produção – somadas, foram quase 4,0 milhões de toneladas estimadas a menos em relação a julho/24.
Para a Argentina, confirmando as expectativas após problemas climáticos, houve corte de 2,0 milhões de toneladas na estimativa de produção 2023/24 – com a colheita em encerramento.
Por outro lado, no Brasil, o USDA elevou em 4,1% a estimativa de produção em agosto, estimada em 127,0 milhões.
Com a movimentação, os estoques finais no mundo foram revisados para baixo – vide tabela ao lado. Contexto que sugere, para o milho, um mercado de estabilidade à alta.
Preços firmes nas praças paulistas
A semana encerrou com o mercado se mantendo estável, porém, com tendência de alta para os próximos dias. Apesar dos frigoríficos que operam com contratos a termo trabalharem com escalas confortáveis, os demais enfrentam dificuldades devido à redução das ofertas, com a ponta vendedora retendo a boiada na espera de melhores condições de negociação.
Mato Grosso do Sul
O mercado apresentou alta para a novilha na região de Três Lagoas, de R$2,00/@, atrelado a redução da oferta de fêmeas no estado. Em contrapartida, a oferta de machos é razoável, o que mantém os preços estáveis na comparação diária, porém firmes.
Para as regiões de Dourados e Campo Grande, na comparação dia a dia, os preços se mantiveram estáveis.
Acre
Com escalas longas, as cotações seguiram estáveis.