O varejo brasileiro registrou em dezembro uma queda de 3,5%, de acordo com o Índice do Varejo Stone (NASDAQ:STNE) (IVS). Parte do resultado pode ser explicada pelo desempenho abaixo do esperado das vendas na semana do Natal. Apesar disso, o varejo nacional fechou 2024 com um crescimento de 0,6% em relação ao acumulado do ano anterior.
As análises setorial e regional reforçam o resultado negativo de dezembro, com queda em todos os oito segmentos analisados. Contudo, quando olhamos para o acumulado de 2024, diversos segmentos fecharam as vendas em níveis acima dos de 2023.
Os segmentos com melhores resultados acumulados no ano foram: Combustíveis e Lubrificantes (3,1%), Artigos Farmacêuticos (2,5%), Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (1,7%) e Móveis e Eletrodomésticos (1,1%).
Os destaques regionais positivos em dezembro foram Roraima (3,9%), Sergipe (3,5%) e Rondônia (2,2%). Por outro lado, as regiões Sul e Sudeste apresentaram queda do volume de vendas em todos os estados, com os piores resultados em Santa Catarina (7,1%), Paraná (4,8%) e Rio Grande do Sul (4,7%).
No comparativo com as vendas físicas, as vendas digitais (que consideram apenas vendas online diretas em sites próprios, excluindo o e-commerce) apresentaram alta anual de 7,7% em dezembro, enquanto o comércio físico teve uma queda de 2,1%. O aumento do varejo digital foi impulsionado principalmente pelos segmentos de Vestuário e Produtos Alimentícios.
Outro resultado importante do relatório referente a dezembro é o desempenho trimestral dos setores de bens mais sensíveis ao crédito e setores de bens mais sensíveis à renda. Na comparação entre o 4º trimestre de 2024 e o trimestre anterior, setores mais sensíveis à renda, como hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, apresentaram alta de 0,8%, enquanto setores mais sensíveis ao crédito tiveram uma queda de 0,2%.
Enquanto o baixo desemprego tende a estimular o comércio varejista pelo lado da renda, o recente movimento de aumento da taxa de juros atua como um fator de retração das vendas sob a ótica do crédito. O resultado do trimestre para bens mais sensíveis à renda e bens mais sensíveis ao crédito parece reforçar essa leitura e ajuda a compreender melhor a desaceleração do varejo em dezembro.
Com isso, as expectativas para 2025 ainda são incertas e mais meses de análise serão necessários para traçar uma tendência mais clara para o desempenho das vendas no varejo nacional ao longo do ano.